Liana Asseiceiro é campeã europeia de ginástica
acrobática Começou a praticar a modalidade ainda criança, aos três anos de idade, inspirada pela mãe, que praticou a mesma modalidade
|18 Nov 2021 18:24
Sílvia Carvalho d'Almeida Liana Asseiceiro sabe bem que o sucesso é o resultado de muito esforço e dedicação. Residente em Arruda dos Vinhos, começou a fazer ginástica acrobática ainda criança, aos três anos de idade, inspirada pela mãe, que praticou a mesma modalidade. Hoje, aos 20 anos, é campeã europeia, juntamente com a sua equipa, Maria Inês Gaspar e Filipa Henriques. Ao jornal Valor Local, falou-nos sobre este desporto, sobre as restrições que este implica na sua vida diária, e sobre o futuro.
O seu percurso “a sério” começou em 2012, quando passou para os juvenis, e começou a competir. Conta-nos que em criança, levava a prática desportiva “mais na brincadeira”, mas, progressivamente, “as coisas foram evoluindo em grau de complexidade”. Desde a infância teve que ter cuidados, especialmente na alimentação. Evitava os fritos e os doces, e comia porções mais pequenas, mas sempre de uma forma saudável. Depois, três horas diárias de treinos, seis dias por semana. Isto implicou desde cedo “aprender muito bem a organizar o tempo” para conciliar o desporto com os estudos, e na adolescência, a evitar as saídas até tarde, pois no dia seguinte havia trabalho a fazer. Relativamente a estes e outros sacrifícios, esclarece que se habituou a eles desde muito nova, e como a maioria das suas amigas, que também praticava ginástica tinha rotinas semelhantes, não custou tanto. Começou como “volante”- o elemento que faz as acrobacias. “São normalmente raparigas mais novas, com menos peso e altura”- explica. “As volantes têm até um máximo de 1m40 de altura, pelo que muitas vezes são ainda crianças e pré-adolescentes.” Hoje em dia é base, ou seja, suporta o peso da volante, e trabalha mais ao nível do chão. Para Liana Asseiciero, as volantes têm um trabalho mais difícil, porque fazer mortais, e o facto de se equilibrarem a mais de um metro do solo não é para todos. A ginástica acrobática pode praticar-se em trio ou em pares mistos, e tem três esquemas, ou tipos de exercícios: equilíbrio, dinâmicos, e o combinado, que é uma combinação dos dois últimos. No Campeonato Europeu deste ano, que se realizou entre 29 de setembro e 3 de outubro, trouxe a medalha de ouro no esquema de equilíbrio e uma de prata para o All Around, que é a soma do esquema dinâmico, de equilíbrio e combinado. Conseguiu estes resultados entre cerca de 20 equipas. Não foi a primeira vez que concorreu a um Europeu, tendo já participado em mundiais, e uma carreira recheada de bons resultados, no entanto depois de algumas lesões que sofreu a sua equipa, com uma substituição de ginasta pelo caminho, e uma pandemia na qual a modalidade o os treinos estiveram parados, esta foi sem dúvida uma “recuperação impressionante”, e um orgulho para toda a família, que também está envolvida na ginástica de competição. Os seus pais, empresários, abriram recentemente um clube nos Bombeiros Voluntários de Arruda dos Vinhos, e a sua mãe, que também foi ginasta, é desde sempre uma das suas treinadoras e passará a dar aulas neste espaço. Também Liana tem planos de futuro, que passam por concluir a licenciatura em Agronomia, mas sobretudo por dar aulas com a sua mãe, já que a carreira de ginasta tem um prazo muito curto de validade. Sobre Arruda dos Vinhos diz que, embora tenha nascido em Alenquer, gosta de morar neste concelho, e que todas as suas amigas se encontram nesta localidade, até mesmo a sua primeira treinadora, que a acompanhou durante todo o seu percurso. Esta é de resto, tal como a sua mãe, a sua maior referência na modalidade, “e não ginastas como Nádia Comaneci”, atleta romena e uma das maiores estrelas de sempre da modalidade, que diz terem “muito talento” embora não se reveja completamente nelas. Quando lhe perguntamos o porquê de existirem tantas raparigas a praticar este desporto e poucos rapazes, diz que “é uma questão de preconceito”. “Há muitos rapazes bons nesta área, mas infelizmente ainda há a ideia de que a ginástica é para raparigas, e para os meninos há o futebol”. Por fim, a mensagem que quer deixar é que este trabalho “não teria sido possível” sem as suas companheiras de equipa, e que todas estão de parabéns. Deixa, portanto, o seu agradecimento à Maria Inês e à Filipa por todo o seu “esforço e dedicação”. Sente-se “muito feliz” por estas medalhas conquistadas. |
|
Leia também
Eis que nascem como cogumelos... os parques solares na regiãoVão passar a fazer parte da paisagem da nossa região. Assim como o Oeste é dominado por eólicas, o Ribatejo, com Azambuja à cabeça, e o município oestino de Alenquer vão liderar este processo. Salvaterra de Magos é uma espécie de concelho piloto para o que podemos esperar, embora os parques já existentes não se comparem com os que estão previstos para a margem direita do Tejo
|
De Azambuja, a Benavente, de Vila Franca a Alenquer e só para dar este exemplo, as queixas dos utentes dos centros e extensões de saúde repetem-se: é cada vez mais difícil arranjar uma consulta. O quadro foi piorado com a pandemia, mas há situações que já vêm de trás
|
Os promotores do parque fotovoltaico na Torre Bela definem a passagem de linhas de muito alta tensão do projeto por cima da aldeia, que convive há décadas com este tipo de realidade e não quer ser sobrecarregada. Segundo os moradores, cerca de 25 pessoas da aldeia, com menos de 60 anos morreram de cancro nos últimos 15 a 20 anos
|
Vertical Divider
|
Notícias Mais Populares
Azambuja: Cerca de 30 famílias podem ficar sem casa no fim do ano Bombeiros denunciam “situação caótica” nas Urgências do Hospital de VFX O Hospital de Vila Franca de Xira está doente?! Movimento Cívico pela saúde pode vir a parar o trânsito na EN3 Falta de professores preocupa agrupamento de escolas de Azambuja |