Autora de "Ler é o Melhor Remédio"
Mónica Guerra lança o seu novo livro - "Primavera" Conversámos sobre a sua mais recente obra, a sua carreira, e o programa, entre outros temas
|21 Jun 2021 12:14
Sílvia Carvalho d'Almeida Nesta edição, damos a conhecer Mónica Guerra, a voz de Ler é o Melhor Remédio, o programa de sugestões de leitura da Rádio Valor Local. Conversámos sobre a sua mais recente obra, Primavera, sobre a sua carreira, e sobre o programa, entre outros temas.
Se ainda não leu, saiba que já está à venda a mais recente obra da escritora Mónica Guerra, Primavera, segundo livro de uma coleção cujos títulos têm o nome das estações do ano, com a chancela da editora Emporium. Recorde-se que em final de 2018 tinha lançado Inverno, notícia que mereceu destaque no nosso jornal. A autora, que já tinha anunciado que nesta obra ia manter algumas personagens do volume anterior, assinala, no entanto, algumas diferenças, e desvendou um pouco do que trata: "Este livro tem uma componente de aventura, com ficção à mistura, mas tem também alguns apontamentos históricos. O “Inverno” era mais romanceado. A história gira em torno de uma busca, de um diário, que contém informações importantes acerca do derradeiro tesouro dos Templários." Socióloga de formação, conta-nos que a sua formação académica tem contribuído muito para a sua escrita, pois apurou a sua capacidade de observação, que aliada à sua boa memória visual a ajuda a fazer descrições e criar personagens: "Eu capto tudo o que se passa à minha volta para escrever uma história. As pessoas que conheço servem-me de inspiração para escrever." Para além disto, é apaixonada por História, o que se reflete nas suas obras, que são enquadradas "num tempo histórico, aproveitando acontecimentos que ocorreram em determinada época." Quanto a uma eventual preocupação na existência de sincronia no lançamento do título na estação do ano correspondente, diz: "Esta obra era para ter sido lançada mesmo na Primavera, mas foi lançada no Outono. Lançar os livros da colecção cada um na estação correspondente ao nome começou por ser uma coincidência, mas neste caso não foi possível, devido a atrasos provocados pela pandemia." Quando a questionamos sobre qual o primeiro passo para a criação de um novo livro, Mónica responde: " Quando surge a ideia, a primeira coisa que faço é comprar um caderno". Conta que este é um aliado que a acompanha do início ao fim do trabalho, como se de uma "road trip" se tratasse. "Faço um diário do livro desde a ideia, ao título, à estrutura, à investigação, até à fase de edição, e do lançamento". Sobre as suas rotinas de escrita, acrescenta: "Depois começo a investigação. Pesquiso sobre a época em que vou inserir a estória. Não tenho nenhuma rotina específica, mas dou atenção ao meu escrito todos os dias, não que o faça todos os dias, mas pelo menos leio os últimos capítulos que escrevi. Não me obrigo a escrever todos os dias se não conseguir. Escrevo quando a inspiração chega, e tento ter pelo menos umas duas a três horas livres para o fazer, maioritariamente à tarde e à noite. " Não consegue explicar a sua paixão pela escrita. Conta-nos que surgiu com hábitos de leitura em idade muito precoce, e que "sempre quis ser escritora”. “Não houve um momento da minha vida em que decidi que o ia fazer." Para além disto, refere que o que a motiva mais é o facto de poder contar estórias, e "despertar emoções nas pessoas." Conclui que não tem formação específica em escrita, e que escreve "por amor". Relativamente ao panorama editorial português e ao porquê de os escritores no nosso país não poderem viver da sua arte, explica: "As pessoas têm poucos hábitos de leitura, e isto não é incutido desde criança. Depois não podemos contar para nada com o Ministério da Cultura. Por fim temos duas editoras principais que apostam no lucro e não naquilo que é português. A classe de escritores em Portugal é pouco reconhecida. Os autores estrangeiros são os que vendem porque têm grandes máquinas de marketing por trás. Há escritores portugueses que são mais reconhecidos no estrangeiro do que no país." Quando lhe perguntamos quais os seus maiores sonhos nesta área, esclarece que o seu maior sonho é "continuar a escrever”. Revela que quando está mais desanimada esta tarefa se torna complicada, e que "escrever é um ato de coragem”. No entanto ganha força e empenho nas mais pequenas demonstrações de afeto do público, que cresceu substancialmente nos últimos anos: "Há pequenas coisas que me animam, como dizerem que gostaram do meu livro, escreverem um artigo. O carinho dos leitores é muito bom. Claro que gostava de ganhar um ou outro prémio." Quanto ao programa “Ler é o melhor Remédio”, que passa na rádio Valor Local todas as quintas feiras (às 8, 9, 11, 16 e 21 horas, estando posteriormente disponível em podcast) revela que está "a correr bem", que "nunca tinha feito nada do género" mas que tem aprendido "coisas novas" a cada episódio. Revela ainda que conheceu "pessoas fantásticas no Valor Local, que me ajudaram e continuam a ajudar-me imenso sempre que vou para gravação. Falar de livros é algo que é natural para mim." O programa, que "consiste em sugestões de leitura semanais", com informação sobre os autores das obras, começou no início do ano, quatro meses depois do surgimento da rádio em setembro de 2020. Mónica refere que até ao momento todas as sugestões têm sido de livros que já leu, mas avança que em breve haverá novidades: "Para quem quer ler e não sabe o quê, ouça o programa, são dois ou três minutos todas as quintas. E vão existir novidades brevemente. Os livros escolhidos serão obras que deram origem a filmes, séries ou telenovelas, e quando acabo a minha sugestão, entra a música da banda sonora que marcou essa peça de ficção." Deixe a sua Opinião sobre este Artigo
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