História da Igreja de Vale da Pedra retratada em livro
Obra da historiadora Ana Carina Azevedo apresentada recentemente
|04 Abr 2022 10:15
Sílvia Carvalho d'Almeida Foi a convite da paróquia de Vale da Pedra, no Concelho do Cartaxo, através do Padre Miguel Ângelo, que Ana Carina Azevedo, historiadora, aceitou investigar e escrever o livro “O Vale da Pedra e a criação da paróquia. Uma igreja desejada pelo povo”. A obra, que foi recentemente apresentada num evento que ocorreu no Centro Social Cultural e Recreativo de Vale da Pedra e Ponte do Reguengo, contou com a presença do Bispo de Santarém, D. José Traquina.
A ideia surgiu pouco antes da pandemia de Covid-19, em 2020, quando a paróquia celebrou o seu aniversário. Ana Carina, teve por isso, o seu trabalho dificultado, já que foi mais difícil reunir com as pessoas, testemunhas dos factos que pretendia relatar, para entrevistas, uma vez que as recomendações de saúde estavam em primeiro lugar. Para a investigação, recorreu ainda a documentação da própria paróquia e do arquivo distrital, e todo o processo, desde o primeiro dia até ao lançamento do livro, demorou cerca de dois anos. O que pretendeu focar na obra, não foram tanto os factos ocorridos durante os 25 anos de vida da paróquia, mas todo o percurso que levou à sua criação, desde a formação da comunidade cristã na região, à construção da igreja. A paróquia, que foi criada em 1995, surgiu quando se deu "um desenvolvimento populacional muito grande na região", quando a condição de haver já uma comunidade cristã pré-existente, estava satisfeita. Com efeito, esta comunidade, que pertencia inicialmente à paróquia de Pontével, cresceu, com a vinda de fiéis dos territórios da Beira Baixa, e a eucaristia passou muitas vezes a ser celebrada em Vale da Pedra, por vezes em “espaços particulares”, revela o Padre Miguel Ângelo. Segundo o sacerdote, estas pessoas, que sentem a fé de uma maneira “diferente da ribatejana”, sentiam uma necessidade acrescida de “ter um espaço sagrado” próprio para as celebrações religiosas, até porque “antigamente as deslocações eram mais difíceis” sendo que “a igreja matriz, a de Pontével, é a cerca de 12 quilómetros e a de Valada, a cerca de seis, "o que para nós hoje em dia é pouco, mas na altura era bastante, já que a maioria das pessoas não tinha transporte próprio”. Para Ana Carina, “tudo decorreu em paralelo, desde a vontade de criação de uma nova freguesia, até ao desejo de criar um novo centro de sociabilidade que acabou por ser o centro social e recreativo, que levou à criação da capela, depois a igreja, e por fim a paróquia”, tal como descrito no primeiro capítulo do livro. O segundo capítulo trata do crescimento da paróquia, desde as evangelizações, muitas vezes levadas a cabo pelos missionários, na rua, e pelo surgimento das primeiras catequeses. A partir deste ponto, “o livro avança para a construção da igreja, e constituição da paróquia”. A freguesia de Vale da Pedra, tem cerca de 1700 habitantes. Segundo o Padre Miguel Ângelo, a comunidade católica praticante no pós- pandemia, conta com cerca de 70 a 100 pessoas, o que no seu entender é difícil precisar, já que a capacidade de mobilidade das populações é maior nos tempos que correm. Sente que a diminuição do número de fiéis, em geral, ao longo do tempo, "se deve a uma secularização das instituições". No entanto, realça que "a igreja não é uma ilha" e que o decréscimo populacional a que se tem assistido também se reflete nestes números. Acrescenta ainda, que a paróquia de Vale da Pedra, "tem uma comunidade de voluntários" que se envolve ativamente nas atividades, "muito satisfatória". Reflete ainda que durante a pandemia, com os confinamentos que existiram, "se perderam muitos hábitos de socialização". Acerca dos mais recentes acontecimentos internacionais, de guerra na Europa, diz-nos que o que está a faltar no mundo "é o que sempre faltou, a capacidade do ser humano superar o egoísmo natural que existe nele" o que quando se eleva ao relacionamento entre países, "levado ao extremo, resulta no desrespeito pela liberdade dos outros, pelo seu bem e segurança", o que reflete "uma cobiça exacerbada". Tem esperança que não se inicie um novo conflito em território europeu, que seria "uma tragédia". O caminho para ultrapassarmos este condicionalismo passaria no seu entender por "olharmos para Jesus Cristo, e não nos concentrarmos unicamente no nosso bem, mas também termos a capacidade de nos desfocarmos e observarmos o bem do outro". |
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