Fuga dos “Tigres de Azambuja” foi há 10 anosO episódio aconteceu há 10 anos na Quinta da Marquesa a 30 de janeiro
Miguel António Rodrigues
31-01-2018 às 17:29 Fez dez anos no passado dia 30 de janeiro, a fuga dos tigres de Azambuja. O episódio que ainda está na memória dos azambujenses, correu o país e o mundo através das televisões, das rádios, dos jornais mas sobretudo através da internet, o que elevou a situação a uma espécie de “lenda” ao entrar no imaginário dos principais humoristas portugueses.
A situação que agora é vista com alguma distância e até exagero, foi à época alvo dos maiores cuidados por parte das autoridades. Ninguém estava preparado para ter dois tigres à solta nos terrenos da Quinta da Marquesa, até porque o grau de imprevisibilidade dos animais, associado ao desconhecimento era bastante elevado. A notícia que correu o mundo e o país soube-se pela manhãzinha nos cafés locais. Mas tudo terá acontecido durante a madrugada, quando a jaula que encarcerava os animais terá sido aberta por alguém que até hoje é desconhecido. Naquele dia 30 de janeiro de 2008, Miguel Chen, líder do circo Chen, dizia aos jornalistas desconhecer o autor “da brincadeira” já que os tigres terão pernoitado ali, até porque o veículo onde seguiam avariou. Na viatura seguiam dois homens, que ali pernoitaram. Só pela manhã, chegou um carro de apoios que permitiu aos dois homens irem ao Cartaxo buscar comida para os animais, sendo que terá sido durante a ausência dos tratadores que a jaula terá sido alegadamente aberta. Miguel Chen nunca apontou o dedo a ninguém mas deixou transparecer nas suas palavras que alguém estaria por trás da situação, afastando assim as responsabilidades de algum tipo de negligência. Ainda nem eram nove da manhã e já estavam muitos curiosos perto da Quinta da Marquesa. Um local ermo junto à estrada nacional 3, mas com uma vasta área de terreno onde os animais podiam esconder-se. No local às primeiras horas da manhã, apenas estavam alguns elementos do circo e alguns elemento da GNR de Azambuja e Aveiras de Cima. Mas aos poucos foi engrossando, tanto o número de curiosos, como de autoridades, como jornalistas que chegavam para cobrir aquela que podia ser a notícia do século, depois da hipotética fuga do leão de Rio Maior, que nunca foi encontrado. A manhã ia passando e o número de pessoas aumentava. Chegaram elementos da GNR, da Direção Geral de Veterinária, mas também o veterinário da Câmara e até elementos do Jardim Zoológico de Lisboa. Poucos eram aqueles que conseguiam ver os tigres, mas sempre que algum se mexia, a GNR ia apertando a zona de segurança e mandava os inúmeros carros estacionados à beira da nacional 3, subirem mais uns metros. Não foram raras as vezes que isso aconteceu, e certamente não foram também raras as vezes em que as autoridades nos ordenou que entrássemos nos carros e ali permanecêssemos. Este foi aliás o espelho de toda a operação, que tinha um inimigo imprevisível e que obrigou os soldados da GNR a andarem constantemente armados e em estado de alerta durante toda a situação. Foram precisas cinco horas para que os animais fossem capturados. Os tigres foram sedados um a um e colocados numa jaula e daí para o seu proprietário. Dez anos depois, o Valor Local tentou saber do estado de saúde dos tigres e de todo o processo que foi gerado com a fuga dos felinos. Infelizmente não obtivemos qualquer resposta por parte do Circo Chen, mas conseguimos saber que os tigres, embora mais velhos ainda gozam de uma razoável saúde. ComentáriosMuito boa descrição do que se passou.
Recuei dez anos na vida. Só falta a minha foto, que tiras-te às escondidas. Joaquim Ferreira Azambuja 01/02/2018 21:06 |
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