Maçussa: Quando uma bomba de gasolina é ponto de encontro para uma freguesia isolada
É aqui que a população desabafa sobre a falta de médicos ou a perda de população
| 27 Abr 2023 16:00
Sílvia Agostinho Depois de seis meses fechado, reabriu o posto de abastecimento de combustível da Maçussa, na União de Freguesias de Manique do Intendente, Maçussa e Vila Nova de S. Pedro. O local que é também ponto de encontro da população já fazia falta, segundo o que se percebeu numa deslocação da reportagem do Valor Local às denominadas “bombas” da localidade.
Avelino Correia, presidente da união de freguesias, não tem dúvidas de que este “é um cantinho da população”. Os próprios agricultores da localidade agora já não têm de se deslocar a outros concelhos vizinhos como Cartaxo ou Rio Maior para abastecer as suas viaturas. A junta concessionou a bomba à Tfuel por 600 euros + iva por mês. A própria autarquia investiu 14 mil euros na compra de novos equipamentos para o posto de abastecimento de combustível com bombas novas de gasóleo e gasolina. O autarca atribui à má gestão das antigas concessionárias o facto de o espaço ter estado encerrado em diversas ocasiões ao longo dos anos, mas espera agora por um bom trabalho por parte da Tfuel. Marisa Onofrei, em representação da Tfuel, faz para já um balanço positivo dos primeiros 15 dias. “Temos recebido muitas pessoas da localidade e das aldeias vizinhas”. Quisemos saber quais as conversas de café que por estes dias animam a bomba da Maçussa. Numa mesa Luis Patrício, Rui Vieira e Emanuel Alves discutiam o estado da saúde. Todos saúdam a reabertura da bomba de combustível, que é “o braço direito” da Maçussa, exemplificaram. “Representa tudo o que é a Maçussa”, ilustram. Desde 1986 que existe esta valência na freguesia, implementada pelo então presidente de junta Mário Gonçalves. A localidade tem cerca de 330 eleitores, poucos jovens, “mas também não deixam construir em várias localizações da terra por isso é difícil conseguimos mais população”, lamenta Emanuel Alves. Uma agente imobiliária da Remax que se encontrava no local ,no dia da nossa reportagem, Liodimila Mango, acrescentou que há muita procura de casas para recuperar na freguesia e na região, mas a oferta é escassa. “Muitas pessoas dos centros urbanos querem vir para aqui porque é mais barato”. A falta de médicos de família é outra das preocupações. Reformou-se o médico que estava na extensão de Manique, “e o que lá está agora apenas serve para abrir a porta ou nem isso”, acrescenta Rui Vieira, referindo-se à circunstância de que parte dos clínicos que se encontram nas extensões do concelho apenas podem passar baixas e renovar receitas médicas. “Mandaram-me uma carta para casa a dizer que se quisesse consulta teria de ir a Benavente”, lamenta-se Rui Vieira. “Temos de evitar estar doentes. Somos a parte esquecida de Azambuja”, conclui Emanuel Alves. |
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