*Megaplantação de cannabis a caminho do concelho de BenaventeSão 261 hectares que serão explorados pela empresa canadiana Tilray que já está a operar em Portugal, em Cantanhede
Sílvia Agostinho
24-01-2019 às 19:11 O concelho de Benavente prepara-se para receber um avultado investimento por parte do gigante canadiano, Tilray, líder mundial na produção de cannabis para fins medicinais. Neste momento, e segundo documentação a que o Valor Local teve acesso, estará em marcha um contrato de promessa de compra com um proprietário local, José António Alves Inácio. Contactado pela nossa reportagem, este refere que não quer dar pormenores do negócio que visa a aquisição de 261 hectares na freguesia de Benavente tendo em vista o cultivo daquela planta medicinal, até porque lhe foi pedido “sigilo” por parte dos investidores. O negócio ainda estará um pouco no segredo dos deuses. O proprietário local diz apenas que quando for assinada a escritura “esses valores saber-se-ão porque nessa altura serão públicos”. José António Alves Inácio não quis referir se o negócio em perspetiva será bom ou mau, apenas se limitou a dizer que “estão em perspetiva valores no âmbito daquilo que são os preços de mercado”.
O terreno em causa situa-se na Herdade de Porto Seixo, em Benavente, numa parcela de terreno compreendida entre a concessão da A10 e a Estrada dos Alemães. A recente aprovação e publicação em Diário da República, em 18 de julho de 2018, da nova lei que aprova o cultivo da planta para fins medicinais no nosso país já provocou uma avalanche de pedidos junto da entidade reguladora, o Infarmed. No caso do investimento em Benavente, o mesmo prevê uma exploração composta por 10 pavilhões com o total de 67 mil 521,75m2 de área de implantação/construção; instalação social com 3500m2 de área de implantação/construção; instalação técnica com um total de 1279,50m2 de área de implantação/construção, e a construção de seis estufas com uma área de implantação de 139 mil 279,00m2. O projeto prevê-se que seja executado em seis fases.
A intenção da empresa canadiana já ganhou o estatuto de Projeto de Interesse Público por parte do município. Atenta a documentação consultada pelo nosso jornal, a exploração em perspetiva não apresenta condicionantes de maior quanto à sua implantação, tendo já recebido o parecer favorável do Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF). Tendo em conta a atribuição do PIP não terá a Tilray de solicitar a Avaliação de Impacte Ambiental, “existindo o compromisso de efetuar todas as infraestruturas necessárias”. Em reunião de Câmara, o presidente da autarquia, Carlos Coutinho, saudou este investimento que tem o máximo apoio do município. O autarca lembrou que a lei apenas conheceu a abstenção por parte do CDS-PP tendo sido favoravelmente votada pelos outros partidos. A possibilidade de poder vir a gerar 500 postos de trabalho, torna “este investimento importante não só para o município como para o país”. Portugal dispõe de condições mais do que atrativas para este cultivo, a tal ponto que o Infarmed pensa criar uma secção apenas para autorizações relativas à cannabis, não estando posta de parte a implantação de quotas para o seu cultivo. “Portugal pode ser um grande produtor de cannabis na Europa e isso será fator de competitividade e de rentabilidade”. Coutinho concretizou que o município “não pode passar ao lado deste investimento”, e que já terá sugerido a implantação de uma vertente mais científica do projeto junto dos investidores, como um laboratório no concelho. O vereador do Partido Socialista, Pedro Pereira, que levantou a questão em reunião de Câmara lamentou o facto de primeiramente, este tema, ter sido debatido numa reunião de Câmara privada. O autarca que se diz a favor da cannabis para fins medicinais, lamenta contudo que o município se contente com “a ambição de receber a plantação e a secagem, ficando de fora desta vertente a mão-de-obra especializada, situada fora de Benavente e provavelmente no estrangeiro.”. “A plantação e secagem pode dar trabalho/emprego a muitas pessoas, mas é trabalho pouco ou nada qualificado, pouco ou nada especializado. Não é este o tipo de investimento que defendo para o município!”, diz num comunicado enviado às redações. Refere ainda que outros municípios rejeitaram este tipo de investimento porque “o dinheiro não é tudo” “Queremos ser conhecidos no município de Benavente pela plantação do arroz de qualidade e excelência? Certo! Ou queremos ser conhecidos pela plantação de cannabis? Deixo a questão para reflexão e debate”, conclui, questionando ainda da possibilidade de o cultivo da planta já estar a ter lugar no território da Herdade de Porto de Seixo, ao arrepio da lei, segundo o já ouviu dizer. Carlos Coutinho repudiou veementemente a consideração do vereador da oposição- “O que está a dizer é uma profunda mentira, espero que esse tipo de informação enviesada que pode andar a circular por aí não traga desconforto aos investidores, e a um projeto que estamos a fazer todos os possíveis para conseguir trazer para o município”. O Valor Local contactou a empresa canadiana Tilray endereçando um conjunto de questões acerca do investimento no concelho ribatejano, mas até ao momento não recebemos as respostas. A Tilray criou uma sucursal da empresa mãe em Portugal em 2017, ano em que também arrancou com a plantação no nosso país. Tem sede no Parque Tecnológico de Cantanhede. No último ano tem anunciado a contratação de cada vez mais pessoal, num investimento de 20 milhões de euros que espera concretizar até 2020. A empresa está no setor no seu país de origem desde 2014. Em Cantanhede possui quatro hectares para estufas e produção ao ar livre. Presente na última Web Summit, decorrida em Lisboa, o CEO da Tilray, Brendan Kennedy, afirmou que “o mercado de produção de produtos derivados da cannabis está apenas no início e deverá levar ao surgimento de uma indústria avaliada em 150 a 200 mil milhões de dólares em muito pouco tempo”. Sendo esta uma “mudança de paradigma” para 11 países em cinco continentes onde a cannabis medicinal já é permitida.
