Criada em 1935, a Fundação Padre Tobias, benemérito local que nas primeiras décadas do século passado se dedicou a ajudar os mais pobres, tem sido uma das instituições do concelho de Benavente que tem dado um particular apoio às famílias que nos últimos anos se têm debatido com as consequências da crise económica. Rui Domingos, atual presidente desta instituição de Samora Correia, desde há 8 anos, conta que todos os dias são fornecidas cerca de 100 refeições preparadas no âmbito da cantina social, 28 agregados familiares no total. Não se regateiam apoios mas vinca que há por vezes quem por mau governo das suas finanças acabe por estender a mão à caridade.
“Não podemos aceitar que nos digam que têm de ir ao cabeleireiro todas as semanas”, por exemplo, e nesses casos não tem dúvidas em ser mais assertivo, e dizer às pessoas a mudarem a forma como vivem”. “Por fatalidade, há mesmo quem precise, que outrora já teve um outro nível de vida, e procuramos ajudar como é evidente”, refere. A realçar que os utentes deste apoio na sua maioria conseguem “endireitar”, a sua vida e mais cedo ou mais tarde prescindem desta cantina social em causa. A média de permanência de um agregado familiar na cantina social é de cinco semanas.
Com cerca de 132 colaboradores – incluindo os membros dos órgãos sociais, os técnicos, e todos os auxiliares, bem como um grupo de voluntários – refere que é frequente virem ter consigo a pedir-lhe emprego na instituição, mas com a direção da fundação – “Não há cunhas!”. “Procuramos que isso não aconteça”.
A instituição possui várias valências: Serviço de Apoio Domiciliário com assistência a cerca de 52 famílias; Centro de Dia com 48 utentes, e Lar de Idosos com 67 utentes. Para Rui Domingos, “a fundação empenha-se a cem por cento, bem como todos os seus funcionários, em conseguir dotar os mais idosos que tem a seu cargo dos melhores cuidados de saúde possíveis”, que nem sempre é acompanhado por alguns familiares – “Como em muitas outras instituições, há familiares que passam muito tempo sem visitarem os seus idosos, limitando-se a efetuar a transferência das mensalidades, e pouco mais do que isso”, refere lamentando a circunstância. As vagas em lar estão totalmente ocupadas e um dos próximos projetos passa pelo desenvolvimento de um projeto para lar em Samora Correia.
No que se refere à resposta social para crianças, a instituição alberga 101 na creche e 125 no jardim-de-infância, e aguarda pacientemente pelo aval definitivo da Segurança Social de Santarém quanto à entrada em funcionamento da nova creche no Porto Alto, equipada para receber 108 crianças. “Não sabemos os motivos pelos quais isso ainda não aconteceu mas continuamos a insistir”. A falta de vagas em creche é uma preocupação de muitos pais deste concelho, que são cada vez mais escassas, e neste âmbito a abertura da nova valência no Porto Alto surge como algo “imperioso” para a instituição, sob pena de muitos pais não terem onde deixar os filhos após as férias de verão. O setor privado no concelho tem preços superiores a 300 euros, enquanto no que toca ao abrigo dos acordos de cooperação entre a Segurança Social e a Fundação, e tendo em conta o IRS das famílias, a verba a despender varia entre os 75 e os 175 euros em função dos rendimentos.
“A importantíssima questão da prevenção primária dos consumos de álcool e outras substâncias, a violência doméstica, a violência no namoro, o insucesso, absentismo e abandono escolar também estão na agenda desta instituição”, face ao avolumar de notícias que dão conta do aumento dos casos de insegurança na freguesia e para isso está a trabalhar com outros parceiros nomeadamente Conselho Local de Ação Social. Rui Domingos tece a sua apreciação sobre esta matéria – “O facto de muitos pais trabalharem em Lisboa também propicia este tipo de comportamentos por parte dos mais jovens, que são deixados à sua mercê durante a maior parte do tempo. Convinha que tivéssemos um olhar mais frontal sobre esta matéria”.
Possuidora de algum património imóvel degradado a necessitar de conservação e reabilitação na cidade de Samora, Rui Domingos refere que a sua recuperação não está para já nos planos da fundação, pois à partida não se afiguraria como rentável tendo em vista o aluguer dessas casas e a possibilidade de daí advirem fundos para a instituição. As baixas rendas não permitiriam grandes gastos. Sendo que as casas do Bairro Padre Tobias foram entretanto vendidas. Para já vai mantendo as casas de renda que possui e pouco mais. Contudo, alerta que tem procurado ao longo dos anos proceder aos arranjos necessários nos vários imóveis, propriedade da instituição. “O edifício da Casa Paroquial foi alvo de uma intervenção em 2014, e vamos fazendo o possível nesse campo”.
