Higiene e limpeza urbana: Luta sem tréguas
Sílvia Agostinho
02-12-2016 às 17:28
Este é um tema que marca com maior ou menor frequência a vida das nossas vilas, cidades e aldeias da região. Há sempre queixas da população em relação ao serviço prestado. As autarquias queixam-se da falta de civismo dos municípes e da dificuldade em adquirir mais ou menos meios. Os trabalhadores da limpeza andam tristes com o comportamento dos cidadãos. Uma área onde questões como o dever de não se deitar lixo para o chão já não deveria fazer sentido chegados ao século XXI.
Sílvia Agostinho
02-12-2016 às 17:28
Este é um tema que marca com maior ou menor frequência a vida das nossas vilas, cidades e aldeias da região. Há sempre queixas da população em relação ao serviço prestado. As autarquias queixam-se da falta de civismo dos municípes e da dificuldade em adquirir mais ou menos meios. Os trabalhadores da limpeza andam tristes com o comportamento dos cidadãos. Uma área onde questões como o dever de não se deitar lixo para o chão já não deveria fazer sentido chegados ao século XXI.

Às nove da manhã, o pessoal adstrito ao serviço da limpeza urbana da Câmara Municipal de Alenquer prepara-se para sair das instalações municipais na zona da Barnabé rumo a mais uma jornada de limpeza pelas ruas da vila presépio e da vila do Carregado. No total são 22 pessoas que têm como incumbência limpar o que os demais sujam. Uma tarefa nobre "nem sempre compreendida e respeitada pela população", desabafam à nossa reportagem.
Para Ana Almeida, 37 anos, a trabalhar há dois meses neste setor e já contratada pela Câmara, a experiência está a revelar-se “como muito boa”. A cantoneira afirma que o trabalho em si “é complicado mas faz-se bem”. A discriminação, salienta, é um dos pontos negativos. “Por vezes perguntam-me se não tenho vergonha de andar na limpeza, e eu respondo- vergonha de quê?”. Encorajada para esta tarefa pela sua própria determinação, gosta sobretudo do contacto diário com as pessoas, porque “vejo gente diferente todos os dias”. Quando lhe perguntamos sobre o civismo dos transeuntes, avança convicta - “Não é nenhum!”. Geralmente, “são mal educados, mandam tudo para o chão, e não têm respeito pelo nosso trabalho”. Acaba por ser desesperante para esta cantoneira, verificar que mal acaba de limpar, “já está tudo sujo outra vez”. Quisemos saber o que de mais extravagante encontrou aquando das suas tarefas, mas movida pelo pudor, diz que nem quer comentar, e ri-se tal como as suas colegas que também fazem parte deste setor. “´Muito nojento”, conclui. A sua volta normalmente incide na zona de Paredes, “onde mal chego já há muito lixo para limpar, sobretudo na zona das escolas”. Pacotes de sumo, restos de comida, latas de coca cola, e um mar de beatas são desde há muito um clássico nas imediações dos estabelecimentos escolares de Paredes. O que vale mesmo é o convívio entre colegas. “Encontramo-nos à hora de almoço e são todas cinco estrelas”.
A decana da limpeza da Câmara de Alenquer é Maria da Graça de Jesus, 52 anos, há 20 anos a trabalhar neste setor. Primeiramente na freguesia do Carregado, mais recentemente em Alenquer. Em duas décadas que já leva a trabalhar na higiene e limpeza urbana desabafa que a palavra civismo não sofreu evoluções - “Não respeitam o nosso trabalho, mal limpamos já estão a atirar papéis para o chão, por vezes mesmo à nossa frente isso acontece. Recentemente um senhor fez isso, ainda o confrontei mas fez de conta que não ouviu”. Para esta operacional, este tipo de trabalho é encarado com sentido de dever - “Não desprezo aquilo que faço. Gosto que as pessoas se sintam bem com o meu trabalho, e já muitas me confessaram que o apreciam”. “Por vezes até brincam e dizem que tenho eletricidade na vassoura”. A cantoneira já fez um pouco de tudo, e chegou a calcetar no Carregado. Quando trabalhou nesta junta de freguesia, confessa que só não foi coveira nem eletricista. E deixa esta lição de vida - “Devemos aprender a fazer tudo e mais alguma coisa. É sempre bom!” Coisas estranhas no lixo já encontrou mas causa-lhe especial transtorno deparar-se, em alguns casos, “com tanta roupa deitada fora”. “Podiam dar esse tipo de bens às instituições ou às lojas sociais”. Na ficção por vezes há histórias de descobertas horripilantes em caixotes do lixo, mas a realidade é bem mais normal, e Maria da Graça revela que em 20 anos nunca se deparou com gatos mortos ou outros animais domésticos no âmbito das suas rotinas. “Se isso acontecesse o meu estômago dava logo a volta”, deduz, acompanhada pelas gargalhadas das colegas. Mas “vomitados no chão já é comum”. “As pessoas podiam ter um bocadinho mais de cuidado, e deveriam sentir-se bem com a nossa limpeza, mas isso não acontece. Temos tantos contentores do lixo para depósito dos lixos, mas enfiam tudo nas papeleiras, por exemplo”. A cantoneira com facilidade encontra garrafas de vidro nas papeleiras, e quando é o caso corre o risco ainda de se cortar. Maria de Jesus espera ficar na Câmara até morrer ou quanto muito até à reforma, o único senão é mesmo a falta de civismo. “Podiam respeitar um pouco mais a nossa limpeza”, deixa novamente o apelo.
O município de Alenquer assume que a área da limpeza urbana se constitui como um desafio dado seu território amplo. Neste âmbito, a Câmara alocou de forma exclusiva à limpeza urbana 22 trabalhadores, em que 14 estão alocados à limpeza manual, dois à limpeza mecanizada, e outros seis a trabalhos complementares das ações de limpeza. No ano que vem o município pretende reforçar as verbas para a componente da higiene e limpeza urbana, “agregando todas as rubricas e contabilizando também a verba aplicada aos recursos humanos, em que estamos perante um valor de 440 mil euros”. Além do valor das remunerações pagas aos quadros que se encontram alocados a estes serviços, estão neste montante previstos, ainda, os investimentos em equipamentos de limpeza, substituição de contentores subterrâneos, Projeto “Reciclar é Poupar”, encaminhamento e tratamento de resíduos e ainda demolição de infraestruturas com amianto e tratamento subsequente. Já no que toca às transferências para as juntas de freguesia (acordos de execução e contratos interadministrativos) o valor ronda um milhão 124 mil euros, “sendo previsível que este valor aumente já que a Câmara se encontra em negociação com as juntas de freguesia no sentido de ampliar as suas competências nas áreas em que esta ampliação faça sentido.”
O presidente da autarquia de Alenquer, Pedro Folgado, reforça que ao longo do mandato a Câmara já procedeu à renovação da frota para esta área. Recentemente foi adquirida uma varredoura mecânica nesse sentido, bem como uma retroescavadora. Também se conseguiu contratar novos trabalhadores tendo em conta que a lei o permite fazer desde que as autarquias não se encontrem em desequilíbrio financeiro. São 11 pessoas no total alocadas às freguesias de Alenquer e Carregado, nas restantes juntas o pessoal é contratado pelas mesmas.
O presidente da Câmara de Alenquer refere que a sensibilização e educação ambiental nas escolas é também uma das preocupações, bem como incutir hábitos de reciclagem, tendo em conta o aumento da tarifa dos resíduos sólidos urbanos. A Câmara reservou uma verba de 100 mil euros no orçamento para a aquisição de ecopontos no ano que vem. A Recolte é a empresa encarregue da recolha de lixo no concelho, e segundo a autarquia de 2015 para 2016 verificou-se um aumento da produção de resíduos indiferenciados e orgânicos não recicláveis, o que desde logo faz aumentar os custos por parte da autarquia. Só neste ano de janeiro a agosto, o montante gasto com este serviço foi de 479 mil euros. De janeiro a dezembro do ano passado foi de 730 mil euros, prevendo-se então que 2016 ultrapasse 2015, e em última análise possa tornar ainda mais premente a necessidade de reciclagem por parte da população, e a aposta nesta componente da parte do município, tendo como ponto de referência o aumento das tarifas.
