Moradora vive em casa com fissuras por todo o lado e não consegue ajuda
Caso passa-se na Castanheira do Ribatejo. Engenheiros da Câmara de Vila Franca asseguram que Paula vive num local perigoso
|29 Nov 2022 17:47
Sílvia Agostinho Paula Rocha vive na Rua Vasco Moniz em Castanheira do Ribatejo. As rachas são profundas no interior da sua habitação, um rés-do-chão, e o piso abateu numa das divisões. Abriram-se buracos no interior da casa, e facilmente aparecem ratos. Paula Rocha foi recentemente buscar um gato ao centro de recolha, pois vive aterrorizada com a perspetiva de dar de caras com um roedor a qualquer momento. O edifício não é antigo, mas a construção não é sólida. A vizinha do rés-do chão tem o mesmo problema. Paula Rocha é mãe solteira. Já pediu uma habitação social à Câmara de Vila Franca de Xira mas sem sucesso.
A moradora enfatiza que a vizinha do rés-do-chão a contas com o mesmo problema fez obras, mas as paredes voltaram a danificar-se. O defeito será mesmo da construção original, salientando que no seu caso, o piso já abateu quatro centímetros. O condomínio prefere não ajudar a suportar as obras, apesar de o rés-do-chão ser o piso que sustenta o prédio. Já quanto ao senhorio, está na expetativa para o veredicto dos engenheiros que ainda não chegou. Já estiveram no local, mas não conseguiram identificar a raiz da questão. Quando veio viver para o prédio há sete anos, a habitação apresentava algumas “fissuras fininhas que foram tapadas”, mas “nada como hoje”. Com rendas em dia, de 200 euros por mês, vive com o coração nas mãos. No seu dia-a-dia acontecem fenómenos caricatos dentro de casa como estar a tomar banho e a água correr para a sala, “porque sai pelo rodapé”. A sanita “não está presa ao chão, porque o piso continua a abater e não vale a pena colocar silicone”. O lava-louça da cozinha está solto também à mercê das deficiências estruturais da casa. Colocou “uns pés por baixo do fogão porque caso contrário cai para a frente, e o mesmo acontece com os móveis”. O edifício apresenta defeitos de construção, “mas possivelmente se o problema tivesse sido tratado mais cedo não chegava a este ponto”. Os engenheiros da Câmara “disseram que estamos a viver num sítio muito perigoso e desde aí que vivo com o coração nas mãos”.
Sem solução à vista, Paula Rocha já recorreu à Segurança Social, mas sem sucesso. “Até uma pensão que tinha, foi cortada assim que arranjei um emprego”, desabafa. “Infelizmente determinadas pessoas da nossa sociedade têm mais regalias do que quem trabalha, acho injusto.” Com dois filhos, um com 7 e outro com 17, “quero fazer obras na casa de banho, porque corre-se o risco de um dia para o outro as louças sanitárias cederem e o meu filho mais novo poder cortar-se”. Fora “os bichos que entram, baratas e carochas enormes, desde há três anos para cá”. Um outro prédio na mesma rua teve idênticos problemas e foi intervencionado – “Ouvi dizer que estes prédios foram construídos com vigas de madeira e não de ferro”. Paula Rocha espera apenas que lhe arranjem a casa, dado que outras soluções não estão a seu alcance. As rendas são mais caras e são exigidos dois a três meses de caução. Com ordenado mínimo e sem outras ajudas para além de dois abonos de família, sendo mãe solteira não consegue mais apoios. “Todos os dias levanto-me às quatro da manhã, às seis já estou a trabalhar. Não deixo que nada falte aos meus filhos. Pago 100 euros a uma ama só para levar o meu filho à escola porque estou no emprego a essa hora. Só queria ter uma casa em condições. Comentários Conheço a Paula Rocha já há alguns anos e os seus filhos..mãe dedicada e trabalhadora não deixa que lhes falte nada, lamento profundamente as condições em que estão a viver..!! Judite Costa 30/11/2022 16:17 |
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