Um dos projetos a implantar em breve diz respeito a um intercâmbio com a possibilidade de jovens estrangeiros cumprirem uma espécie de voluntariado na associação. Chama-se “Projecto Casa Internacional Padre Tobias, no âmbito do Serviço de Voluntariado Europeu” e promoverá o envio de jovens do concelho para outras instituições do género no estrangeiro – “Vamos procurar sensibilizá-los com ações nas escolas”, dá conta.
Sílvia Agostinho
30-07-2015
17:28
“Não podemos aceitar que nos digam que têm de ir ao cabeleireiro todas as semanas”, por exemplo, e nesses casos não tem dúvidas em ser mais assertivo, e dizer às pessoas a mudarem a forma como vivem”. “Por fatalidade, há mesmo quem precise, que outrora já teve um outro nível de vida, e procuramos ajudar como é evidente”, refere. A realçar que os utentes deste apoio na sua maioria conseguem “endireitar”, a sua vida e mais cedo ou mais tarde prescindem desta cantina social em causa. A média de permanência de um agregado familiar na cantina social é de cinco semanas.
Com cerca de 132 colaboradores – incluindo os membros dos órgãos sociais, os técnicos, e todos os auxiliares, bem como um grupo de voluntários – refere que é frequente virem ter consigo a pedir-lhe emprego na instituição, mas com a direção da fundação – “Não há cunhas!”. “Procuramos que isso não aconteça”.
A instituição possui várias valências: Serviço de Apoio Domiciliário com assistência a cerca de 52 famílias; Centro de Dia com 48 utentes, e Lar de Idosos com 67 utentes. Para Rui Domingos, “a fundação empenha-se a cem por cento, bem como todos os seus funcionários, em conseguir dotar os mais idosos que tem a seu cargo dos melhores cuidados de saúde possíveis”, que nem sempre é acompanhado por alguns familiares – “Como em muitas outras instituições, há familiares que passam muito tempo sem visitarem os seus idosos, limitando-se a efetuar a transferência das mensalidades, e pouco mais do que isso”, refere lamentando a circunstância. As vagas em lar estão totalmente ocupadas e um dos próximos projetos passa pelo desenvolvimento de um projeto para lar em Samora Correia.
No que se refere à resposta social para crianças, a instituição alberga 101 na creche e 125 no jardim-de-infância, e aguarda pacientemente pelo aval definitivo da Segurança Social de Santarém quanto à entrada em funcionamento da nova creche no Porto Alto, equipada para receber 108 crianças. “Não sabemos os motivos pelos quais isso ainda não aconteceu mas continuamos a insistir”. A falta de vagas em creche é uma preocupação de muitos pais deste concelho, que são cada vez mais escassas, e neste âmbito a abertura da nova valência no Porto Alto surge como algo “imperioso” para a instituição, sob pena de muitos pais não terem onde deixar os filhos após as férias de verão. O setor privado no concelho tem preços superiores a 300 euros, enquanto no que toca ao abrigo dos acordos de cooperação entre a Segurança Social e a Fundação, e tendo em conta o IRS das famílias, a verba a despender varia entre os 75 e os 175 euros em função dos rendimentos.
“A importantíssima questão da prevenção primária dos consumos de álcool e outras substâncias, a violência doméstica, a violência no namoro, o insucesso, absentismo e abandono escolar também estão na agenda desta instituição”, face ao avolumar de notícias que dão conta do aumento dos casos de insegurança na freguesia e para isso está a trabalhar com outros parceiros nomeadamente Conselho Local de Ação Social. Rui Domingos tece a sua apreciação sobre esta matéria – “O facto de muitos pais trabalharem em Lisboa também propicia este tipo de comportamentos por parte dos mais jovens, que são deixados à sua mercê durante a maior parte do tempo. Convinha que tivéssemos um olhar mais frontal sobre esta matéria”.
Possuidora de algum património imóvel degradado a necessitar de conservação e reabilitação na cidade de Samora, Rui Domingos refere que a sua recuperação não está para já nos planos da fundação, pois à partida não se afiguraria como rentável tendo em vista o aluguer dessas casas e a possibilidade de daí advirem fundos para a instituição. As baixas rendas não permitiriam grandes gastos. Sendo que as casas do Bairro Padre Tobias foram entretanto vendidas. Para já vai mantendo as casas de renda que possui e pouco mais. Contudo, alerta que tem procurado ao longo dos anos proceder aos arranjos necessários nos vários imóveis, propriedade da instituição. “O edifício da Casa Paroquial foi alvo de uma intervenção em 2014, e vamos fazendo o possível nesse campo”.
Um dos projetos a implantar em breve diz respeito a um intercâmbio com a possibilidade de jovens estrangeiros cumprirem uma espécie de voluntariado na associação. Chama-se “Projecto Casa Internacional Padre Tobias, no âmbito do Serviço de Voluntariado Europeu” e promoverá o envio de jovens do concelho para outras instituições do género no estrangeiro – “Vamos procurar sensibilizá-los com ações nas escolas”, dá conta.
Sílvia Agostinho
30-07-2015
17:28
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