O autarca desabafa que “as crianças mais pequeninas vão incorporando esta consciência ambiental, no sentido da reciclagem e de não poluirmos o ambiente e os nossos espaços públicos, levam esses ensinamentos para casa. mas ao longo dos anos isso vai-se perdendo, e por isso temos de trabalhar ainda mais a componente da educação ambiental”.
Proliferação de outdoors ilegais
Uma das principais debilidades ambientais do concelho prende-se com a enorme proliferação de outdoors, a maioria dos quais ilegais, que surgem quase como cogumelos da noite para o dia em rotundas e outros espaços mais movimentados. Pedro Folgado demonstra que este é também um combate a ser travado. “Temos trabalhado no sentido de legalizarem os outdoors. Está instalada essa cultura e há que atuar com mais rapidez, mas não é fácil identificar os responsáveis pela colocação desse género de publicidade”, refere. Em alguns casos, a Câmara teve de proceder à retirada dos outdoors
Para Ana Almeida, 37 anos, a trabalhar há dois meses neste setor e já contratada pela Câmara, a experiência está a revelar-se “como muito boa”. A cantoneira afirma que o trabalho em si “é complicado mas faz-se bem”. A discriminação, salienta, é um dos pontos negativos. “Por vezes perguntam-me se não tenho vergonha de andar na limpeza, e eu respondo- vergonha de quê?”. Encorajada para esta tarefa pela sua própria determinação, gosta sobretudo do contacto diário com as pessoas, porque “vejo gente diferente todos os dias”. Quando lhe perguntamos sobre o civismo dos transeuntes, avança convicta - “Não é nenhum!”. Geralmente, “são mal educados, mandam tudo para o chão, e não têm respeito pelo nosso trabalho”. Acaba por ser desesperante para esta cantoneira, verificar que mal acaba de limpar, “já está tudo sujo outra vez”. Quisemos saber o que de mais extravagante encontrou aquando das suas tarefas, mas movida pelo pudor, diz que nem quer comentar, e ri-se tal como as suas colegas que também fazem parte deste setor. “´Muito nojento”, conclui. A sua volta normalmente incide na zona de Paredes, “onde mal chego já há muito lixo para limpar, sobretudo na zona das escolas”. Pacotes de sumo, restos de comida, latas de coca cola, e um mar de beatas são desde há muito um clássico nas imediações dos estabelecimentos escolares de Paredes. O que vale mesmo é o convívio entre colegas. “Encontramo-nos à hora de almoço e são todas cinco estrelas”.
A decana da limpeza da Câmara de Alenquer é Maria da Graça de Jesus, 52 anos, há 20 anos a trabalhar neste setor. Primeiramente na freguesia do Carregado, mais recentemente em Alenquer. Em duas décadas que já leva a trabalhar na higiene e limpeza urbana desabafa que a palavra civismo não sofreu evoluções - “Não respeitam o nosso trabalho, mal limpamos já estão a atirar papéis para o chão, por vezes mesmo à nossa frente isso acontece. Recentemente um senhor fez isso, ainda o confrontei mas fez de conta que não ouviu”. Para esta operacional, este tipo de trabalho é encarado com sentido de dever - “Não desprezo aquilo que faço. Gosto que as pessoas se sintam bem com o meu trabalho, e já muitas me confessaram que o apreciam”. “Por vezes até brincam e dizem que tenho eletricidade na vassoura”. A cantoneira já fez um pouco de tudo, e chegou a calcetar no Carregado. Quando trabalhou nesta junta de freguesia, confessa que só não foi coveira nem eletricista. E deixa esta lição de vida - “Devemos aprender a fazer tudo e mais alguma coisa. É sempre bom!” Coisas estranhas no lixo já encontrou mas causa-lhe especial transtorno deparar-se, em alguns casos, “com tanta roupa deitada fora”. “Podiam dar esse tipo de bens às instituições ou às lojas sociais”. Na ficção por vezes há histórias de descobertas horripilantes em caixotes do lixo, mas a realidade é bem mais normal, e Maria da Graça revela que em 20 anos nunca se deparou com gatos mortos ou outros animais domésticos no âmbito das suas rotinas. “Se isso acontecesse o meu estômago dava logo a volta”, deduz, acompanhada pelas gargalhadas das colegas. Mas “vomitados no chão já é comum”. “As pessoas podiam ter um bocadinho mais de cuidado, e deveriam sentir-se bem com a nossa limpeza, mas isso não acontece. Temos tantos contentores do lixo para depósito dos lixos, mas enfiam tudo nas papeleiras, por exemplo”. A cantoneira com facilidade encontra garrafas de vidro nas papeleiras, e quando é o caso corre o risco ainda de se cortar. Maria de Jesus espera ficar na Câmara até morrer ou quanto muito até à reforma, o único senão é mesmo a falta de civismo. “Podiam respeitar um pouco mais a nossa limpeza”, deixa novamente o apelo.
O município de Alenquer assume que a área da limpeza urbana se constitui como um desafio dado seu território amplo. Neste âmbito, a Câmara alocou de forma exclusiva à limpeza urbana 22 trabalhadores, em que 14 estão alocados à limpeza manual, dois à limpeza mecanizada, e outros seis a trabalhos complementares das ações de limpeza. No ano que vem o município pretende reforçar as verbas para a componente da higiene e limpeza urbana, “agregando todas as rubricas e contabilizando também a verba aplicada aos recursos humanos, em que estamos perante um valor de 440 mil euros”. Além do valor das remunerações pagas aos quadros que se encontram alocados a estes serviços, estão neste montante previstos, ainda, os investimentos em equipamentos de limpeza, substituição de contentores subterrâneos, Projeto “Reciclar é Poupar”, encaminhamento e tratamento de resíduos e ainda demolição de infraestruturas com amianto e tratamento subsequente. Já no que toca às transferências para as juntas de freguesia (acordos de execução e contratos interadministrativos) o valor ronda um milhão 124 mil euros, “sendo previsível que este valor aumente já que a Câmara se encontra em negociação com as juntas de freguesia no sentido de ampliar as suas competências nas áreas em que esta ampliação faça sentido.”
O presidente da autarquia de Alenquer, Pedro Folgado, reforça que ao longo do mandato a Câmara já procedeu à renovação da frota para esta área. Recentemente foi adquirida uma varredoura mecânica nesse sentido, bem como uma retroescavadora. Também se conseguiu contratar novos trabalhadores tendo em conta que a lei o permite fazer desde que as autarquias não se encontrem em desequilíbrio financeiro. São 11 pessoas no total alocadas às freguesias de Alenquer e Carregado, nas restantes juntas o pessoal é contratado pelas mesmas.
O presidente da Câmara de Alenquer refere que a sensibilização e educação ambiental nas escolas é também uma das preocupações, bem como incutir hábitos de reciclagem, tendo em conta o aumento da tarifa dos resíduos sólidos urbanos. A Câmara reservou uma verba de 100 mil euros no orçamento para a aquisição de ecopontos no ano que vem. A Recolte é a empresa encarregue da recolha de lixo no concelho, e segundo a autarquia de 2015 para 2016 verificou-se um aumento da produção de resíduos indiferenciados e orgânicos não recicláveis, o que desde logo faz aumentar os custos por parte da autarquia. Só neste ano de janeiro a agosto, o montante gasto com este serviço foi de 479 mil euros. De janeiro a dezembro do ano passado foi de 730 mil euros, prevendo-se então que 2016 ultrapasse 2015, e em última análise possa tornar ainda mais premente a necessidade de reciclagem por parte da população, e a aposta nesta componente da parte do município, tendo como ponto de referência o aumento das tarifas.
O autarca desabafa que “as crianças mais pequeninas vão incorporando esta consciência ambiental, no sentido da reciclagem e de não poluirmos o ambiente e os nossos espaços públicos, levam esses ensinamentos para casa. mas ao longo dos anos isso vai-se perdendo, e por isso temos de trabalhar ainda mais a componente da educação ambiental”.
