Luís Montenegro compara estado da saúde em Azambuja ao dos concelhos do interior profundo do país
O líder do PSD visitou o Centro de Saúde e a Cerci-Flor da Vida
| 19 Abr 2023 15:28
Miguel A. Rodrigues O líder do PSD, Luis Montenegro, dedicou, esta última quarta-feira, à saúde na região de Lisboa. O responsável visitou os centros de saúde de Azambuja e de Vila Franca de Xira e o hospital Beatriz Ângelo em Loures. Em Azambuja, Montenegro, visitou também a Cerci Flor da Vida, que aguarda uma resposta por parte da ARS de Lisboa e Vale do Tejo para a contratação de médicos.
Em declarações ao Valor Local, o líder do PSD sublinhou a qualidade de instalações do centro de saúde de Azambuja, enquanto lamentou a falta de utilização das mesmas. No final da visita, Montenegro, afirmou-se “muito preocupado” depois da reunião que teve com os responsáveis do centro de saúde de Azambuja. “Comprovámos que é uma daquelas zonas do país, e infelizmente são muitas, que sofre de uma forma muito profunda com a inexistência de médicos de família que o governo prometeu para todos os portugueses”. O líder dos social democratas enfatizou ainda mais a sua preocupação, ao constatar que “88 por cento das pessoas do concelho não têm médico de família atribuído”, fazendo com que “tenham de recorrer ao setor privado ou social”. Para Luís Montenegro “é possível resolver este problema” e defende uma complementaridade “entre o setor social e privado no serviço público que é prestado aos cidadãos nos cuidados de saúde primários”, e acrescenta que tem esperança de que também em Azambuja seja implementado o projeto bata branca que anunciou há cerca de um ano como um caminho viável, “e com a colaboração das IPSS para dar médico de família a quem não o tem”. O líder do PSD enfatizou a qualidade das instalações que contrasta com a sua falta de utilização “o que é naturalmente alvo de grande perplexidade”. "Temos o essencial, que é o espaço físico, precisamos agora de recursos humanos”. Também Montenegro defende a utilização de incentivos “que possam trazer os médicos”. “Estamos a falar de uma localidade que fica a menos de 50 quilómetros de Lisboa”, e acrescenta que tem verificado este tipo de situações “no interior mais profundo de Portugal, e ver um quadro semelhante tão perto da capital do país, é um sinal de que que o problema é estrutural e afeta toda a população”. Luis Montenegro, que visitou também a Cerci Flor da Vida, destacou o trabalho de recuperação financeira ali efetuado. O responsável destacou o novo projeto do Complexo Social e de Saúde que se encontra em curso como positivo. “Só posso dar uma palavra de reconhecimento e alento aos seus dirigentes pelo trabalho que estão a fazer e que querem implementar”. Rui Corça, vereador do PSD na Câmara de Azambuja e presidente da concelhia laranja, destacou a vinda do líder nacional como positiva. Rui Corça salientou que ambas as reuniões com os responsáveis do Centro de Saúde e da CERCI foram importantes, tendo em conta que assim “conseguiu-se um contacto direto com os nossos problemas e com a incapacidade que o nosso Estado tem de os resolver”, e por isso “estamos convictos que esta visita possa colocar os nossos problemas mais uma vez na agenda”. José Manuel Franco, presidente do Conselho de administração da CERCI, agradeceu a visita de Montenegro, a quem terá exposto algumas das dificuldades que a IPSS tem enfrentado. Desde logo o protocolo ainda não assinado para a contratação de médicos. José Manuel Franco refere, ao Valor Local, que ainda não teve qualquer contacto por parte da ARS para que o protocolo seja colocado em prática. O responsável lamenta a ausência de resposta e salienta que a Cerci está ainda disponível para contratar médicos para que as populações possam ter acesso à saúde no concelho. José Manuel Franco salienta que tudo está ainda em jogo, e embora se recuse a atirar a toalha ao chão, diz que a última informação que tem é que os médicos contratados pela IPSS para prestar serviço ainda estão disponíveis, ainda assim, vinca que embora a Cerci possa avançar já amanhã, também a instituição poderá mudar de ideias, e fala num desrespeito por parte da ARS, nesta ausência de resposta. |
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