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É presidente da direção no Centro Cultural Azambujense (CCA) há pouco tempo, mas já conta com cerca de 44 anos ininterruptos de associativismo. Afirma que “não percebe nada de música” e que o seu papel no CCA é apenas de gestor. Para ele o associativismo e as causas sociais “sempre lhe disseram muito” e esclarece que gosta do que faz, mas também que existem poucas pessoas disponíveis para este tipo de cargos, especialmente entre os mais jovens. Foi nos estúdios da Rádio Valor Local que José Braz falou do CCA, da recente mudança de maestro da banda, e da necessidade de diversificar e adequar a escolha das músicas que esta toca.
À semelhança de outras entidades que promovem as atividades artísticas e culturais, o Centro Cultural Azambujense está também a passar por dificuldades devido à crise da covid-19. Com uma quebra nas receitas em cerca 90 por cento devido ao cancelamento das festas, dos arraiais e concertos, conta agora com a ajuda da Câmara Municipal da Azambuja “para sobreviver”. Tal como nos diz José Braz, “existem de despesas mensais que têm que ser pagas, tais como renda, água, luz, e o maestro”. O que parece não ter mudado, é a vontade dos músicos que compõem a banda, de tocar. E vêm de vários locais da região. “Para além da Azambuja, chegam-nos músicos de Aveiras de Cima, Porto Alto, Alcoentre, Tramagal, Ereira, Cartaxo, Vila Franca de Xira, devido à boa reputação da banda e à mudança de paradigma operada todos querem tocar no CCA”. E nem o vírus nem as restrições impostas pela DGS impediram que os ensaios se encontrem a decorrer. Todas as medidas de segurança estão a ser cumpridas. “Cada músico tem o seu instrumento e é responsável por ele. No final do ensaio pode levá-lo para casa ou deixá-lo no centro, sendo que neste caso há lugar a uma desinfeção prévia. Não há circulação de instrumentos.” Também relativamente ao distanciamento social há precaução. “ Numa sala onde cabem habitualmente 150 pessoas, atualmente frequentam cerca de 25.” Mudança de Maestro e novas escolhas musicais Quando a direção decidiu contratar um novo maestro, nem todos estiveram de acordo. “Houve alguma relutância em aceitar a mudança. Não sei se é por sermos latinos ou é geral. Mesmo que às vezes essa mudança seja para melhor. Sem querer desprestigiar o maestro anterior, a direção procurava algo diferente, e isso está a acontecer. Nem melhor nem pior, mas diferente”. Relativamente à alteração de paradigma quanto às escolhas musicais da banda, procura-se agora adequá-las ao tipo de público. “Se queremos prender o ouvinte, temos que escolher as músicas que ele gosta. Se formos para o norte, teremos que estudar que música é essa. Eu gosto de música clássica, mas se formos para o jardim urbano da Azambuja tocar só Beethoven ou Strauss, é claro que é bonito, é muito bom, mas se tocarmos um pasodoble, o público vibra muito mais. Temos que ser abrangentes, moldarmo-nos aos ouvintes. É quase como “discos pedidos”. |
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