Proliferação de outdoors ilegais
Uma das principais debilidades ambientais do concelho prende-se com a enorme proliferação de outdoors, a maioria dos quais ilegais, que surgem quase como cogumelos da noite para o dia em rotundas e outros espaços mais movimentados. Pedro Folgado demonstra que este é também um combate a ser travado. “Temos trabalhado no sentido de legalizarem os outdoors. Está instalada essa cultura e há que atuar com mais rapidez, mas não é fácil identificar os responsáveis pela colocação desse género de publicidade”, refere. Em alguns casos, a Câmara teve de proceder à retirada dos outdoors
Azambuja
Higiene urbana é tema de conversa recorrente
No concelho de Azambuja, esta é uma questão que tem estado na ordem do dia e que já mereceu várias trocas de galhardetes, e acesas polémicas sobretudo entre o presidente da Câmara, Luís de Sousa, e a presidente da junta de freguesia de Azambuja, Inês Louro. Foi assim aquando da limpeza das ruas na feira de maio, bem como na questão da não disponibilização de trabalhadores pela Câmara, e com Inês Louro a exigir o que entende ser o devido por essa falha. Em maio, e em entrevista ao nosso jornal, a autarca falava em 36 mil euros de indemnização (correspondente a ano e meio de vencimentos com base no salário mínimo, subsídios, e outras regalias desses dois trabalhadores que nunca chegaram à junta).
Fomos para a rua ouvir alguns munícipes sobre o estado das ruas e outros espaços públicos de Azambuja. “A limpeza não é feita como deve ser. Uma porcaria”, refere Maria do Carmo que mora na Rua João Afonso Esteves que ainda assim reconhece alguma limpeza recente no local onde mora. “A rua está um pouco mais limpa, mas costuma apresentar-se com uma sujidade enorme”. No que toca aos contentores, o cenário não é mais famoso - “Cheios, cheiram mal e estão sujos”. A limpeza e higiene urbana da vila de Azambuja “antigamente andava melhor”, conclui.
A Câmara Municipal de Azambuja, através do vereador com o pelouro da higiene e limpeza urbana, Silvino Lúcio, não esconde que este é um dos aspetos que tem causado “problemas sérios”. Contudo, “é bom não esquecer que em alguns contentores se encontra de tudo”, e dá exemplos: “Tenho este pelouro há sete anos e já vi restos de obras, animais, livros, objetos metálicos, vidros e plásticos e por vezes com o ecoponto ali ao lado”. Apesar da incúria da população, “a Câmara tem, como não podia deixar de ser, chamado a atenção da empresa privada para a sua responsabilidade”. Numa das últimas reuniões de Câmara estas deficiências relacionadas com a recolha do lixo e limpeza dos contentores foram evidenciadas também pela oposição. António Jorge Lopes da coligação de centro direita falou das deficientes lavagens dos contentores por parte da Ecoambiente, sugerindo que a solução poderia passar pela liquidação das dívidas para com esta empresa. Luís de Sousa, presidente da Câmara, assegurou que a questão não é essa, dado que as dívidas estão pagas, mas concordou que é necessário voltar a chamar a atenção da empresa. O município, ainda em matéria de higiene urbana, estará a preparar-se, segundo o vice-presidente, para até final do mandato colocar mais uns conjuntos de ilhas de reciclagem, e ecopontos em locais de grande concentração de pessoas onde implicitamente se produz mais lixos. A Valorsul está a preparar o procedimento para o efeito.
Higiene urbana é tema de conversa recorrente
No concelho de Azambuja, esta é uma questão que tem estado na ordem do dia e que já mereceu várias trocas de galhardetes, e acesas polémicas sobretudo entre o presidente da Câmara, Luís de Sousa, e a presidente da junta de freguesia de Azambuja, Inês Louro. Foi assim aquando da limpeza das ruas na feira de maio, bem como na questão da não disponibilização de trabalhadores pela Câmara, e com Inês Louro a exigir o que entende ser o devido por essa falha. Em maio, e em entrevista ao nosso jornal, a autarca falava em 36 mil euros de indemnização (correspondente a ano e meio de vencimentos com base no salário mínimo, subsídios, e outras regalias desses dois trabalhadores que nunca chegaram à junta).
Fomos para a rua ouvir alguns munícipes sobre o estado das ruas e outros espaços públicos de Azambuja. “A limpeza não é feita como deve ser. Uma porcaria”, refere Maria do Carmo que mora na Rua João Afonso Esteves que ainda assim reconhece alguma limpeza recente no local onde mora. “A rua está um pouco mais limpa, mas costuma apresentar-se com uma sujidade enorme”. No que toca aos contentores, o cenário não é mais famoso - “Cheios, cheiram mal e estão sujos”. A limpeza e higiene urbana da vila de Azambuja “antigamente andava melhor”, conclui.
A Câmara Municipal de Azambuja, através do vereador com o pelouro da higiene e limpeza urbana, Silvino Lúcio, não esconde que este é um dos aspetos que tem causado “problemas sérios”. Contudo, “é bom não esquecer que em alguns contentores se encontra de tudo”, e dá exemplos: “Tenho este pelouro há sete anos e já vi restos de obras, animais, livros, objetos metálicos, vidros e plásticos e por vezes com o ecoponto ali ao lado”. Apesar da incúria da população, “a Câmara tem, como não podia deixar de ser, chamado a atenção da empresa privada para a sua responsabilidade”. Numa das últimas reuniões de Câmara estas deficiências relacionadas com a recolha do lixo e limpeza dos contentores foram evidenciadas também pela oposição. António Jorge Lopes da coligação de centro direita falou das deficientes lavagens dos contentores por parte da Ecoambiente, sugerindo que a solução poderia passar pela liquidação das dívidas para com esta empresa. Luís de Sousa, presidente da Câmara, assegurou que a questão não é essa, dado que as dívidas estão pagas, mas concordou que é necessário voltar a chamar a atenção da empresa. O município, ainda em matéria de higiene urbana, estará a preparar-se, segundo o vice-presidente, para até final do mandato colocar mais uns conjuntos de ilhas de reciclagem, e ecopontos em locais de grande concentração de pessoas onde implicitamente se produz mais lixos. A Valorsul está a preparar o procedimento para o efeito.
Ainda no nosso périplo pelas ruas de Azambuja encontrámos outra residente na vila: “Uma vergonha é só o que posso dizer. Penso que com esta nova direção da junta as coisas têm piorado bastante”, refere Vitória Cardoso que contudo também concorda que o civismo dos transeuntes anda cada vez pior, principalmente no que toca aos dejetos dos cães. Moradora na zona de Horta do Maia refere que na questão dos contentores não observa grandes problemas no local onde reside. “Estão limpinhos”. Mas nas ruas, “antigamente via-se que as pessoas a andavam todo o dia a limpar, e agora isso não acontece”.
“As ruas estão péssimas, e o que não falta por aí é lixo em todos os lados. Antigamente não era muito melhor, mas nesta altura piorou bastante”, diz, por seu turno, Manuel Arenque . No que respeita ao estado dos contentores, este morador na Rua dos Campinos é da opinião de que “ainda vão escapando”. José Silva, morador na Rua da Água Férrea, também dá a sua opinião - “Temos fases diferentes, com alturas em que as ruas andam mais limpas e outras onde se apresentam mais sujas. Sei também que há falta de pessoal e que apenas conseguem trazer para esta tarefa o pessoal do fundo de desemprego. Entendo que a Câmara e a junta deveriam meter mais pessoal nas limpezas”. Estes dois munícipes concordam que o civismo das pessoas também poderia ser melhor.
Neste momento e para fazer face a este dossier, a junta tem desde há algum tempo uma empresa privada a operar neste setor com três funcionários nas ruas da freguesia três vezes por semana. Inês Louro refere ainda que contratou dois novos funcionários em virtude da saída de dois que estavam antes no quadro. A junta recorre ainda à solução: desempregados do IEFP que também nesta autarquia tem dado um resultado muito aquém do esperado dada a frequência com que entram e pouco tempo depois abandonam este enquadramento sugerido pelo centro de emprego. “Recorrem com frequência a baixas e esse tipo de problemas estão sempre a acontecer”. A autarca é da opinião de que com a contratação da empresa, “as reclamações diminuíram significativamente”.
