Fundada em 1989, a Associação do Centro de Dia para a Terceira Idade de Nossa Senhora do Paraíso prepara-se agora para mais um desfio. Trata-se da realização de um sonho antigo não só dos dirigentes, mas também da população. José Eduardo Serra, presidente e fundador da instituição sediada em Vale do Paraíso, concelho de Azambuja, destaca a importância da construção de um lar de idosos naquele ponto do município.
Por um lado, vinca que há “uma população cada vez mais envelhecida” e a precisar de certo tipo de cuidados, e por outro, destaca que a construção do lar vem dar resposta a algum tipo de necessidades desta camada populacional.
A inexistência da “valência lar era uma lacuna” segundo José Eduardo, que dá conta que a associação tem vindo a perder utentes para outras instituições, “que nalguns casos até são de fora do concelho de Azambuja”. Todavia, o responsável lembra que a Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS) de Vale do Paraíso, já assegura o apoio domiciliário a quase três dezenas de pessoas, bem como acolhe outras tantas em centro de dia.
A falta de camas no concelho levou, assim ,a que a instituição construísse a nova valência no piso superior do atual edifício, piso esse que já estava preparado para receber o novo lar, que será inaugurado em Abril de 2015, por ocasião dos 24 anos da instituição.
O projeto que vai custar perto de 300 mil euros será construído por uma empresa do concelho. José Eduardo reforça, assim, a confiança na Construaza que ganhou o concurso e que subcontratou serviços à empresa local Solgarden. Para o responsável, o facto de o concurso público ter sido ganho por empresas do município, significa que “estes 300 mil euros ficarão assim distribuídos por pessoas do nosso concelho”.
Ao todo, o novo lar terá seis quartos e 12 camas, em que se incluem seis suites. Este é um projeto que tem sido “bastante pensado e ponderado”. Nesse sentido, José Eduardo salienta que todo o processo financeiro para dar origem ao lar, que em média ronda os 12 mil euros, “foi acutelado e sem sobressaltos”. O presidente da instituição salienta que a gestão da instituição é rigorosa; “sendo esta uma IPSS solvente, pagando aos fornecedores no limite a trinta dias, e muitos levam o cheque na altura da entrega da mercadoria”. José Eduardo refere assim que com este tipo de gestão, a elaboração do projeto do lar decorreu sem problemas financeiros, bem como as relações com a própria Segurança Social, entidade com a qual, a instituição espera estabelecer protocolos para o novo lar, à semelhança, do que já acontece nas outras valências.
José Eduardo salienta que com a Câmara de Azambuja pensou-se em construir outro projeto à entrada da localidade. Tratava-se de um novo edifício com quarenta camas, mas devido à situação financeira do país e da autarquia, este projeto terá sido abandonado.
Contudo, o responsável refere que o município de Azambuja “tem todas as potencialidades para ser um concelho de índole social”, com a exploração da oferta de um conjunto integrado de respostas sociais para a camada idosa da população. O presidente destaca as acessibilidades, a proximidade geográfica com Lisboa e a hospitalidade dos munícipes, para vincar que a aposta nesta área seria positiva.
Até porque longe vão os tempos em que o concelho tinha como uma das suas principais atividades económicas, o setor automóvel. José Eduardo destaca que a saída da Ford em 2000 e da Opel em 2006, vieram trazer problemas sociais às famílias. Segundo o responsável que também foi um alto quadro da Opel, “o estrondo foi bastante maior do que se pensava”, sobretudo depois de se terem acabado os subsídios de desemprego. José Eduardo salienta que o salário médio que em 2005 era acima dos mil euros, é hoje pouco mais de 700, o que faz toda a diferença na economia local. O responsável destaca, ainda, que o município perdeu uma série de quadros: “Pessoas que compravam no concelho e que revitalizaram o tecido imobiliário, com uma interessante permuta entre o residente e consumidor”. Hoje, o quadro social apresenta-se como debilitado, e “temos respostas sociais feitas com muito sacrifício e muito empenho por parte da IPSS’s”.
Para José Eduardo, as IPSS’s do município “superam-se a si próprias e por vezes as lacunas do poder local e nacional, no dia-a-dia, nas localidades”.
