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Jorge Lopes: “Por este andar vamos ficar conhecidos como o concelho que acabou todo tapado por painéis fotovoltaicos
Em causa os projetos da Torre Bela e da Cerca. Luís de Sousa revela ao Valor Local que o ministro do Ambiente já lhe disse não tem problemas em invocar o interesse público nacional se o município não quiser as centrais
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Jorge Lopes considera que o concelho vai ficar refém desde tipo de interesses durante 30 anos
|03 Mar 2021 18:09
​Sílvia Agostinho

O PSD e o CDS querem uma reunião urgente da Assembleia Municipal para que sejam reprovados os dois maiores projetos em perspetiva para o concelho no domínio da energia fotovoltaica.  Para marcar essa sessão, é necessário um número de assinaturas mínimo que os dois partidos ainda não conseguiram recolher. Em causa a Central Fotovoltaica da Cerca, cujo processo de consulta pública terminou a 23 de fevereiro, com previsão de instalação de 458 mil painéis solares, entre as freguesias de Aveiras de Baixo e Vila Nova da Rainha, terminando no Camarnal, concelho de Alenquer, e o da Torre Bela, na União de Freguesias de Manique do Intendente, Maçussa e Vila Nova de São Pedro, cuja avaliação de impacte ambiental termina a um de março, com previsão de 638 mil 400 painéis. O presidente da Câmara de Azambuja já confirmou que para o concelho virão apenas estes dois projetos numa reunião que teve com o socialista João Galamba, também secretário de Estado da Energia. Em declarações ao Valor Local, Luís de Sousa que já disse que vai dar luz verde aos projetos, adianta agora que o ministro do Ambiente, Matos Fernandes, já lhe referiu que se o concelho não votar favoravelmente, o Estado invocará o interesse público nacional e não terá dificuldades em fazer avançar os dois projetos.
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Já o deputado do PSD e presidente da comissão de Ambiente na Assembleia Municipal, António Jorge Lopes, defende que o seu partido nada tem “contra a produção de energia elétrica a partir de fontes renováveis” como é o caso da obtida através de campos de painéis solares, mas não quando se fala em “mega centrais que no seu conjunto vão acabar por condicionar entre sete a oito por cento do território municipal” que assim ficará refém destes projetos económicos durante um período de 30 anos, o tempo expectável para a exploração de energia através dos empreendimentos que se pretendem instalar. “Temos obrigação de tomar decisões perante opções que não trazem riqueza nenhuma para o concelho”, refere, lançando o dado quanto aos postos de trabalho – “Entre as duas centrais não chegamos a 20 empregos, mas teremos milhares de hectares ocupados”, faz a comparação. O autarca fornece a estratégia que no seu entender deveria ser seguida pelo município – “Deve analisar de per si todas as propostas que se queiram implementar em função da distribuição no território, pois qualquer dia passamos a ser conhecidos por sermos aquele concelho que ficou todo tapado por painéis solares”. 

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Jornal Valor Local · Jorge Lopes: "Vamos ficar conhecidos como o concelho todo tapado por painéis solares"

Confrontado com o facto de o projeto a implantar na Torre Bela estar previsto para uma área onde até à data o proprietário mais não fez do que plantar eucaliptos, não se desenhando qualquer outro uso mais relevante para o local, responde que “a devastação ambiental não deixa de ser uma preocupação pois o eucalipto também contribui para a descarbonização”. O Valor Local sabe que o Governo já começou a pressionar alguns municípios que não querem este tipo de projetos nos seus territórios e a este propósito Jorge Lopes acrescenta – “Mal feito será se os autarcas não conseguirem impor a sua vontade naquilo que é  o seu território, e já muitos rejeitaram este tipo de empreendimentos que não trazem riqueza e no nosso caso já se fala em nove centrais. Não se pode entender isto de forma leviana”.

Comentários
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Bem-haja AJL e bem hajam todos os que assim pensam! Não sendo contra as energias renováveis, obviamente, defendo a sua instalação equilibrada e respeitadora dos ecossistemas. Os painéis fotovoltaicos devem ser instalados preferencialmente em zonas não agrícolas, desarborizadas, terrenos de exploração mineira desativados ou fábricas abandonadas, por exemplo, e NUNCA em terreno fértil, agrícola, de reserva natural, atendendo à degradação do solo com perda de habitats (fauna e flora) que tal instalação implica. Importa parar para pensar se existe interesse público neste projeto, pensar o que queremos para o nosso concelho, e fazer escolhas. Conforme já li, e é do conhecimento geral: As árvores captam CO2 durante a fotossíntese, os painéis não; As árvores evitam a erosão do solo, pois as suas raízes fixam as partículas minerais do solo, os painéis não; As árvores promovem a infiltração da água no solo, diminuindo assim a escorrência superficial e a consequente erosão do solo, os painéis não; As árvores têm impacto positivo no clima da região, devolvem à atmosfera parte da água que captam ao nível das raízes, promovendo o aumento da humidade relativa, asseguram o ciclo da água, minimizam as amplitudes térmicas, os painéis não. Precisamos de uma visão estratégica diferente se quisermos realmente defender a natureza e o nosso habitat. Depois de muito se ter perdido com a cedência de terreno fértil para outros fins, não estará na hora de travar essa destruição?
Ângela Seco
09-03-2021 03:49

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