A junta diz ainda que não desiste dos dois trabalhadores a que tem direito por cedência do município, e “o respetivo valor da indemnização” por nunca terem chegado. Esse valor será de imediato, assegura a presidente da junta, para comprar “uma nova aspiradora porque a nossa está nas lonas”. Silvino Lúcio dá a notícia de que a Câmara pretende pagar “em euros os valores em falta devido à impossibilidade de colocar ao dispor da junta de freguesia os recursos humanos previamente acordados entre ambos. Podendo assim a junta de freguesia dar cumprimento ao acordo previamente efetuado com o município, e acabando de uma vez por todas com este conjunto de situações”.
Em jeito de balanço, Inês Louro agradece “a compreensão dos fregueses”. “Não pensem de forma nenhuma que me dá algum prazer as coisas não estarem devidamente cuidadas. Gostaria de cuidar de Azambuja como cuido da minha casa, mas sem ovos não se fazem omeletes”.
Outra preocupação no concelho de Azambuja relaciona-se com a questão da deposição de monstros nos locais mais inapropriados. Silvino Lúcio diz que esta é uma realidade assustadora e por isso aguarda “com expectativa muito alta a definição/clarificação por parte da administração central quanto à assinatura do protocolo de cedência dos antigos viveiros florestais localizados na Guarita para aí entre outras ações ligadas ao meio ambiente, implantarmos um centro de destroçamento de matérias verdes”,.
Não menos complicada é também a circunstância que se prende com a proliferação de dejetos caninos. Está à vista de todos esta realidade no Jardim Urbano Dr Joaquim Ramos, por exemplo. “Trata-se de uma situação assustadora e confrangedora assistir a esses casos em locais onde as crianças rolam, rebolam e brincam”. A Câmara vai colocar dispensadores de sacos para apanha de dejetos em locais previamente definidos para o efeito. “Faço votos que as pessoas lhes deem bom uso”, deixa a mensagem esperando que não se pratiquem atos de vandalismo tantas vezes associados a este tipo de equipamentos.
“As ruas estão péssimas, e o que não falta por aí é lixo em todos os lados. Antigamente não era muito melhor, mas nesta altura piorou bastante”, diz, por seu turno, Manuel Arenque . No que respeita ao estado dos contentores, este morador na Rua dos Campinos é da opinião de que “ainda vão escapando”. José Silva, morador na Rua da Água Férrea, também dá a sua opinião - “Temos fases diferentes, com alturas em que as ruas andam mais limpas e outras onde se apresentam mais sujas. Sei também que há falta de pessoal e que apenas conseguem trazer para esta tarefa o pessoal do fundo de desemprego. Entendo que a Câmara e a junta deveriam meter mais pessoal nas limpezas”. Estes dois munícipes concordam que o civismo das pessoas também poderia ser melhor.
Neste momento e para fazer face a este dossier, a junta tem desde há algum tempo uma empresa privada a operar neste setor com três funcionários nas ruas da freguesia três vezes por semana. Inês Louro refere ainda que contratou dois novos funcionários em virtude da saída de dois que estavam antes no quadro. A junta recorre ainda à solução: desempregados do IEFP que também nesta autarquia tem dado um resultado muito aquém do esperado dada a frequência com que entram e pouco tempo depois abandonam este enquadramento sugerido pelo centro de emprego. “Recorrem com frequência a baixas e esse tipo de problemas estão sempre a acontecer”. A autarca é da opinião de que com a contratação da empresa, “as reclamações diminuíram significativamente”.
A junta diz ainda que não desiste dos dois trabalhadores a que tem direito por cedência do município, e “o respetivo valor da indemnização” por nunca terem chegado. Esse valor será de imediato, assegura a presidente da junta, para comprar “uma nova aspiradora porque a nossa está nas lonas”. Silvino Lúcio dá a notícia de que a Câmara pretende pagar “em euros os valores em falta devido à impossibilidade de colocar ao dispor da junta de freguesia os recursos humanos previamente acordados entre ambos. Podendo assim a junta de freguesia dar cumprimento ao acordo previamente efetuado com o município, e acabando de uma vez por todas com este conjunto de situações”.
Em jeito de balanço, Inês Louro agradece “a compreensão dos fregueses”. “Não pensem de forma nenhuma que me dá algum prazer as coisas não estarem devidamente cuidadas. Gostaria de cuidar de Azambuja como cuido da minha casa, mas sem ovos não se fazem omeletes”.
Outra preocupação no concelho de Azambuja relaciona-se com a questão da deposição de monstros nos locais mais inapropriados. Silvino Lúcio diz que esta é uma realidade assustadora e por isso aguarda “com expectativa muito alta a definição/clarificação por parte da administração central quanto à assinatura do protocolo de cedência dos antigos viveiros florestais localizados na Guarita para aí entre outras ações ligadas ao meio ambiente, implantarmos um centro de destroçamento de matérias verdes”,.
Não menos complicada é também a circunstância que se prende com a proliferação de dejetos caninos. Está à vista de todos esta realidade no Jardim Urbano Dr Joaquim Ramos, por exemplo. “Trata-se de uma situação assustadora e confrangedora assistir a esses casos em locais onde as crianças rolam, rebolam e brincam”. A Câmara vai colocar dispensadores de sacos para apanha de dejetos em locais previamente definidos para o efeito. “Faço votos que as pessoas lhes deem bom uso”, deixa a mensagem esperando que não se pratiquem atos de vandalismo tantas vezes associados a este tipo de equipamentos.

Cartaxo ainda sofre com problemas mas tenta recuperar
No concelho do Cartaxo esta é uma área que também tem apresentado deficiências e lacunas de diversa ordem. Os últimos anos têm sido pródigos quanto à contestação da população que não tem hesitado em usar, em grande parte dos casos, as redes sociais para expressar a sua indignação seja por ruas sujas, contentores a abarrotar, maus cheiros variados, ou proliferação de matagais junto a urbanizações ou mesmo em espaços verdes. No início do mandato, a situação era de tal maneira flagrante que até o próprio presidente da Câmara, Pedro Ribeiro, funcionários e cidadãos no geral abraçaram a campanha “Rua Limpa- Todos Contam” em que num determinado dia se dedicavam a limpar as ruas, o cemitério local, entre outros espaços.
Pedro Ribeiro, em reunião do executivo, chegou a expressar a sua dificuldade em recrutar trabalhadores para a limpeza urbana na cidade do Cartaxo, dado o número de operacionais adstritos ser insuficiente, e a Câmara estar impedida de contratar. A solução passava por selecionar algumas pessoas em situação de desemprego enviadas pelo IEFP, ao abrigo de programas ocupacionais, mas tal revelou-se quase sempre uma alternativa pouco consistente com a entrada e saída permanentes desses abrangidos pela medida de emprego-inserção. Em declarações ao Valor Local, o presidente da Câmara refere que este quadro “melhorou bastante mas não estamos satisfeitos”. Como o novo Orçamento de Estado é mais flexível quanto à contratação pública de trabalhadores, o município pretende recrutar para os seus quadros os trabalhadores em falta já em 2017.
A autarquia refere que também tem tentado procurar atacar a realidade da abundância de matagais no concelho e adianta que no presente ano “batemos o recorde de notificações de proprietários para a limpeza dos seus terrenos”. Em 2012, a Câmara Municipal notificou cerca de duas dezenas de proprietários. Em 2016, foram 218 os proprietários; “com uma taxa de sucesso acima dos 80 por cento”. Naquilo que é responsabilidade direta do município para os espaços verdes, dada a” falta de recursos e perante a melhoria da situação financeira”, foi iniciado o procedimento para manutenção externa do Parque Central, Ponte da Pedra, Quinta da Cabreira e Pátio das Laranjeiras. Esta manutenção tem uma duração de dois anos e cobre cerca de 6,5 hectares dos 21 que o município tem a seu cargo.
Seria importante para a autarquia acautelar no futuro a existência de um ponto de receção de resíduos verdes bem como resíduos provenientes da atividade da construção. E neste aspeto, foi solicitada à Ecolezíria – Sistema Intermunicipal ao qual o Cartaxo pertence – “que a estação de transferência da Zona Industrial de Vila Chã de Ourique receba o Ecocentro”. “Queremos também através deste sistema intermunicipal, aumentar e melhorar o número de ecopontos, uma vez que aquilo que temos é em número muito insuficiente para as nossas necessidades”, acrescenta Pedro Ribeiro. Neste momento, a dívida do município àquela entidade é de um milhão 962 mil euros, sendo que um milhão 557 mil euros é dívida de capital, e 405 mil euros são juros de mora. Sendo que a autarquia se encontra a negociar o perdão de juros na sua totalidade ou de forma parcial.
