Luís Simão esteve infetado com Covid-19: “Sentia que os pulmões queriam rebentar”
Vilafranquense foi um dos doentes da terceira vaga da pandemia
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| 30 Jan 2021 21:00
Sílvia Agostinho Para os que acabaram por ser infetados nesta altura, em que já existe a vacina, ainda que não esteja a ser administrada em larga escala, fica uma sensação amarga. No caso de Luís Simão é voluntário nos Bombeiros de Vila Franca de Xira. Nesta altura já se encontra em convalescença, mas passou um mau bocado. Deu negativo nos últimos dias, mas não esquece o sofrimento que passou e em que esteve quase para ficar internado no Hospital de Vila Franca.
Primeiro ainda pensou que se tratava de uma gripe porque, recorda, ficou infetado numa altura em que fazia muito frio “e como andava sempre a entrar e a sair do carro”, dado que é motorista, não lhe passou pela cabeça outra coisa a não ser numa gripe quando começaram a surgir os primeiros sintomas. Depois vieram as primeiras dores, e “não pude deixar de ficar apreensivo”. Passados quatro dias dos primeiros sintomas deu-se o “descalabro total” com muitas dores nas costas, dificuldades respiratórias e aquela “sensação de que os pulmões queriam rebentar”. Ao quinto dia foi ao hospital, ainda pensou que ficaria internado, mas foi para casa medicado com antibióticos. Luís Simão conta que aquilo que viu no hospital foi a imagem do desespero e do cansaço estampados no rosto de todos: “desde os pacientes, passando pelos médicos, enfermeiros, técnicos e auxiliares”. Reconhece que durante um ano passou pelo “intervalo da chuva” da doença, apesar de sentir que em determinadas alturas se expôs ao perigo, principalmente porque sendo bombeiro lida de perto com pessoas que podem estar infetadas. “Pensamos que só acontece aos outros e quando nos bate à porte deita-nos abaixo”. |
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