João Santos saiu “por não querer lutar contra quem lhe atirou lama”
Paulo Afonso, presidente da concelhia do PS de Vila Franca, em entrevista na Rádio Valor Local refere-se a algumas das principais polémicas que marcaram este primeiro ano e meio do novo mandato autárquico, reagindo às críticas de que podia ter tido atitude mais musculada no caso "João Santos"
| 29 Abr 2023 11:05
Sílvia Agostinho O líder da concelhia socialista de Vila Franca de Xira, Paulo Afonso, abre o livro sobre o mais recente acontecimento que abalou aquela estrutura partidária, a renúncia ao mandato de João Santos da presidência da junta de freguesia de Vila Franca, na sequência da polémica segundo a qual terá acumulado indevidamente o ordenado a tempo inteiro de presidente de junta com a docência numa universidade. A junta teve de pagar 3619 euros por João Santos ter recebido durante cinco anos um salário superior ao que diz a lei para este tipo de casos.
Para Paulo Afonso, a saída de João Santos também assenta na premissa de que “não vale a pena lutarmos contra pessoas que gostam de atirar lama para cima dos outros, primeiro porque saímos sempre sujos, e depois porque eles gostam” numa referência à CDU de Vila Franca. Quanto ao facto de a concelhia se ter limitado à altura dos factos, fevereiro deste ano, a apenas um breve comunicado, refere que “foi pensado” e em concertação com o próprio João Santos. No seu entender, João Santos não sai por não ter aguentado a pressão, mas “por querer salvaguardar a sua vida profissional e pessoal”. Já sobre a alegada falta de assiduidade do ex-presidente de junta na autarquia apesar de estar a tempo inteiro, desvaloriza, adiantando, que outros autarcas acabaram por gozar da mesma fama, “como Jorge Ribeiro, antigo presidente na junta da Póvoa de Santa Iria”, ou como são os casos atualmente de “João Tremoço em Vialonga, e Ana Cristina Pereira na Póvoa”. “Os mesmos que dizem isso são os perdedores, os que não conseguiram ganhar as juntas”. OUÇA A ENTREVISTA COM PAULO AFONSO
Ricardo Carvalho que agora ocupa o lugar de João Santos pode ser o candidato nas autárquicas de 2025, mas isso depende “da vontade dele e da secção, porque ao contrário de outros partidos não decidimos estas coisas centralmente”.
Já quanto à possibilidade de integrar as listas do PS à Câmara de Vila Franca, atualmente governada por Fernando Paulo Ferreira (PS), prefere não falar em falta de convites para um possível lugar de vereador, recusando entrar em detalhes quanto às suas reais ambições políticas quer no concelho, quer como deputado à Assembleia da República em futuras eleições legislativas. Apesar de ter integrado a lista do PS ao Parlamento nunca chegou a ser eleito. “Estarei onde o PS quer que eu esteja, mas também só estou onde quero”, dá a entender. Para já não refere se será recandidato à concelhia do PS de Vila Franca de Xira cujas eleições serão para o ano. Apesar de ter vencido a Câmara de Vila Franca de Xira mais uma vez e de ter conquistado pela primeira vez todas as juntas do concelho, o PS tem enfrentado diversos casos. Ainda antes da renúncia de João Santos, deu-se a rotura de Célia Monteiro com o partido. A ex-presidente das Mulheres Socialistas de Vila Franca deixou o PS no verão passado, acusando a concelhia de “falta de decoro, promiscuidade e devassa da vida privada”. Acusações graves que segundo Paulo Afonso, o principal alvo daquelas palavras da antiga eleita do PS, que se mantém na Assembleia Municipal como independente, já foram alvo de reflexão. Segundo Paulo Afonso, a sua antiga camarada de partido teria expetativas que não podiam ser satisfeitas, relacionadas “com a sua profissão de arquiteta e a indicação a um dos grupos de trabalho da assembleia” o que podia gerar “conflito de interesses”, algo que não foi bem percebido pela eleita. Com a saída de Célia Monteiro do PS, mas que permanece como deputada independente na Assembleia Municipal, o partido para continuar a assegurar a maioria tem contado com o apoio da eleita do CDS-PP, Filomena Rodrigues, que entrou em rota de colisão com o PSD e tem garantido a passagem de algumas propostas socialistas, depois de desfeito o acordo com o seu parceiro natural. Paulo Afonso nega que haja um acordo formal ou informal – “Não houve aqui nenhuma troca de favores”. Em dezembro último, a Assembleia Municipal votou contra a desagregação das uniões de freguesia de Póvoa-Forte; Alverca-Sobralinho e Castanheira-Cachoeiras, com o Partido Socialista a reprovar as propostas secundado por outros partidos consoante os casos. O mesmo PS que fez aprovar a nível nacional a lei 39/2021. Questionado sobre este contrassenso, Paulo Afonso escuda-se referindo que “no concelho nenhuma freguesia teria condições para cumprir todos os requisitos”, e que “foram encontradas economias de escala na gestão dessas freguesias nos últimos anos”, o que na sua opinião é um dos motivos para que a desagregação não faça sentido. O líder da concelhia lamenta, ainda, que a discussão em algumas das freguesias “tenha descambado para o populismo”. |
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