Já no que respeita à frota automóvel e restante maquinaria colocada ao serviço deste setor, a Câmara refere que este parque tinha entre 12 a 17 anos. Foram adquiridas duas viaturas usadas “em bom estado o que nos permitiu acrescentar uma viatura à frota e substituir uma já existente”. No início do mandato existiam três viaturas operacionais, neste momento são quatro viaturas para os quatro circuitos. “Com a atual frota, e com as quatro equipas com horários desfasados, conseguimos, de forma significativa, minimizar falhas na recolha”, dá a conhecer.
No que concerne às juntas de freguesia do concelho, foi aprovado ao abrigo dos acordos de execução um montante de 206 mil 176 euros para a limpeza urbana e conservação e manutenção de espaços verdes, sendo que “tudo o que temos acordado tem sido pago a cada junta de freguesia”, ao contrário do que “se passou no anterior mandato”.
No concelho do Cartaxo esta é uma área que também tem apresentado deficiências e lacunas de diversa ordem. Os últimos anos têm sido pródigos quanto à contestação da população que não tem hesitado em usar, em grande parte dos casos, as redes sociais para expressar a sua indignação seja por ruas sujas, contentores a abarrotar, maus cheiros variados, ou proliferação de matagais junto a urbanizações ou mesmo em espaços verdes. No início do mandato, a situação era de tal maneira flagrante que até o próprio presidente da Câmara, Pedro Ribeiro, funcionários e cidadãos no geral abraçaram a campanha “Rua Limpa- Todos Contam” em que num determinado dia se dedicavam a limpar as ruas, o cemitério local, entre outros espaços.
Pedro Ribeiro, em reunião do executivo, chegou a expressar a sua dificuldade em recrutar trabalhadores para a limpeza urbana na cidade do Cartaxo, dado o número de operacionais adstritos ser insuficiente, e a Câmara estar impedida de contratar. A solução passava por selecionar algumas pessoas em situação de desemprego enviadas pelo IEFP, ao abrigo de programas ocupacionais, mas tal revelou-se quase sempre uma alternativa pouco consistente com a entrada e saída permanentes desses abrangidos pela medida de emprego-inserção. Em declarações ao Valor Local, o presidente da Câmara refere que este quadro “melhorou bastante mas não estamos satisfeitos”. Como o novo Orçamento de Estado é mais flexível quanto à contratação pública de trabalhadores, o município pretende recrutar para os seus quadros os trabalhadores em falta já em 2017.
A autarquia refere que também tem tentado procurar atacar a realidade da abundância de matagais no concelho e adianta que no presente ano “batemos o recorde de notificações de proprietários para a limpeza dos seus terrenos”. Em 2012, a Câmara Municipal notificou cerca de duas dezenas de proprietários. Em 2016, foram 218 os proprietários; “com uma taxa de sucesso acima dos 80 por cento”. Naquilo que é responsabilidade direta do município para os espaços verdes, dada a” falta de recursos e perante a melhoria da situação financeira”, foi iniciado o procedimento para manutenção externa do Parque Central, Ponte da Pedra, Quinta da Cabreira e Pátio das Laranjeiras. Esta manutenção tem uma duração de dois anos e cobre cerca de 6,5 hectares dos 21 que o município tem a seu cargo.
Seria importante para a autarquia acautelar no futuro a existência de um ponto de receção de resíduos verdes bem como resíduos provenientes da atividade da construção. E neste aspeto, foi solicitada à Ecolezíria – Sistema Intermunicipal ao qual o Cartaxo pertence – “que a estação de transferência da Zona Industrial de Vila Chã de Ourique receba o Ecocentro”. “Queremos também através deste sistema intermunicipal, aumentar e melhorar o número de ecopontos, uma vez que aquilo que temos é em número muito insuficiente para as nossas necessidades”, acrescenta Pedro Ribeiro. Neste momento, a dívida do município àquela entidade é de um milhão 962 mil euros, sendo que um milhão 557 mil euros é dívida de capital, e 405 mil euros são juros de mora. Sendo que a autarquia se encontra a negociar o perdão de juros na sua totalidade ou de forma parcial.
Já no que respeita à frota automóvel e restante maquinaria colocada ao serviço deste setor, a Câmara refere que este parque tinha entre 12 a 17 anos. Foram adquiridas duas viaturas usadas “em bom estado o que nos permitiu acrescentar uma viatura à frota e substituir uma já existente”. No início do mandato existiam três viaturas operacionais, neste momento são quatro viaturas para os quatro circuitos. “Com a atual frota, e com as quatro equipas com horários desfasados, conseguimos, de forma significativa, minimizar falhas na recolha”, dá a conhecer.
No que concerne às juntas de freguesia do concelho, foi aprovado ao abrigo dos acordos de execução um montante de 206 mil 176 euros para a limpeza urbana e conservação e manutenção de espaços verdes, sendo que “tudo o que temos acordado tem sido pago a cada junta de freguesia”, ao contrário do que “se passou no anterior mandato”.

Limpeza nas matas melhorou mas presidente da junta de Salvaterra/Foros diz que até uma vaca morta no caminho já viu
O concelho de Salvaterra de Magos chegou a ser pródigo na quantidade de lixeiras que iam proliferando em algumas freguesias. Esta é uma batalha que nunca mais vai acabar, e Manuel Bolieiro, presidente da União de Freguesias Salvaterra e Foros de Salvaterra, diz mesmo que até uma vaca morta deitada para a borda de um caminho já viu. A somar a isto, o facto de muitos terem construído vivendas com jardim, sobretudo em Foros , tem dado azo à produção dos denominados lixos verdes nem sempre devidamente acondicionados nos contentores.
O autarca considera que há quatro anos atrás, a situação deste setor no concelho apresentava-se como “gravíssima”. Os primeiros passos da junta em articulação com a Câmara foi no sentido de manter a freguesia limpa. Foi adquirida uma carrinha para a recolha de lixo junto dos contentores, diversas ferramentas, e a colocação de uma equipa permanente nas ruas que às segundas e terças recolhe ramos e verdes, e às quartas e quintas resíduos como sofás e madeiras. A colocação de lixos nos pinhais na sua opinião também tem sido minimizada, e “a diferença já se nota”. A construção de um ecocentro em Marinhais também contribuiu para essa melhoria, “com uma significativa adesão da população”. A junta colocou ainda ao serviço das pessoas um sistema de recolha de monos e eletrodomésticos, em conjunto com a Câmara, para se evitar a colocação junto aos contentores. Neste aspeto da recolha, a Câmara de Salvaterra junta - “Nos três anos de mandato que levamos tem sido uma das nossas apostas principais a recolha e o encaminhamento para tratamento dos resíduos sólidos urbanos, dos resíduos da construção, dos "monos", e das ramagens, entre outros”. Sendo assim “alargámos os dias de recolha, aumentámos em 20 por cento o número de recipientes de recolha, criámos recolha domiciliária”. Neste âmbito, “a Estação de Transferência de Marinhais contribuiu decididamente para travarmos o abandono anárquico de lixos junto às linhas de água, nas estradas e caminhos municipais e nas matas e charnecas do concelho”.
Simultaneamente a Câmara e a junta também fizeram operações de limpeza na Praia Doce, Bico da Goiva e Pinheiroca com a revitalização daquelas zonas ribeirinhas, “onde todas as expetativas foram superadas com a população a aderir aos locais com o respeito das regras elementares do civismo”. “Nunca pensei ser possível conseguirmos limpar estes locais dada a quantidade de silvas e de lixo mas deitámos mãos à obra”, assegura Bolieiro. O segredo para manter estas zonas limpas consiste em não deixar de olhar por elas, “e andar constantemente a limpar” mesmo após a época de verão.
Nesta união de freguesias, trabalham dois cantoneiros de limpeza a que se somam os trabalhadores enviados pelo centro de emprego. Contudo esta junta não faz a limpeza em todo o território porque a Câmara cuida de parte da limpeza. As tarefas estão divididas por zonas.
