Mês da Enguia foi um bom teste para o regresso à normalidade
Conversámos com José Carlos, sócio-gerente do restaurante Tira Picos, e Foros de Salvaterra, para saber como correu este ano a afluência de clientes
|29 Jun 2021 09:51
Sílvia Carvalho d'Almeida Decorreu entre 15 de maio e 15 de junho, em Salvaterra de Magos, o Mês da Enguia dedicado ao consumo desta iguaria, que normalmente acontece durante o mês de março. Este ano, devido à pandemia de Covid-19 e ao confinamento como medida preventiva, teve que ser adiado.
O evento que se realiza há mais de 20 anos, "tem conseguido constituir-se como um dos maiores cartazes do concelho", pode ler-se na página da autarquia. Durante este período, milhares de pessoas deslocam-se até aos restaurantes da localidade, atraídos pela "mestria na confecção" da enguia, vindos de vários pontos do país. O Valor Local conversou com José Carlos, sócio-gerente do restaurante Tira Picos, e Foros de Salvaterra, para saber como correu este ano a afluência de clientes. Segundo o proprietário, "talvez derivado aos receios de contágio, a afluência foi menor do que em anos passados", no entanto, "foi uma boa ajuda" para a faturação, para quem teve que encerrar portas devido ao “confinamento”. Embora não tenha fechado ainda as contas e feito um balanço contabilístico, refere que conseguiu vender só num mês mais de 200 quilos de enguia. Durante o tempo de confinamento, os prejuízos estimados rondaram os 20 mil euros, que teve que repor, indo às suas poupanças, que conseguiu juntar em mais de 40 anos de trabalho em restauração. "Eu nem sempre fui dono de restaurante, trabalhei muito, comecei nisto com 14 anos", recorda. Para José Carlos estes têm sido tempos de chumbo para a restauração, e relativamente às medidas do Governo para o setor, desvaloriza: "É mentira que os apoios sejam a 100 por cento e escusavam de andar a mentir”. Quanto à qualidade da enguia, conseguiu este ano vender apenas produto nacional e principalmente vindo do Tejo, o que contribui para a sustentabilidade do planeta, ao não precisar de transporte de longo curso, levando também a um maior consumo de energia. No entanto tem conhecimento de que há quem tenha dificuldade em encontrar à venda enguias nacionais. Conta-nos que há muitos anos que este problema se tem vindo a agravar, pois a demanda é demasiada para o que a natureza pode dar durante este mês. Isto fez com que o preço da enguia tenha aumentado para cerca de três euros por quilo, aumentando assim o valor dos pratos. No restaurante, o preço deste petisco "é de 16 euros, qualquer um deles." O Tira Picos integra este evento promovido pela Câmara Municipal de Salvaterra de Magos há mais de 20 anos. A autarquia convida os restaurantes a participar, e faz toda a promoção e divulgação. Para além de servirem os pratos no restaurante, estes negócios têm ainda a oportunidade de mostrar os seus cozinhados numa feira, que conta com inúmeras atrações, sendo o ponto alto, os concertos. José Carlos diz que esta experiência tem sido boa, exceto nestes últimos dois anos, que foram seriamente afetados pela pandemia. Primeiro pelas sucessivas vagas de Covid-19 e confinamentos, e agora pelas medidas de prevenção, que não permitem ainda ajuntamentos. "As pessoas vinham de longe para comer, e muitos delas em grupos, e agora não se pode ter muita gente, pelo que a capacidade do restaurante está ainda a 50 por cento". Deixe a sua Opinião sobre este Artigo
|
|
Leia também
Eis que nascem como cogumelos... os parques solares na regiãoVão passar a fazer parte da paisagem da nossa região. Assim como o Oeste é dominado por eólicas, o Ribatejo, com Azambuja à cabeça, e o município oestino de Alenquer vão liderar este processo. Salvaterra de Magos é uma espécie de concelho piloto para o que podemos esperar, embora os parques já existentes não se comparem com os que estão previstos para a margem direita do Tejo
|
De Azambuja, a Benavente, de Vila Franca a Alenquer e só para dar este exemplo, as queixas dos utentes dos centros e extensões de saúde repetem-se: é cada vez mais difícil arranjar uma consulta. O quadro foi piorado com a pandemia, mas há situações que já vêm de trás
|
Os promotores do parque fotovoltaico na Torre Bela definem a passagem de linhas de muito alta tensão do projeto por cima da aldeia, que convive há décadas com este tipo de realidade e não quer ser sobrecarregada. Segundo os moradores, cerca de 25 pessoas da aldeia, com menos de 60 anos morreram de cancro nos últimos 15 a 20 anos
|
Vertical Divider
|
Notícias Mais Populares
Junta de Azambuja não contrata artistas antitaurinos para as festas Faleceu José Fidalgo, antigo presidente da junta de Vila Franca PS de Vila Franca apresenta lista à Câmara Jovens do concelho de Azambuja dizem como é ser aficionado em tempo de censura das touradas Dissidentes do PS e CDU engrossam lista da Coligação em Vale do Paraíso |