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Glifosato
Autarquias da Região na Lista Negra
A plataforma cedeu os dados para os concelhos da região num inquérito levado a efeito pelo Bloco de Esquerda.
Sílvia Agostinho
28-05-2016 às 16:06
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De acordo com um estudo levado a efeito pela Plataforma Transgénicos Fora em colaboração com o projeto Detox, a utilização de glifosato, um poderoso herbicida, poderá ter atingido níveis descontrolados no nosso país. Trata-se do pesticida químico sintético mais usado na agricultura, mas também a nível das autarquias locais para controle de ervas em zonas urbanas, e que representa segundo este estudo “um potencial de contaminação”.

Segundo a plataforma, há pelo menos dez anos que não se conhece qualquer análise oficial à sua presença em alimentos, solo, água, ar ou pessoas. Em 26 voluntários portugueses, o glifosato foi detetado em 100% das análises efetuadas à urina no estudo que agora se apresenta. Na Suíça, em 2015, uma iniciativa equivalente tinha detetado glifosato em apenas 38% dos casos e, em 2013, num outro levantamento realizado pela associação Amigos da Terra em 18 países europeus, estavam contaminadas 44% das pessoas.

Ao Valor Local, a plataforma cedeu os dados para os concelhos da região num inquérito levado a efeito pelo Bloco de Esquerda. Sendo assim Alenquer consumiu, em 2015, 600 litros por por ano; Cartaxo 20 litros, Arruda dos Vinhos: 600 litros. Em Benavente foram utilizados 400 litros. Azambuja, Vila Franca de Xira, e Salvaterra de Magos não responderam ao inquérito.

O Valor Local questionou os diferentes municípios. Sendo que Azambuja, Benavente, e Arruda dos Vinhos não responderam às nossas questões sobre se consideram a abolição do glifosato. Particularmente no caso de Azambuja, não nos foi dada qualquer resposta apesar de uma permanente insistência do nosso jornal a este respeito.

Entre os concelhos que acederam prestar esclarecimentos e informar da sua ação no futuro quanto a esta matéria que tem estado na ordem do dia, o município de Alenquer às nossas questões sublinha que “recorre pontualmente” ao glifosato, nomeadamente, os serviços afetos ao Ambiente e Conservação da Natureza: manutenção do espaço público e jardins.
 
A autarquia acrescenta ainda que o pesticida foi usado também no âmbito do Plano Municipal de Defesa da Floresta contra Incêndios de Alenquer, numa empreitada para a limpeza dos terrenos municipais, inseridos nas referidas faixas, nas Matas do Areal, Rolim, Lapa dos Morcegos, Lugar da Serra e área envolvente à Quinta do Brandão, num total de 13 hectares.
 
A Câmara de Alenquer salvaguarda ainda que foi vertida no caderno de encargos a possibilidade de utilização de glifosato, em locais onde se verificassem infestantes e não fosse tecnicamente possível a utilização de meios mecânicos. Sendo que no caso de Alenquer, o município considera que se utiliza uma baixa quantidade de glifosato (atendendo à vasta área territorial do concelho). Sempre que possível entram em ação meios mecânicos (trator equipado com corta mato de correntes e roçadora lateral de facas) e motorroçadoras. Os serviços da Divisão de Ambiente e Conservação da Natureza têm vindo a consultar o mercado no sentido de adquirir equipamento para monda térmica (chama direta, água quente e vapor), “mas a oferta deste tipo de equipamentos (todos eles importados) ainda é escassa, bem como o conhecimento dos representantes sobre o seu funcionamento.”
 
A autarquia pondera ainda uma candidatura aos fundos estruturais no âmbito do eixo “Proteger o Ambiente e promover a eficiência dos recursos” com o objetivo final de se adotarem “medidas destinadas a melhorar o ambiente urbano, que permitam a aquisição de meios alternativos (monda térmica ou outra) e consequentemente o abandono total da utilização de glifosato”.
 
Também o concelho do Cartaxo está preocupado com os efeitos adversos da utilização deste componente, tendo em conta que no ano passado apenas fez uso de 20 litros, isto se compararmos com outros da região.
 
“O município do Cartaxo tem vindo a reduzir, ao mínimo indispensável, a utilização de glifosato na desinfestação das ervas daninhas, em espaço públicos e arruamentos, utilizando, sempre que possível, a roça mecânica e o arranque manual”, refere a autarquia, adiantando – “Apesar do volume usado ser o mínimo possível, o objetivo é conseguir eliminar a sua utilização, mas neste momento, pela escassez de recursos humanos disponíveis para a manutenção dos espaços públicos, que é conhecida – para 21 hectares de espaços verdes seriam necessários 27 trabalhadores e o município tem apenas sete –, ainda não é possível um compromisso com um prazo previsto para tal acontecer”.
 
Já o município de Salvaterra, informa que foram aplicados em 2015: 440 litros de herbicida adquiridos em três fornecedores da Câmara Municipal. Tendo em conta as noticias levadas a público “decidimos começar a aplicar o Dicuato e o Etizol Tl, que não contêm glifosato”, explica a autarquia.
 
A Câmara Municipal de Vila Franca de Xira também em resposta ao Valor Local refere que, desde há vários anos, tem limitado significativamente o recurso a produtos contendo glifosato, utilizando outro tipo de produtos. A Câmara refere que em 2015 adquiriu apenas 30L de glifosato, “para utilização diluída muito limitada e restrita”.
 
A autarquia desvaloriza em parte as conclusões dadas a conhecer sobre os efeitos na saúde humana, “dado que a própria comunidade científica tem apresentado conclusões aparentemente contraditórias relativamente a este assunto”.
 
 
Efeitos na saúde humana
 
A toxicidade do glifosato não é ainda um facto científico consensual e estabelecido. Além do cancro, existem na literatura científica diversas publicações que ligam o glifosato a efeitos teratogénicos (defeitos de nascimento), desregulação hormonal, toxicidade hepática e renal e até autismo, mas muitos cientistas, nomeadamente os que têm algum tipo de ligação à indústria, discordam destes resultados. Na própria Autoridade Europeia de Segurança Alimentar, uma estrutura da Comissão Europeia, 62% dos especialistas que integram o painel de avaliação de pesticidas apresentam conflitos de interesse face às empresas cujos produtos estão a avaliar.

Três projetos de resolução que recomendavam a proibição do herbicida glifosato em Portugal e a oposição do Governo português à renovação da licença deste fitofármaco na União Europeia, acabaram vencidos, no dia 13 de maio, pelos votos contra do PSD, CDS e a abstenção do PS na Assembleia da República. O PCP votou a favor da proposta do PEV e absteve-se em relação às do BE e do PAN.
 


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