A Câmara Municipal de Salvaterra estima gastar em 2017 no tratamento de resíduos sólidos urbanos e na entrega para tratamento de outro tipo de lixos e resíduos a quantia de 600 mil euros. A este valor acresce os gastos e o custo das viaturas, as despesas com pessoal, a aquisição de recipientes de recolha, entre outros.
Incúria dos cidadãos desagrada cantoneiras
Luísa Teles é cantoneira da junta de Salvaterra/Foros e desabafa sobre a incúria dos cidadãos "que não hesitam em depositar os resíduos verdes no chão, ao invés de os colocarem dentro dos sacos ou no contentor, tendo em conta que isso tornaria a esta tarefa mais fácil”. “Elucidamos muitas vezes nesse sentido para que depositem esse tipo de resíduos devidamente acondicionados porque nem sempre conseguimos ir no próprio dia ao local, e torna-se difícil carregar esses lixos quando já estão secos". "Até chegamos a oferecer sacos para não perdermos tempo a apanhar os lixos”, acrescenta Manuel Bolieiro. Apesar de tudo, “houve melhorias neste aspeto por parte das pessoas, que já nos procuram”, acrescenta Luísa Teles que é cantoneira há dois anos. Gosta de fazer esta tarefa apesar de “passado pouco tempo da nossa limpeza, estar tudo sujo outra vez porque não há civismo”. Nessas alturas fica triste. Nos caixotes do lixo também se encontra de tudo um pouco “ até coisas novas o que denota a falta de consciência das pessoas”.
Nova nesta função, Maria Adelaide, também cantoneira na freguesia há quatro meses, refere que não tem notado preconceitos das pessoas em relação a quem cumpre este tipo de tarefas como antigamente. “Alguém tem de limpar”, e para já afirma-se satisfeita.
O concelho de Salvaterra de Magos chegou a ser pródigo na quantidade de lixeiras que iam proliferando em algumas freguesias. Esta é uma batalha que nunca mais vai acabar, e Manuel Bolieiro, presidente da União de Freguesias Salvaterra e Foros de Salvaterra, diz mesmo que até uma vaca morta deitada para a borda de um caminho já viu. A somar a isto, o facto de muitos terem construído vivendas com jardim, sobretudo em Foros , tem dado azo à produção dos denominados lixos verdes nem sempre devidamente acondicionados nos contentores.
O autarca considera que há quatro anos atrás, a situação deste setor no concelho apresentava-se como “gravíssima”. Os primeiros passos da junta em articulação com a Câmara foi no sentido de manter a freguesia limpa. Foi adquirida uma carrinha para a recolha de lixo junto dos contentores, diversas ferramentas, e a colocação de uma equipa permanente nas ruas que às segundas e terças recolhe ramos e verdes, e às quartas e quintas resíduos como sofás e madeiras. A colocação de lixos nos pinhais na sua opinião também tem sido minimizada, e “a diferença já se nota”. A construção de um ecocentro em Marinhais também contribuiu para essa melhoria, “com uma significativa adesão da população”. A junta colocou ainda ao serviço das pessoas um sistema de recolha de monos e eletrodomésticos, em conjunto com a Câmara, para se evitar a colocação junto aos contentores. Neste aspeto da recolha, a Câmara de Salvaterra junta - “Nos três anos de mandato que levamos tem sido uma das nossas apostas principais a recolha e o encaminhamento para tratamento dos resíduos sólidos urbanos, dos resíduos da construção, dos "monos", e das ramagens, entre outros”. Sendo assim “alargámos os dias de recolha, aumentámos em 20 por cento o número de recipientes de recolha, criámos recolha domiciliária”. Neste âmbito, “a Estação de Transferência de Marinhais contribuiu decididamente para travarmos o abandono anárquico de lixos junto às linhas de água, nas estradas e caminhos municipais e nas matas e charnecas do concelho”.
Simultaneamente a Câmara e a junta também fizeram operações de limpeza na Praia Doce, Bico da Goiva e Pinheiroca com a revitalização daquelas zonas ribeirinhas, “onde todas as expetativas foram superadas com a população a aderir aos locais com o respeito das regras elementares do civismo”. “Nunca pensei ser possível conseguirmos limpar estes locais dada a quantidade de silvas e de lixo mas deitámos mãos à obra”, assegura Bolieiro. O segredo para manter estas zonas limpas consiste em não deixar de olhar por elas, “e andar constantemente a limpar” mesmo após a época de verão.
Nesta união de freguesias, trabalham dois cantoneiros de limpeza a que se somam os trabalhadores enviados pelo centro de emprego. Contudo esta junta não faz a limpeza em todo o território porque a Câmara cuida de parte da limpeza. As tarefas estão divididas por zonas.
A Câmara Municipal de Salvaterra estima gastar em 2017 no tratamento de resíduos sólidos urbanos e na entrega para tratamento de outro tipo de lixos e resíduos a quantia de 600 mil euros. A este valor acresce os gastos e o custo das viaturas, as despesas com pessoal, a aquisição de recipientes de recolha, entre outros.
Incúria dos cidadãos desagrada cantoneiras
Luísa Teles é cantoneira da junta de Salvaterra/Foros e desabafa sobre a incúria dos cidadãos "que não hesitam em depositar os resíduos verdes no chão, ao invés de os colocarem dentro dos sacos ou no contentor, tendo em conta que isso tornaria a esta tarefa mais fácil”. “Elucidamos muitas vezes nesse sentido para que depositem esse tipo de resíduos devidamente acondicionados porque nem sempre conseguimos ir no próprio dia ao local, e torna-se difícil carregar esses lixos quando já estão secos". "Até chegamos a oferecer sacos para não perdermos tempo a apanhar os lixos”, acrescenta Manuel Bolieiro. Apesar de tudo, “houve melhorias neste aspeto por parte das pessoas, que já nos procuram”, acrescenta Luísa Teles que é cantoneira há dois anos. Gosta de fazer esta tarefa apesar de “passado pouco tempo da nossa limpeza, estar tudo sujo outra vez porque não há civismo”. Nessas alturas fica triste. Nos caixotes do lixo também se encontra de tudo um pouco “ até coisas novas o que denota a falta de consciência das pessoas”.
Nova nesta função, Maria Adelaide, também cantoneira na freguesia há quatro meses, refere que não tem notado preconceitos das pessoas em relação a quem cumpre este tipo de tarefas como antigamente. “Alguém tem de limpar”, e para já afirma-se satisfeita.

Póvoa, Forte da Casa e Vialonga
Sul do concelho de Vila Franca de Xira é considerada zona crítica
A zona sul do concelho de Vila Franca de Xira é tida como especialmente crítica em matéria de higiene e limpeza urbana. Para piorar o estado de coisas com alguma frequência se tem assistido a questões com os funcionários da limpeza que reclamam por mais condições de trabalho por parte do município.
A freguesia da Póvoa de Santa Iria é apontada como uma das que observa este tipo de lacunas (ver fotos acima). Vasco Jesus reside na Póvoa de Santa Iria e confessa à nossa reportagem que já teve de comparecer em algumas reuniões da junta de freguesia para reclamar das condições de limpeza da Urbanização Pretas do Morgado onde reside.
Com frequência encontra desde ervas daninhas nos passeios, até falta de limpeza no geral principalmente na zona das condutas da EPAL onde abundam ratos e cobras. “Já ouvi dizer que é da responsabilidade da Câmara mas deveriam fazer alguma coisa”, refere. Por outro lado, nos terrenos envolventes a algumas urbanizações os arranjos urbanísticos não foram terminados pelos promotores, pelo que “alguns habitantes deitaram mãos à obra e fizeram pequenos jardins”, nomeadamente em Pretas do Morgado. Onde isso não acontece o quadro revela-se da pior forma possível com o crescimento de gigantescos matagais. “Dá mau aspeto”, diz.
O morador informa que após dar conta dos casos que mais afligem a população do bairro junto da autarquia da Póvoa, “mesmo assim, e quase sempre, demoram muito tempo até virem solucionar por completo o problema”. “Só após ter exposto as questões em reunião da junta é que começaram a vir ao meu bairro com mais regularidade, mesmo assim apenas vieram limpar após um mês da minha ida a essa sessão”. A junta procurou justificar-se perante o morador alegando que existe uma escassez de pessoal. Vasco Jesus foi informado ainda de que para aquele bairro existe apenas uma cantoneira, e apenas uma vez por semana. “Confesso que só vejo limpeza nas zonas mais movimentadas, há bairros um pouco esquecidos na Póvoa”.
