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Hospital de Vila Franca alerta para perigos do cigarro eletrónicoUnidade hospitalar regista cerca de 300 casos de primeira consulta de cessação tabágica atualmente
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Sílvia Agostinho
04-10-2019 às 14:52 |
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Os médicos pneumologistas estão a desaconselhar o uso do cigarro eletrónico. Aquele que até há pouco tempo era visto como um mal menor para quem não conseguia deixar o vício de fumar, é encarado, atualmente, como uma séria ameaça à saúde humana, ao mesmo nível do cigarro comum. Tendo em conta as mais recentes notícias que davam conta da morte por pneumonia de utilizadores de cigarro eletrónico nos Estados Unidos, o Hospital de Vila Franca de Xira promoveu um curso de cessação tabágica dirigido a profissionais daquela unidade hospitalar mas também junto dos que trabalham nos centros de saúde da região.
Paula Rosa, médica pneumologista no Hospital de Vila Franca de Xira, refere que a notícia não é uma total novidade, porque a comunidade médica já estaria consciente dos perigos do cigarro eletrónico. A médica especialista elucida que os casos de pneumonia associados a este consumo possuem sintomas bastante severos, tendo em conta a presença de substâncias de caráter lipídico naquele produto que causam dificuldades respiratórias, tosse, febre, náuseas, vómitos. Foram descritos até à data oito casos de mortes associadas àquela sintomatologia e ao consumo dos ditos cigarros eletrónicos, que comporta diversas substâncias, “e por vezes até algumas que são adulteradas pelo consumidor”, também “compradas de forma irregular”, o que faz elevar o nível de preocupação quanto aos malefícios desta forma de fumar. “No fundo ainda não sabemos se o risco é o mesmo ou não, porque o cancro (mais associado ao consumo dos cigarros tradicionais) só aparece ao fim de décadas, contudo o que acontece, nesta altura, é o aparecimento de outras doenças, como a pneumonia, que não estava ligada ao cigarro tradicional, e por isso até pode haver um maior potencial de risco nos cigarros eletrónicos”. |
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O hospital de Vila Franca regista cerca de 300 casos de primeira consulta de cessação tabágica atualmente. Sendo que já apareceram casos de pessoas que querem, justamente, deixar de fumar o cigarro eletrónico. Face a este quadro, “há a necessidade de reforçarmos o aviso quanto aos perigos deste consumo”. A esta unidade hospitalar chegam à consulta mais homens do que mulheres, e sobretudo utentes já com um quadro clínico agravado, sendo portadores de doença obstrutiva crónica, problemas cardiovasculares, e encaminhados por outras especialidades. Situam-se na faixa etária dos 50 aos 60 anos de idade.
No dia um de janeiro de 2018, entrou em vigor a nova lei que equipara o cigarro eletrónico ao cigarro comum, e ao tabaco aquecido. A especialista enfatiza a atração que esta forma de fumar, (o cigarro eletrónico surgiu em 2007) exerce junto dos jovens com a venda do produto associada à possibilidade de escolha de sabores a doces e a frutas o que face aos dados presentes é algo que faz soar todas as campainhas. Um recente estudo da Jama Pediatrics relativo ao consumo de cigarros eletrónicos pelos mais jovens nos Estados Unidos referia que os seu consumo entre estudantes do ensino secundário aumentou quase 80 por cento (entre 2017 a 2018) com o aparecimento de novos dispositivos. |
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