Hospital de Vila Franca vai contar com mamografia digital
A consulta é multidisciplinar e permite logo a partir do primeiro dia em que as pessoas chegam, fazerem a biópsia de uma lesão suspeita que possa ser cancro de mama
|19 Jul 2022 10:36
Sílvia Agostinho O Hospital de Vila Franca de Xira vai contar, ainda este ano, com a criação de uma Unidade Autónoma de Mama, um chapéu mais vasto naquilo que já se encontra disponível na área da Cirurgia Geral, conforme dá conta em entrevista ao nosso jornal, o médico cirurgião Luís Ramos. A consulta foi criada há 10 anos para dar resposta à patologia mamária e tem conseguido, na última década, atender as pacientes oriundas dos cinco concelhos da área de abrangência deste hospital, mas também de outros, sem necessidade de encaminhamento para o Instituto Português de Oncologia (IPO) como acontecia anteriormente através da Liga Portuguesa contra o Cancro, que agora o faz diretamente sempre que acontecem rastreios na região.
Na vertente da inovação, o hospital conseguiu dispor ainda enquanto parceria público-privada de uma ressonância magnética. Sendo que em breve estará ao serviço um equipamento que permitirá efetuar mamografias digitais “em que vamos conseguir ainda mais qualidade”. Por outro lado, passará a dispor ainda de um sistema de videoconferência intraoperatória “que nos vai permitir aliviar algumas deslocações durante as cirurgias” e que avançará este ano. A consulta é multidisciplinar e permite “logo a partir do primeiro dia em que as pessoas chegam, fazerem a biópsia de uma lesão suspeita que possa ser cancro de mama”, dá conta. A consulta foi montada pela equipa de Cirurgia Geral que trabalha “nesta unidade de mama” e que está articulada com a Imagiologia e a Anatomia Patológica. Numa semana e a partir da primeira consulta, a utente consegue saber se possui alguma doença grave ou não “com imagem e histologia, no fundo o resultado da biópsia”. “Tendo em conta esta abordagem multidisciplinar conseguimos ser muito mais eficazes do que outros hospitais”. Com esta “análise muito detalhada à biópsia percebemos o perfil do cancro de mama e a abordagem que deveremos fazer”. No fundo “concretizar o diagnóstico muito rapidamente e tirarmos as dúvidas às pessoas é um dos objetivos, sem necessidade de uma segunda consulta, e realizando os exames logo na primeira”. Segue-se a proposta de tratamento que é também “muito complexa” e de novo “multidisciplinar”. “Não se trata de dizer à paciente, que tem um cancro e vamos já operá-la, porque a complexidade desta doença é tão grande que a decisão implica uma reunião em que estão presentes vários especialistas. Para além da operação que remove o tumor, podemos ter a radioterapia e a quimioterapia que intervêm em tempos oportunos”, podendo ser anteriores à operação. “Cada resposta é individualizada consoante a doente e é nessa reunião que se chama Consulta de Orientação Multidisciplinar em que estão presentes as áreas da Cirurgia, Anatomia Patológica, Imagiologia, Radiooncologia, Oncologia, Cirurgia Plástica, é que vamos definir qual o melhor tratamento para cada paciente”. Nestas reuniões, são avaliados todos os casos de cancro em pacientes consultados no hospital, sendo que mais de metade corresponde a patologia mamária. E por isso existe já uma reunião à parte para esta área da Senologia. Cerca de 1400 mulheres foram atendidas em 2019, ano pré-pandemia, neste hospital nesta área. Mesmo durante a pandemia “nunca deixámos de fazer consultas ou de operar”. “Em 2020 fizemos 1000 consultas e em 2021, 950”. Os doentes chegam via médico de família, rastreios da Liga Portuguesa contra o Cancro, serviço de urgência do hospital ou através de outras especialidades. Luís Ramos refere que as mulheres em idades tardias continuam a ser as principais vítimas da doença que quando descoberta precocemente tem uma taxa de sucesso a rondar os 98 por cento. “Isso acontece porque há rastreios e as formas de tratamento estão muito atualizadas”. Esta área do hospital “tem estado sempre no topo” nos sistemas de avaliação em saúde “e não queremos sair daí”, refere Luís Ramos. “O conselho de administração tem-nos dado todo o apoio para que esta área se mantenha ativa. Temos sido incentivados para continuar e construirmos mais”, dá conta. Comentários graças a Deus, ke estamos a caminhar pra melhor, estou de acordo, pra ver se descobre mais rápido, eu já tive cangro na mama, já a 14 anos graças a Deus ainda cá ando, obrigado Ilídia Rodrigues 23-07-2022 às 01:02 |
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