Governo não intervém e qualquer dia Ponte Dona Amélia fica presa por aramesMunicípios de Salvaterra de Magos e Cartaxo continuam a interpelar o Governo
Miguel António Rodrigues
09-03-2018 às 15:37 As Câmaras Municipais do Cartaxo e de Salvaterra de Magos estão preocupadas com a utilização que consideram abusiva por parte dos veículos pesados que passam na Ponte Dona Amélia que liga os dois concelhos. As duas câmaras destacam em comunicado conjunto que há competências de entidades estatais para a manutenção e conservação da estrutura, que não têm vindo a ser observadas e por isso exigem que a Infraestruturas de Portugal, entidade que superindente a estrutura, leve a cabo as suas responsabilidades na manutenção da ponte, até porque as mesmas constam de um protocolo assinado em 96, altura em que a estrutura foi adaptada ao trânsito rodoviário.
Numa acão conjunta, ambos os municípios decidiram interpelar as entidades estatais e da última reunião resultaram algumas medidas como a limitação do peso dos veículos permitidos naquela estrutura. Helder Esménio, presidente da Câmara de Salvaterra de Magos, e Pedro Ribeiro, presidente da Câmara do Cartaxo, estiveram na semana passada no terreno, onde em conjunto com os técnicos de ambas as autarquias, colocaram nova sinalização, esperando que isso possa minimizar a passagem “abusiva” de veículos não ligeiros naquela travessia. Em entrevista ao Valor Local, Helder Esménio, fala de uma situação que para já não é de risco, mas para que não o seja no futuro, defende medidas urgentes. O autarca refere que a estrutura sofre de algumas “patologias” porque foi “dimensionada há mais de vinte anos e estava previsto que estaria afeta ao trânsito ligeiro”. Esménio lamenta que por “falta de meios das autoridades na fiscalização” a ponte esteja a ser utilizada por veículos com excesso de carga, podendo provocar no futuro alguns danos na estrutura, que já de si sofre com o mau estado do tabuleiro e dos corrimãos que atravessam a mesma. Para além desta questão que levou os autarcas a pedir reuniões à secretaria de Estado, existe ainda uma situação mal resolvida desde o tempo da construção da travessia da ponte ferroviária, mesmo ali ao lado. De acordo com o presidente da Câmara Municipal de Salvaterra, os trabalhos de construção daquela travessia deixaram uma “estrutura” que serviu para a construção da ponte mas que “causa remoinhos” e coloca em causa a estrutura e a fundação da ponte. Esménio fala de um relatório da Agência Portuguesa do Ambiente que dá conta de um desassoreamento e de um outro relatório da Câmara do Cartaxo que apontou para esta deficiência que agora importa corrigir. Pedro Ribeiro, presidente da Câmara do Cartaxo, vincou ao Valor Local que esta situação provocou “um grito de revolta” por parte dos autarcas. Pedro Ribeiro lamenta aquilo a que chama de desinteresse dos organismos do Estado em cumprir as obrigações acordadas aquando da abertura da travessia e salienta que a responsabilidades dos municípios correspondiam apenas à manutenção do tabuleiro da ponte, sendo as fundações da responsabilidade das entidades estatais. O presidente da Câmara do Cartaxo salienta também que os dois municípios têm andado atentos ao estado da estrutura e foi isso que permitiu desencadear agora as medidas. O autarca salienta que as medidas preliminares foram tomadas na sequência de reuniões com algumas entidades estatais, mas tem “a consciência de que esta situação foi também despoletada devido a algum comportamento abusivo” por parte de alguns condutores, salientando a falta de meios por parte da GNR para fiscalizar 24 horas por dia os condutores. Paulo Silvério, Tenente Coronel da GNR de Santarém, frisou que a postura da guarda passa pela prevenção. O militar vinca que é habito fazerem-se ações, mas que face a esta situação estas poderão ser intensificadas. ComentáriosSeja o primeiro a comentar...
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