Inês Louro explica as medidas para combater as famigeradas melgas de Azambuja
A existência destes insetos por via da existência dos arrozais em grandes quantidades nas localidades de Azambuja e Vila Nova da Rainha é uma situação que tem causado incómodo, segundo a candidata
|07 Ago 2021 10:57
Sílvia Carvalho d'Almeida A atual presidente da Junta de Freguesia de Azambuja, que concorre a estas eleições autárquicas à Câmara como candidata do Chega, foi alvo de chacota nas redes sociais devido ao facto de ter aludido, na apresentação da sua candidatura, ao problema das pragas de melgas e de mosquitos, oriundos dos arrozais, que causam mossa ao invadirem noturnamente a vila de Azambuja especialmente no verão, naquele que é um problema que não deixa de ser sentido pela população.
A existência destes insetos por via da existência dos arrozais em grandes quantidades nas localidades de Azambuja e Vila Nova da Rainha é uma situação que tem causado incómodo, segundo Inês Louro, em declarações ao Valor Local, pois “em especial os comerciantes vêem-se impossibilitados de vender os seus serviços, com especial destaque para os donos de cafés e esplanadas.” Inês Louro descreve esta como “uma situação incomodativa, pois estas populações estão a viver num local onde não se pode ter as janelas abertas, especialmente no verão quando faz mais calor”. Para além disso, esclarece que isto é “algo que prejudica muito o comércio em Azambuja, pois é impossível alguém conseguir estar numa esplanada à noite”, por exemplo. Faz ainda uma comparação com Comporta, no Alentejo, onde existe o mesmo problema, uma vez que também é uma zona de plantação de arrozais. A sua preocupação não se prende apenas com o lado económico e dos incómodos pessoais que causa, mas também com questões de saúde pública, uma vez que “estes insetos podem ser vetores de doenças, especialmente quando são oriundos de águas estagnadas” como é o caso. Este problema em Azambuja e Vila Nova da Rainha, segundo a autarca, “tem origem não apenas nas plantações de arroz, mas também no aterro, e nas valas de pecuárias onde há despejos”, sendo estas preocupações ambientais que pretende resolver caso seja eleita. No aterro de Valongo, que à semelhança do de Azambuja é o que fica mais perto das populações no nosso país, por exemplo, são muito comuns os relatos relacionados com o problema dos insetos e o impacto que está a ter na saúde da população que se tem vindo a queixar com muita frequência. “ Há melgas e mosquitos no verão em todas as localidades, "mas não em tão grande número como se vê agora em Azambuja e Vila Nova da Rainha” desabafa. Quando lhe perguntamos se já tentou resolver este problema enquanto presidente da Junta, relata o que fez: “No ano passado procurei institutos ligados à agricultura, e também, enquanto advogada, pesquisei a nível de leis se haveria algo que proibisse as plantações de arroz de estarem situadas tão próximo das localidades, mas não encontrei nada nesse sentido. Para mim era algo que faria muito sentido.” Explica que entrar em contacto com os proprietários é algo que a “transcende” porque não tem como lhes “dar contrapartidas” com o escasso orçamento da junta de freguesia, mas que, no entanto, falou com o presidente da Câmara de Azambuja, Luís de Sousa, sem ter obtido resposta para este problema. Esclarece que “se os proprietários optam pelo arroz é porque estas plantações lhes devem ser mais rentáveis” e caso ganhe as eleições tentará “chegar a algum tipo de entendimento para que plantem outro tipo de coisas, de forma que não fiquem prejudicados, a nível financeiro.” Segundo o que o Valor Local apurou os biólogos que estudam os insetos, os entomologistas, defendem que existem vários métodos de combate a este género de pragas se a causa se dever apenas aos arrozais, nomeadamente com o recurso à pulverização química nas águas onde se sabe serem depositadas as larvas. É um sistema que resulta e não tem qualquer risco para a saúde pública, existindo ainda o método biológico com uso de peixes junto dos arrozais que se alimentam das larvas dos mosquitos. Deixe a sua Opinião sobre este Artigo
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