Câmara de Azambuja podia mexer-se mais
Já o presidente da Câmara Luís de Sousa “não tem grande mobilidade de orçamentação para poder ajudar mais as instituições”. Contudo, José Eduardo mostra-se otimista para que no próximo ano, a Câmara de Azambuja possa ter “um olhar mais atento para esta causa”, que nem sempre tem de ser traduzida em mais apoio financeiro. “Há outras formas de ajudar”, salienta.
No entanto, José Eduardo não deixa de apontar o dedo à Câmara de Azambuja. Falta, segundo o responsável, capacidade de reivindicação do município face a outras autarquias, lembrando que os apoios por parte do Estado existem, e que basta reivindicar, como aliás fazem outras instituições de outros concelhos: “A Câmara tem de ser o grande veículo desta impulsão, porque tem mais força numa reunião com um ministro ou secretário de Estado, do que uma IPSS sozinha”.
José Eduardo considera, ainda, importante a criação do Conselho Local de Ação Social de Azambuja. O responsável aponta, no entanto, falhas “à falta de liderança com posicionamento estratégico” do município. Para o presidente da instituição, o trabalho que está a ser feito só não chega “até porque Azambuja tem todas as condições para competir com outros concelhos”, e lembra que a economia social já representa seis por cento do PIB. Nesse sentido, defende uma estratégia mais proactiva por parte do Conselho Local “que deve atuar para além da gestão corrente”. “Temos de desenvolver estratégias para que possamos ser competitivos e chamar possíveis utentes oriundos de zonas mais perto de Lisboa onde os preços da oferta social são mais elevados, e por isso fazer de Azambuja uma possibilidade para essas famílias”.
Na componente do apoio domiciliário, a Associação do Centro de Dia para a Terceira Idade de Nossa Senhora do Paraíso, é de resto das poucas instituições que presta aquela valência sete dias por semana. José Eduardo diz que os pedidos vão chegando; e que a associação vai respondendo, mesmo fora da localidade. O responsável refere que apoia famílias em Aveiras de Cima e de Baixo, Virtudes, Casais da Lagoa e Casais das Boiças, entre outros. Diz que isso só é possível através de uma “gestão rigorosa” e de “muita persistência, já que durante dois anos, a associação fez este serviço sem qualquer apoio de uma terceira entidade”. José Eduardo refere que o esforço valeu a pena, porque entretanto a Segurança Social reconheceu o trabalho e começou a apoiar.
Ao todo são onze funcionários e mais dois voluntários que prestam serviço na instituição, mas com a nova valência entrarão ao serviço mais cinco trabalhadores.
Miguel António Rodrigues
08-12-2014
Comentários
Parabéns à Direcção da Associação do Centro de Dia da Nossa Senhora do Paraiso pela conquista da nova valência. Considerando a minucia da explanação do Srº Presidente, José Eduardo, existe um impreciosidade; O José Eduardo Pereira numa foi funcionário da Opel, como tal não foi um alto quadro da empresa. O José Eduardo foi funcionário de uma empresa (PPG) que prestava um serviço para a Opel e onde era responsável pela mesma. A César o que é de Cesar
Pedro Albuquerque
13-12-2014
Parabéns à Direcção da Associação do Centro de Dia da Nossa Senhora do Paraiso pela conquista da nova valência. Considerando a minucia da explanação do Srº Presidente, José Eduardo, existe um impreciosidade; O José Eduardo Pereira numa foi funcionário da Opel, como tal não foi um alto quadro da empresa. O José Eduardo foi funcionário de uma empresa (PPG) que prestava um serviço para a Opel e onde era responsável pela mesma. A César o que é de Cesar.
Pedro Albuquerque
15-12-2014
Pedro Albuquerque
13-12-2014
Parabéns à Direcção da Associação do Centro de Dia da Nossa Senhora do Paraiso pela conquista da nova valência. Considerando a minucia da explanação do Srº Presidente, José Eduardo, existe um impreciosidade; O José Eduardo Pereira numa foi funcionário da Opel, como tal não foi um alto quadro da empresa. O José Eduardo foi funcionário de uma empresa (PPG) que prestava um serviço para a Opel e onde era responsável pela mesma. A César o que é de Cesar.
Pedro Albuquerque
15-12-2014