Confrontado pelo Valor Local, o presidente da União de Freguesias Póvoa-Forte, Jorge Ribeiro, começa por referir que a junta já deu início à cura de ervas daninhas nos passeios tendo em conta que tem sido referida esta componente da limpeza urbana como uma das situações a corrigir. “Apenas há algumas semanas atrás conseguimos habilitar uma equipa com formação para fazer a aplicação de produtos fitossanitários. Se porventura temos um défice nessa questão, tentamos a seguir recuperar”, deduz.
Tendo em conta a proliferação de vegetação e a necessidade de corte desse mato, o presidente da junta diz que há mais entidades com responsabilidades como a Câmara de Vila Franca, e sobretudo a EPAL, cuja “atuação deveria ser mais regular”. Por outro lado, “há particulares que têm de ser notificados pelo município para operarem no sentido da manutenção dos seus lotes para procederem a essa desmatação”. E conclui: “Se todos cumprirem o seu papel teremos uma freguesia limpa”.
No caso das urbanizações ainda não rececionadas pela Câmara Municipal, a autarquia de Vila Franca refere que procede à notificação dos promotores no sentido de assumirem as suas responsabilidades. “A Câmara Municipal tem vindo a acionar as garantias bancárias a fim de se concluírem as infraestruturas de urbanização”, diz.
Na freguesia do Forte da Casa, o Valor Local constatou através de uma publicação no facebook a recorrente colocação de madeiras, colchões e papéis num dos jardins da Rua Baptista Pereira, com vários moradores indignados com a situação. “Trata-se de um caso de falta de civismo das pessoas porque a Câmara Municipal tem dias próprios de recolha desses monstros, à quarta e quinta feira na Póvoa e segunda e terça no Forte da Casa”, informa o presidente da junta, e constata: “As pessoas podiam aguardar mais uns dias e colocar apenas esses monos no dia da recolha mas não o fazem, preferem esse tipo de atitude de falta de civismo. A mesma coisa se passa com a questão dos dejetos caninos, o arremessar de lixo doméstico pela janela fora, ou o deitar lixo para o chão”.
A União de Freguesias de Póvoa-Forte possui entre 18 a 20 pessoas na limpeza das ruas, com sensivelmente “os mesmos meios existentes antes da fusão de freguesias”, diz Ribeiro. Contornar esta dificuldade não foi fácil, tendo em conta a impossibilidade de contratação, e quando a junta “chegou a ter de aguardar quase quatro meses até que o centro de emprego conseguisse enviar as pessoas destinadas a preencher as vagas no setor da limpeza no âmbito dos programas ocupacionais”. “Gostaríamos de ser mais eficazes mas sem omeletes não se fazem ovos”, desabafa. Para fazer face ao estado de coisas, seriam necessários mais 15 trabalhadores só na limpeza, e mais alguns na área da jardinagem, “porque entre mato e zonas verdes temos mais de meio milhão de metros quadrados por tratar”, e “só com 10 a 11 pessoas”. Mas ressalva - “A freguesia não está no estado de abandono que por vezes querem fazer passar. Temos noção de que há trabalho para fazer, mas os meios que temos não nos permitem sermos mais rápidos, e apenas com o nosso pessoal”. Jorge Ribeiro deixa ainda o apelo - “Se há reclamações não deixem de nos enviar essa informação. Temos facebook, e todos os meios à disposição”.
Presidente da Junta de Vialonga desesperado com a questão dos dejetos caninos
A freguesia de Vialonga também é das mais críticas no aspeto da proliferação de matagais, e vegetação no geral. A limpeza urbana também nesta localidade poderia sofrer melhorias, e José António Gomes, presidente da junta, refere a necessidade de mais meios humanos. Também aqui se recorre aos desempregados enviados pelo Instituto de Emprego e Formação Profissional. “É com estas pessoas que temos feito os trabalhos de cantonagem”, revelando-se esta solução como precária. Estão alocadas à limpeza urbana 15 pessoas no total, e com média de idades elevada. Seriam necessárias mais 10 para colmatar as lacunas existentes.
O presidente da junta refere que um dos principais combates prende-se com os dejetos dos animais, em áreas como a Marinhota. “Este problema é impressionante, desde jardins a zonas relvadas. Torna-se impossível levar as crianças a estes locais, porque as pessoas gostam muito dos seus animais mas esquecem-se dos outros”, não tem dúvidas em salientar. Ações de sensibilização já foram efetuadas mas sem sucesso, com a tradicional distribuição de folhetos porta-a-porta. “Infelizmente quando nos dirigimos às pessoas que têm animais somos maltratados”, continua a desabafar. “Já cheguei a abordar um cidadão tendo em conta essa questão de as crianças também usarem o espaço público onde os animais defecam, e muito ofendido respondeu porque razão estava eu preocupado quando ele tem dois filhos e não se preocupa”.
Em algumas zonas desta freguesia aguarda-se também há anos pela conclusão dos arranjos urbanísticos com respetivos espaços verdes na zona do Parque Residencial e na do Parque de Olival de Fora, “onde há muitos anos predominam os matagais ao invés de jardins”. “Já esteve em condições, mas as pessoas destruíram tudo e a junta tem procurado minimizar aquele impacto”.
STAL indignado com atitude do presidente da Câmara de Vila Franca
Recentemente, os problemas de limpeza no concelho de Vila Franca de Xira extremaram-se tendo em conta a tomada de posição por parte do presidente da Câmara Municipal, Alberto Mesquita, em relação aos trabalhadores. Numa reunião de Câmara, Mesquita atribuiu os problemas existentes na recolha do lixo a um número elevado e recorrente de situações relacionadas com baixas por doença e licenças de maternidade dos trabalhadores, chegando mesmo a alegar a possibilidade de concessionar este setor a um privado. Através de comunicado, o Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local e Regional (STAL) insurgiu-se contra a autarquia, e em declarações ao Valor Local, Ludgero Pintão, daquele sindicato refere que se alguma coisa corre mal neste setor não é por culpa dos funcionários mas devido ao desinvestimento da Câmara em novas viaturas e ao insuficiente número de trabalhadores, e como tal a solução deverá passar, na opinião do sindicalista, pela “aquisição de novos equipamentos e pela abertura de concursos para mais pessoal”. “Sabemos que a Câmara já se reuniu com os trabalhadores a elogiar as benfeitorias que fez de maneira a minimizar a ação do STAL que, em devido tempo, chegou a entregar um caderno reivindicativo com as necessidades do setor”.
Perante a questão que incide sobre a necessidade de mais investimento, o município de Vila Franca responde que no próximo ano vai manter esse mesmo investimento neste setor, considerando como “elevada” a contribuição para a limpeza e higiene urbanas, e que passará pela aquisição de mais duas viaturas de 26 toneladas para recolha de resíduos seletivos; a continuação da instalação de ihas ecológicas em todo o concelho (47 de indiferenciados, 20 de vidro, 20 de embalagens e 20 de papel/cartão) ou a continuação da substituição gradual dos contentores tradicionais por novos equipamentos para deposição de resíduos urbanos indiferenciados.
Ludgero Pintão refere ainda que seriam necessários cerca de 20 trabalhadores por turno, e de certa forma mais organização dos circuitos, e pede ao presidente da Câmara para repensar nas suas declarações. “Não se pode culpar os trabalhadores pública e injustamente”, deduz. Nesta perspetiva, a Câmara salienta que o município tem 61 colaboradores, entre motoristas e cantoneiros. Sendo que na área de desmatações, desbaratizações e desratizações, existem ainda procedimentos de prestação de serviços externos. Ainda em resposta ao representante do STAL, a Câmara conclui que “o investimento neste sector de intervenção municipal é muito significativo e está a vista de todos, sendo indesmentível. O que foi afirmado publicamente, de forma perentória, é que o serviço de recolha de resíduos urbanos continuará a ser desenvolvido, como até aqui, diretamente pelos serviços municipais.”, desmentindo a hipótese de ser concessionado.
