Lojistas do Vila Franca Centro em compasso de espera por um desfecho
Primeira reunião sem grandes resultados, mas haverá um novo encontro entre a Câmara e os proprietários no mês de abril
|23 Março 2022 10:04
Sílvia Agostinho/Miguel António Rodrigues A situação do Vila Franca Centro continua num impasse. O assunto voltou à ordem do dia, depois de Fernando Paulo Ferreira, atual presidente da Câmara de Vila Franca de Xira, ter admitido que a localização do centro e a forma de gestão, com lojas vendidas e não alugadas, ditaram “o fim daquele espaço”, tendo defendido a reconversão do mesmo em habitação.
Numa altura em que urgem soluções para resolver o problema, Nuno Libório da CDU, questionou se já existia algum projeto nos serviços da câmara para a alteração do uso, isto depois de uma reunião entre a Câmara e os lojistas, onde este foi um dos assuntos abordados. Nuno Libório quis saber se a Câmara confirmava a existência de um pedido de informação prévia de licenciamento de outra natureza, “incluindo a alteração do uso do edifício para fim habitacional”, uma vez que, segundo o vereador comunista, a autarquia já tinha manifestado o interesse nessa reconversão. O vereador diz que a informação da existência dessa conversa tem circulado, e por isso quis saber junto do presidente da Câmara se tal se confirmava. Lembrou ainda que foi o próprio executivo socialista que anos antes firmou por escrito a possibilidade de conversão do edifício para serviços da Câmara, mas que agora faz tábua rasa do que assinou, nas suas palavras. Todavia, Fernando Paulo Ferreira, não se quis comprometer com qualquer decisão definitiva. O autarca reforça que a reunião que existiu com os proprietários foi positiva, mas sublinha que “todos os cenários estão em aberto” com vista à resolução do problema, no entanto preferiu não se alongar em soluções, uma vez que nesta altura ainda decorre o prazo dado aos proprietários para encontrar forma de resolver a questão. O autarca revela que a reunião foi aberta a todos e salienta que existe da parte da autarquia abertura “para uma solução, seja ela qual for para que se resolva o problema do edifício”. “Ou seja que deixe de estar fechado e degradado e passe a estar aberto, seja qual for a solução encontrada” entre todos. Comerciantes esperam pelo tudo ou nada quanto à venda das suas lojas Fátima Martins, uma das proprietárias de uma loja do Centro Comercial, neste caso um salão de cabeleireiros, confirmou ao Valor Local a existência da reunião, “embora tenha sido um bocadinho vaga”. “Não teve grande conteúdo, mas foi bom terem-se lembrado do nosso problema”, algo que nunca aconteceu durante os mandatos de Alberto Mesquita, segundo afiança. Recorde-se que os antigos lojistas que chegaram a comprar os seus espaços estão sem possibilidade de aceder ao seu interior e continuam a pagar IMI. Em alguns casos o recheio das lojas ainda está no interior do centro a degradar-se a cada dia que passa desde que o centro foi encerrado há 8 anos. Para a proprietária a nova forma de estar do executivo vilafranquense “significa uma luzinha ao fundo do túnel”. “Não apareceram, contudo, soluções até porque estávamos à espera que existisse já algo concreto ou um alinhamento com dados mais concretos”. No entanto Fátima Martins, está expectante porque diz ter a noção de que esta é apenas a primeira de várias reuniões, ressalvando que a grande maioria dos proprietários, tendo a noção de que não voltará a abrir como antes “o que querem é vender as lojas” sendo que há oito anos que anseiam por respostas. Fátima Martins é da opinião de que a autarquia precisa dos lojistas porque comprou o parque de estacionamento há dois anos e precisa de fazer obras no centro comercial. A proprietária salientou a presença dos vereadores da oposição, mas fez notar a ausência de responsáveis dos fundos associados a este edifício. Para o final de abril, está marcada nova reunião com uma outra velha questão em cima da mesa que é o pagamento do IMI, algo que os comerciantes continuam a pagar, mesmo sem estarem no espaço. Sobre este assunto, Fernando Paulo Ferreira, terá dito aos comerciantes que iria avaliar a situação, sendo que de acordo com Fátima Martins, a esperança de não continuarem a pagar é diminuta. Citando o presidente da Câmara, a proprietária referiu que o autarca terá assumido dúvidas se tal seria possível. Nesta reunião, estiveram presentes cerca de meia centena de pessoas, todas elas com esperança que de que a próxima reunião já tenha mais conteúdo. O Vila Franca Centro foi edificado em 1994. A obra foi erguida nos últimos anos de mandatos da CDU, pelo presidente Daniel Branco e funcionou durante apenas 20 anos. Aquele que foi outrora o maior Shopping do Ribatejo abria as portas a 19 de novembro desse mesmo ano, no local onde no passado existira um cinema à moda antiga e com a grandiosidade de outros tempos. Hoje, o espaço está abandonado para tristeza daqueles que ali construíram memórias e dos que passam e que não conseguem ficar indiferentes a um edifício que parece estar condenado a ser o “elefante branco” da cidade. Não deixe de ler Vila Franca Centro fechou há seis anos mas os problemas continuam |
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