ComentáriosOu seja o Jornal Publico e os media Portugueses falam do investimento da Tilray em Benavente, a empresa acatou bem a publicidade, mas quando sao confrontados com o esquema criminoso internacional, assobia para o lado e diz:- Nós não. Sao outros gajos, nos achamos que os Portugueses sao burros como uma porta e vao assumir a crise especulatica internacional, tal como assumiram a de 2008! A Tilray até contrata politicos reformados, que assinam sem ler! https://www.publico.pt/2019/02/03/local/noticia/benavente-plantacao-cannabis-fins-medicinais-1860497
Carlos Carvalho Porto 04/05/2019 19:30 Gostaria de lhes facultar alguns links que justificarão reservas relativamente ao "virtual" projecto canábico em Benavente. A Tilray valorizou em, bolsa mais de 500% devido aos inumeros anuncios de enormes stocks e investimentos na Europa e particularmente em Portugal, mas esses stocks nao existem e os pretensos investimentos nao sao sólidos, ou seja nao passam de anuncios para o futuro, em Portugal 1 outra empresa até conseguiu fundos europeus destinados a Portugal para cobrir o investimento em pavilhoes disponibilizados pela camara a custo zero, no entanto anunciam estes stocks e investimentos como já efectuados e a empresa valoriza exponencialmente em Wall Street. A verdade é que estas empresas nao sao farmaceuticas como gostam de afirmar, sao apenas financeiras e investimentos em bolsa, meramente especulativos na sua maioria. Tenho todo o gosto em responder a duvidas que queiram apresentar, pois este é um tema de enorme complexidade e longe de ser um tema a branco e preto. A industria canábica poderá vir a ser um enorme contributo para o PIB português, mas neste "1º assalto" corre o sério risco de ser uma especie de tratado de Methuen 2 misturado com a ultima crise economica (dependendo da dimensao e do tempo meramente especulativo). Há que verificar as instalaçoes, os stocks e a verdadeira conta bancaria, pois só fizeram 20 milhoes em 2017 e anunciaram valer 1000 milhoes, valor por stocks inexistentes, em países distantes e estranhos como Portugal! Porque ninguem anuncia PUBLICAMENTE investimentos para amanha, a nao ser os autores da ultima crise economica via Wall St e que agora gerem "as finanças" destas empresas que nao sao canabicas, mas sim financeiras, especialistas em especulação, manipulando os media! Deixo no fim informaçao sobre mim e sobre o meu trabalho. Atenciosamente Jorge Roque http://investmentresearchdynamics.com/tilray-little-more-than-a-stock-bubble-scam/?fbclid=IwAR1VGcvcHhWg5LorAIaFCxHaj3WEZd3Be8VEOYEglOBdhOKcipEPzF5CG-o https://www.vox.com/business-and-finance/2018/9/19/17879830/tilray-stock-cannabis-peter-thiel-short-squeeze?fbclid=IwAR1Br3elvjA507auXEql9S6YjLKGa5qPiMbUnhBbL-b3NI99E1BpbfG7mBM https://www.investor.gov/news-alerts/investor-alerts/investor-alert-marijuana-related-investments https://www.geekwire.com/2017/marijuana-investment-firm-privateer-confirms-layoffs-calls-master-p-lawsuit-nonsense/ https://www.cnbc.com/2018/09/24/cannabis-stock-highs-4-marijuana-market-warnings-for-investors.html https://www.investopedia.com/investing/all-about-tilray-inc/ Jorge Roque Braga 04/02/2019 22:25 maleficios para a saude : schyzofrenia Al Paccino Aveiras de Cima 01/02/2019 15:21 A imagem dos benefícios e malefícios desta planta não estão representados corretamente nem muito menos na sua totalidade ou realidade. 1. O THC é uma substancia que expande a mente e a consciência. Ajuda sim, a eliminar memórias e crenças que não servem ao individuo. Não elimina memórias que interessam. Além disso, a libertação de certas memórias traumáticas é fundamental para certos pacientes "PTSD". 2. A planta NÃO tem efeitos alucinógenos! A mente expandida apenas nota coisas novas que já existem. Apenas se muda de perspectiva. 3. Não altera a coordenação motora. 4. Melhora a irritabilidade 5. Não cria dependência física. Apenas gera novos estados mentais. Joaquim da Silva Benavente 25/01/2019 20:19 Nota: O Valor Local não guarda nem cede a terceiros os dados constantes no formulário. Os mesmos são exibidos na respetiva página. Caso não aceite esta premissa contacte-nos para redacao@valorlocal.pt
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