Mercado Oitocentista de Arruda assinala o pós invasões francesas sob o signo da ResistênciaEsta é uma iniciativa organizada pela Câmara Municipal que tem como base uma criação histórica das vivências do século XIX
Miguel A. Rodrigues
28-05-2018 às 17:00 Arruda dos Vinhos prepara-se para receber entre os dias 1 e 3 de junho, mais uma edição do Mercado Oitocentista. Esta é uma iniciativa organizada pela Câmara Municipal que tem como base uma criação histórica das vivências do século XIX com mostra de costumes, artes, ofícios e gastronomia.
O certame que decorre nas ruas da vila, conta também coma venda de produtos, recriando os mercados e as vendas como eram feitos nessa altura. Os forasteiros têm assim a oportunidade de ver a recriação um mercado rural e da vida quotidiana numa pequena vila rural, abordando histórias, temas e personagens, habitualmente presentes nestes mercados. A V edição do Mercado Oitocentista propõe-se a fazer uma viagem no tempo, ao ano de 1818. E tem como tema “A Resistência”. Sendo que este certame tem como objetivo também a “luta pela nossa identidade, e das gentes desta vila rural às portas da capital” segundo uma nota do município. A recriação recua à altura em que está em curso um cenário político instável, na “ressaca” dos danos causados pelas Invasões Francesas, que passaram pelo território do concelho, que deixaram as populações assoladas pela fome e pela destruição. O certame que tem vindo a conquistar cada vez mais visitantes, conta com variadas recriações históricas, onde surgem figurantes vestidos à época, onde se inclui também o presidente da Câmara de Arruda, André Rijo, que não deixa de participar vestido a rigor. As recriações são feitas por grupos de animadores locais que representam nas ruas, ao longo dos três dias, do Mercado Oitocentista. Nestas representações estão patentes as vivências e acontecimentos marcantes na história do concelho. André Rijo, presidente da Câmara Municipal de Arruda dos Vinhos, salienta ao Valor Local que esta iniciativa tem algum impacto no setor da restauração. Todavia ao nível económico, o mesmo abrange outros setores, destacando por exemplo “o incremento da atividade dos artesãos para além da dos lojistas”. “Há toda uma logística que alimenta este mercado, nomeadamente as questões relacionadas com as confecções do vestuário e dos artigos alusivos à dinâmica do mercado”. Todavia e embora nem tudo seja “made in Arruda dos Vinhos” André Rijo diz que grande parte desses artigos são de produção local, e isso acaba por ter influência nas dinâmicas económicas locais de um evento que já vai para a quinta edição, e que segundo o presidente da Câmara tem vindo a crescer no número de visitantes. Este é um evento que tem vindo a ganhar muita dinâmica com muitos visitantes ao fim de semana. O presidente da Câmara salienta que o mesmo tem também o objetivo de valorizar “o nosso património enraizado naquela que é a conceção macro do Mercado Oitocentista” lembrando o envolvimento das associações e das escolas do concelho e da restante comunidade “que criam também raízes e dinâmica comunitária que envolvem o movimento associativo e os grupos cénicos que fazem deste um evento de recriação histórica único no nosso concelho e que tem um potencial enorme”. PUB
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