Mergulhar no passado em Samora Correia
Inevitavelmente, há fotos das vivências nas ruas de Samora, com muitas imagens das suas festas, dos convívios, e das procissões. Sílvia Agostinho 27-09-2015 às 18:50 “Retratos com Memória – Viver o tempo” é o nome de uma exposição que convida o visitante a mergulhar nos tempos dos avós e bisavós de Samora Correia, patente até março de 2016 no Palácio do Infantado. São muitas as fotos de figuras da terra, cerca de 570, e de personagens normais do quotidiano de todos os dias que se encontram em exposição.
Tirar um retrato antigamente obedecia quase a um ritual, com a indumentária estudada e a melhor pose, e é também um pouco disso que se consegue absorver guiados pelo mentor da exposição Joaquim Salvador. A ideia de uma forma simplificada começou a tomar forma tendo em mente: “Vamos assaltar o sótão e o baú de recordações das pessoas e ao puxarmos uma colcha antiga caem ao chão uma série de papéis e no meio lá estão as fotos, autênticas relíquias da nossa memória”, destaca Salvador. Na primeira metade do século passado, o fotógrafo da feira era uma espécie de selfie dos dias de hoje, para o qual, as famílias se arranjavam para tirar uma fotografia. Levavam o melhor fato, e faziam daquele ato algo quase sacramental. “É muito gratificante mergulharmos na memória das pessoas, e recolher as suas histórias para esta exposição”, destaca. Inevitavelmente, há fotos das vivências nas ruas de Samora, com muitas imagens das suas festas, dos convívios, e das procissões. Numa das paredes, ergue-se bem distinta uma foto de uma procissão nos anos 40, onde são a vida ritualista que se fazia em torno de determinados eventos é o que mais chama a atenção. A acompanhar as fotografias, há poemas originais de autores que foram convidados a refletir sobre o retrato com memória. Na profusão de imagens é possível distinguirmos uma foto do presidente da Câmara de Benavente, ainda criança, ou a foto que imortalizou a inauguração da estátua de homenagem a Fernandes Pratas com os seus ex-alunos a perpetuar o nome dele. “No início do século XX, quando a maioria das pessoas era analfabeta, conseguiu que 60 alunos completassem a quarta classe, e isso foi muito significativo”. Mas há outras fotos a espevitar a curiosidade do visitante: como uma em que várias senhoras estão a tirar um curso de máquinas de costura da Singer, ou de uma família que se vestiu a rigor para ir para a inauguração da ponte de Vila Franca. Mas também o ritual da distribuição da água em vasilhas de barro está em evidência nesta exposição. Figuras incontornáveis de Samora não podiam faltar como Sérgio Perilhão ou Maria Mil Homens. Joaquim Salvador frisa que o trabalho de recuperação não levou “muito Photoshop, mas apenas algum retoque, porque queríamos que isto cheirasse a velho, era essa a nossa intenção. Se vir há fotos que permanecem com alguns vincos e rasgos”. |
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