Jovem cientista de Arruda integrou estudo pioneiro sobre o cancro da mama no homem
Incidiu sobre análise de genoma de um grupo de pacientes masculinos, com esta doença, diagnosticados e tratados no Instituto Português de Oncologia entre 1978 e 2018.
|11 Fev 2022 19:01
Sílvia Agostinho Patrícia Penedo integrou o leque de participantes na primeira edição do “Arruda tem Valor” decorrido em 2022. A jovem estudante do Mestrado de Análises Clínicas desenvolveu em conjunto com um grupo de colegas uma investigação que abarcou a incidência do cancro da mama no homem. A doença no sexo masculino representa uma percentagem inferior a um por cento de todos os casos de cancro de mama e o pico da idade dos pacientes é de 71 anos, mais 15 anos do que na mulher. Atualmente com 23 anos de idade, desenvolveu este trabalho no Centro de Estudos de Doenças Crónicas na Universidade Nova de Lisboa o qual incidiu sobre análise de genoma de um grupo de pacientes masculinos, com esta doença, diagnosticados e tratados no Instituto Português de Oncologia entre 1978 e 2018.
Patrícia Penedo acredita que mesmo a nível internacional o estudo sobre a incidência do cancro da mama no homem se encontre insuficientemente estudada. Foi possível apurar para já numa primeira fase deste estudo que todos os resultados indicam o efeito protetor do gene XRCC1-194 na população masculina. Patrícia Penedo explica que a alteração naquele gene, quer no homem, quer na mulher, “é possível verificar que no homem tem um efeito protetor, e por isso terá menos probabilidade de vir a desenvolver a doença, comparativamente com a mulher”. A jovem licenciada em Bioquímica que veio viver para Arruda dos Vinhos aos nove anos, conta que a incidência do cancro da mama masculino encontra-se mal estudado, havendo uma grande carência de suporte bibliográfico que possa sustentar a apresentação teórica sobre este tema. A investigação do cancro em Portugal precisa de mais apoios na sua opinião, razão pela qual metade dos colegas do seu curso estão a desenvolver trabalho no estrangeiro. Se quisesse continuar a fazer da investigação o seu projeto de vida profissional não hesita em dizer que não teria outro remédio a não ser emigrar. “Lá fora valoriza-se de outra forma os jovens recém-licenciados na área das Ciências”. Atualmente Patrícia Penedo está a trabalhar num laboratório de análises clínicas em Alverca e deixou para já a investigação em segundo plano. No âmbito do mestrado tem procurado “ganhar experiência neste ramo”. Faz a recolha do produto biológico, logo a partir das sete e meia da manhã, maioritariamente colheitas de sangue, seguindo-se as análises já da parte da tarde. Para trás fica por enquanto a ambição de trabalhar no domínio das ciências forenses no âmbito de um trabalho na Polícia Judiciária na área da genética. Já quanto à participação no “Arruda tem Valor” que envolveu dar a conhecer o trabalho de vários habitantes do concelho nos diversos níveis do Conhecimento que se dividiu por apresentações em escolas do concelho com palestras por parte de quem integrou este painel faz um balanço positivo. “Não sabia que existiam tantas pessoas de Arruda com projetos interessantes”. Entre os trabalhos dados a conhecer e para além do de Patrícia Penedo, a diversidade das exposições passou pelas áreas da Arqueologia, Design, Sociologia da Saúde, Arquitetura, entre outras. A viver em Arruda dos Vinhos, desde a infância considera que o facto de ter frequentado o ensino no Externato João Alberto Faria, considerado um marco na Educação no concelho e na região, marcou também o seu percurso académico, pelo grau de exigência que confere junto dos alunos. “Vamos daqui com uma bagagem diferente para o ensino superior. Até na faculdade, a escola de Arruda é reconhecida, e sabem que o ensino praticado no externato é de qualidade. Acaba por ser muito giro ter esse feed-back”, refere. Também envolvida na comunidade, Patrícia Penedo que deseja continuar a viver em Arruda dos Vinhos é ainda presidente da Associação de Jovens de Arruda dos Vinhos. Entre as atividades desta associação está exatamente dar a conhecer o percurso académico de antigos estudantes do externato junto daqueles que se encontram a frequentá-lo nas áreas da Economia, Artes, entre outras. |
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