A verba do orçamento municipal correspondente a esta área para 2017 ultrapassa segundo as contas do município os três milhões 210 mil euros. Entre acordos de execução e contratos interadministrativos é transferido um valor global superior a 3,5 milhões de euros para as Uniões de Freguesia e Juntas de Freguesia.

Câmara de Benavente vai apostar na sensibilização ambiental e em coimas para quem prevaricar
Numa das últimas reuniões de Câmara, o vereador do PSD Ricardo Oliveira alertou para a deficiente higiene urbana, em que o lixo no chão é uma realidade “para quem entra no município a partir da Reta do Cabo”. Contentores cheios, e monos junto aos mesmos, tornam este “um cenário que não é desejável para o município”. Um estado de coisas que segundo Oliveira se estende a Benavente, Santo Estevão e Barrosa. Esta realidade também pôde ser constatada aquando da reportagem/destaque de edição do mês de outubro levada a cabo pelo nosso jornal numa incursão aos armazéns chineses do Porto Alto.
Para fazer face a este estado de coisas, o município assegura ao Valor Local que em 2017, a Câmara vai adquirir 50 novos contentores e uma nova viatura de nove toneladas (equipada com sistema de elevação para grua). A melhoria neste setor deverá passar ainda pela aquisição de um conjunto de ecopontos com o objetivo de substituir os que se encontram danificados bem como algumas ilhas ecológicas.
“A Câmara Municipal recrutou também para o seu quadro alguns cantoneiros com funções na recolha diária de resíduos sólidos urbanos, também alguns roçadores para o corte de ervas e que estarão em permanência no município, sendo que, igualmente, está a decorrer um concurso público para recrutar mais alguns motoristas de pesados que vão conduzir a frota de camiões para essa recolha”, acrescenta Carlos Coutinho, presidente da Câmara. No total a Câmara tem 35 trabalhadores adstritos a este setor a que se juntam os 25 cantoneiros que são contratados pela empresa encarregue da limpeza urbana do município desde fevereiro de 2015.
A autarquia reconhece as críticas e as dificuldades sentidas no quadro deste estado de coisas, mas reflete que em certa medida os constrangimentos sentidos nos últimos anos quanto à contratação de novos trabalhadores também tem condicionado a ação da Câmara. “Por esse motivo, o resultado não é aquele que gostaríamos de apresentar mas é fruto das circunstâncias adversas”, desabafa salvaguardando que 2017 poderá funcionar como um ano de viragem no setor.
À semelhança dos municípios do Cartaxo e de Salvaterra de Magos, também Benavente está na expetativa quanto à nova empresa municipal de recolha e tratamento de lixos, numa altura em que se prescindiu do parceiro privado. Neste âmbito, Benavente espera que a Ecolezíria possa rentabilizar os seus recursos, nomeadamente, aumentar a recolha seletiva e sua valorização por forma a que os custos de exploração possam ser reduzidos, e que seja prestado um melhor serviço à população.
O orçamento da Câmara de Benavente para 2017 no setor da higiene e limpeza urbana é de 952 mil 200 euros para a deposição de resíduos e recolha selectiva através da empresa intermunicipal Ecolezíria e o pagamento à empresa de prestação de serviços que faz a limpeza diária das ruas. A este valor acresce cerca de 570 mil euros para: materiais; combustível; seguros de frota e de pessoal; conservação e reparação de viaturas e equipamentos resíduos sólidos urbanos; pessoal, amortizações e quota da Resiurb.
A Câmara Municipal face às dificuldades nesta componente está a preparar uma “grande ação de sensibilização pública que vai brevemente ser aprovada em reunião de Câmara”, com a implementação do novo Regulamente de Resíduos Sólidos Urbanos e Higiene Pública, “e que terá que ser cumprido para que deixem de existir tantos problemas com a deposição do lixo e a utilização dos espaços públicos que a todos pertencem”. “Esta campanha vai permitir que todos conheçam os seus deveres nesta matéria, as práticas não devidas e as coimas que serão aplicadas”, refere Coutinho. Esta ação será ainda desenvolvida junto das escolas, mas é dirigida a toda a população com a ajuda de outdoors, flyers, cartazes, livros, entre outros meios de informação. “Pretendemos que todos os munícipes fiquem devidamente informados e que nos ajudem a manter o município limpo e com um ambiente saudável.”
Numa das últimas reuniões de Câmara, o vereador do PSD Ricardo Oliveira alertou para a deficiente higiene urbana, em que o lixo no chão é uma realidade “para quem entra no município a partir da Reta do Cabo”. Contentores cheios, e monos junto aos mesmos, tornam este “um cenário que não é desejável para o município”. Um estado de coisas que segundo Oliveira se estende a Benavente, Santo Estevão e Barrosa. Esta realidade também pôde ser constatada aquando da reportagem/destaque de edição do mês de outubro levada a cabo pelo nosso jornal numa incursão aos armazéns chineses do Porto Alto.
Para fazer face a este estado de coisas, o município assegura ao Valor Local que em 2017, a Câmara vai adquirir 50 novos contentores e uma nova viatura de nove toneladas (equipada com sistema de elevação para grua). A melhoria neste setor deverá passar ainda pela aquisição de um conjunto de ecopontos com o objetivo de substituir os que se encontram danificados bem como algumas ilhas ecológicas.
“A Câmara Municipal recrutou também para o seu quadro alguns cantoneiros com funções na recolha diária de resíduos sólidos urbanos, também alguns roçadores para o corte de ervas e que estarão em permanência no município, sendo que, igualmente, está a decorrer um concurso público para recrutar mais alguns motoristas de pesados que vão conduzir a frota de camiões para essa recolha”, acrescenta Carlos Coutinho, presidente da Câmara. No total a Câmara tem 35 trabalhadores adstritos a este setor a que se juntam os 25 cantoneiros que são contratados pela empresa encarregue da limpeza urbana do município desde fevereiro de 2015.
A autarquia reconhece as críticas e as dificuldades sentidas no quadro deste estado de coisas, mas reflete que em certa medida os constrangimentos sentidos nos últimos anos quanto à contratação de novos trabalhadores também tem condicionado a ação da Câmara. “Por esse motivo, o resultado não é aquele que gostaríamos de apresentar mas é fruto das circunstâncias adversas”, desabafa salvaguardando que 2017 poderá funcionar como um ano de viragem no setor.
À semelhança dos municípios do Cartaxo e de Salvaterra de Magos, também Benavente está na expetativa quanto à nova empresa municipal de recolha e tratamento de lixos, numa altura em que se prescindiu do parceiro privado. Neste âmbito, Benavente espera que a Ecolezíria possa rentabilizar os seus recursos, nomeadamente, aumentar a recolha seletiva e sua valorização por forma a que os custos de exploração possam ser reduzidos, e que seja prestado um melhor serviço à população.
O orçamento da Câmara de Benavente para 2017 no setor da higiene e limpeza urbana é de 952 mil 200 euros para a deposição de resíduos e recolha selectiva através da empresa intermunicipal Ecolezíria e o pagamento à empresa de prestação de serviços que faz a limpeza diária das ruas. A este valor acresce cerca de 570 mil euros para: materiais; combustível; seguros de frota e de pessoal; conservação e reparação de viaturas e equipamentos resíduos sólidos urbanos; pessoal, amortizações e quota da Resiurb.
A Câmara Municipal face às dificuldades nesta componente está a preparar uma “grande ação de sensibilização pública que vai brevemente ser aprovada em reunião de Câmara”, com a implementação do novo Regulamente de Resíduos Sólidos Urbanos e Higiene Pública, “e que terá que ser cumprido para que deixem de existir tantos problemas com a deposição do lixo e a utilização dos espaços públicos que a todos pertencem”. “Esta campanha vai permitir que todos conheçam os seus deveres nesta matéria, as práticas não devidas e as coimas que serão aplicadas”, refere Coutinho. Esta ação será ainda desenvolvida junto das escolas, mas é dirigida a toda a população com a ajuda de outdoors, flyers, cartazes, livros, entre outros meios de informação. “Pretendemos que todos os munícipes fiquem devidamente informados e que nos ajudem a manter o município limpo e com um ambiente saudável.”
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