Começaram os trabalhos para instalação de aterro na Quinta da Queijeira, Azambuja

Entrada para o aterro, quando ainda era propriedade da antiga Zubareia
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Começaram as movimentações com levantamentos topográficos e abertura de valas tendo em vista a instalação de um aterro de resíduos não perigosos na Quinta da Queijeira, Azambuja. O presidente da Câmara Municipal, ao Valor Local, Luís de Sousa, garante que as obras possuem todas as licenças e autorizações necessárias.

“Passei esta sexta-feira no local, e vi movimentações para a instalação dos esgotos  em articulação com a Águas da Azambuja e Estradas de Portugal. Vão fazer a ligação dos esgotos ao edifício existente naquela localização  que será recuperado”. O autarca refere que a empresa possui todas as licenças da CCDR. A Câmara “apenas interveio no licenciamento da obra do edifício”, assegura. Sendo que os trabalhos deverão começar agora a bom ritmo.

“Só contactaram a Câmara para afirmarem que vão dar início à obra, mas nada mais nos compete, e isso mesmo foi dito pelos nossos advogados. Vamos esperar agora que cumpram todas as normas ambientais e que sejam fiscalizados pelas entidades nesse sentido”.

Um processo repudiado pela oposição

A declaração pública para a instalação de um aterro de resíduos não perigosos e de resíduos inertes no concelho de Azambuja foi revogada pela Câmara no final de 2013, mas a discussão em torno deste projeto polémico já se fazia há algum tempo. O aterro chegou a conhecer vários “mães”, tantas foram as empresas que a dada altura apareceram como responsáveis do mesmo. Apesar de o projeto ter sido revogado pelo município, antes, em 2008, tinha-lhe sido dada luz verde, e agora tudo se encaminha para que a unidade em causa entre em funcionamento a curto prazo, dado que obteve o parecer positivo das entidades ambientais.

Recuperando as declarações do vários protagonistas políticos ao nosso jornal em finais de 2013, e questionado acerca dos prejuízos ambientais do aterro para Azambuja, Luís de Sousa declinava essa possibilidade falando mesmo em benefício. “Os lixos ao invés de serem despejados nos pinhais ou nos eucaliptais poderão ali ser depositados e reciclados”. Por outro lado, a Câmara “tem possibilidade de entrar como sócia da empresa e receber cinco por cento dos lucros”. Para o presidente da Câmara, este poderá ser um “negócio interessante”. “Os senhores vereadores da coligação dizem que não, que o aterro causará muita poluição, e falam ainda da possibilidade de atravessamento das nossas vias de cinco camiões que, segundo as previsões, se deslocarão ao local todos os dias. Pergunto eu quantos camiões não passam nas nossas estradas diariamente”. Em causa, estará ainda a possibilidade de criação de “15 a 20 postos de trabalho”.

Para além disso, o que está idealizado “não coloca em causa a qualidade de vida de alguns moradores limítrofes, e ao fim de 15 anos de vida, o aterro será selado e criada uma bonita zona arborizada”.

No entender do vereador Jorge Lopes, da Coligação Pelo Futuro da Nossa Terra, que apresentou a proposta de revogação, o projeto apresenta vários efeitos prejudiciais para o concelho, entre os quais, e conforme se pode ler na sua moção: “desqualifica o enquadramento ambiental e económico da Quinta de Vale de Fornos; põe em causa o bem-estar ambiental dos moradores da urbanização da Quinta da Marquesa; que está a pouco mais de 300 metros do local; desqualifica o desenvolvimento urbanístico da vila de Azambuja, que se transformará numa amálgama sem dignidade; aumento da circulação, e pouco significativo arrecadar de receitas municipais com o negócio”.

Por outro lado, o vereador da coligação salientava que a declaração para aterro de resíduos industriais não perigosos foi requerida numa primeira fase pela Zubareia, em 2008; e mais tarde surge a empresa Suma, ligada à recolha de resíduos e limpeza urbana, cujos acionistas são a Mota  Engil e a Urbaser, que dá entrada ao processo. Sendo que a proprietária do terreno é ainda uma terceira empresa, a Leirimobil. Foram concedida autorizações ambientais a uma das empresas quando há outras envolvidas, o que no entender do vereador torna o processo “pernicioso”.

Já o vereador da CDU, David Mendes afirmava também ao Valor Local: “Há uma enorme falta de transparência em relação a tudo isto”. “O local em causa é muito arenoso, dado a muitas infiltrações, com possíveis envenenamentos de lençóis freáticos”. “Os resíduos industriais perigosos estão sujeitos a uma quantidade enorme de padrões de segurança. Qualquer deposição em aterro obedece a normas, enquanto este tipo de resíduos de que aqui se fala não têm essas normas, para além de que pode, eventualmente, dar-se uma mistura dos dois tipos de resíduos, se não houver uma fiscalização adequada”. Por outro lado considera frágil, o argumento de que não há outra unidade deste género na zona, quando existe uma entre Aveiras de Cima e Ota. 

Recorde-se que em reunião de câmara decorrida em Setembro de 2012, engenheiros da Suma defenderam que este projecto “abarcou quatro anos de estudos técnicos”. Tratar-se-á de acordo com o que foi explanado de “um aterro de resíduos não perigosos, resíduos do sector agrícola, e resultantes do processamento de produtos alimentares”. “Não entrando quaisquer resíduos tais como sólidos urbanos; hospitalares, radioativos, óleos solventes, entre outros”. Os técnicos explicaram também que a proteção dos lençóis freáticos subterrâneos “será assegurada com recurso à realização dos estudos hidrogeológicos, não se colocando tela acima ou abaixo do nível freático”.

Foi ainda dito que quanto ao plano ambiental, e tendo em conta a legislação, “a recuperação paisagística da pedreira com resíduos não perigosos será feita com boas práticas e boas regras de exploração de terrenos”.

Sílvia Agostinho
13-06-2015

Comentários

O lixo existe, será melhor ficar num lugar adequado, do que ficar á beira das estradas e outros lugares.
Mas também deve haver fiscalização para o devido efeito, fiscalização essa, pertencente, por exemplo a uma organização que defenda o meio ambiente!... 



José Miguel
19-6-2015

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