Movimento Cívico Pela Saúde em Azambuja sai da reunião com a ministra sem promessas de mais médicos
Marta Temido não se quis comprometer com prazos. Titular da pasta ficou surpreendida com os problemas e com o mau ambiente que se vive no centro de saúde
|13 Maio 2022 10:26
Sílvia Agostinho O Movimento Cívico Pela Saúde em Azambuja foi recebido, esta quinta-feira, pela ministra da Saúde, Marta Temido, e pelo secretário de Estado, Lacerda Sales. Na mesma reunião esteve ainda presente Luís Pisco da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo. Em declarações ao Valor Local, Armando Martins, que se fez acompanhar do presidente da Câmara, Silvino Lúcio, da vereadora Ana Coelho, e da deputada Vera Brás (PS), bem como de elementos do próprio movimento, refere que Marta Temido não se comprometeu com mais médicos para o concelho de Azambuja. Nesta altura há uma carência de sete clínicos para todo o município. Mas assegurou a Armando Martins que vai resolver de imediato situações que estão a correr menos bem no centro de saúde e que vão desde casas de banho que não estão disponíveis para os utentes, fraco atendimento ao utente por parte dos funcionários, dificuldades no estabelecimento de ligações telefónicas para o centro de saúde, e deficiências dos balcões SNS 24 nas freguesias por falta de articulação com os postos de saúde.
A ministra da Saúde assegurou ao movimento que quer dar respostas efetivas à falta de médicos até final do ano, nomeadamente, na zona de Lisboa e Vale do Tejo onde esta realidade é mais premente. No caso do concelho apenas possui um 1/3 dos necessários. Sessenta por cento da população não tem médico de família. O país vai contar com 324 novos especialistas em breve que Marta Temido espera conseguir colocar na região. No parlamento, em resposta à deputada Vera Braz, a ministra anunciara, na quarta-feira, que das cinco vagas previstas entretanto para o concelho de Azambuja, uma delas será será alvo de um pacote de incentivos na casa dos 40 por cento. O problema é que na maior parte dos casos, estes concursos, por vezes, ficam desertos. Armando Martins não se coibiu de colocar o dedo na ferida e demonstrou a Marta Temido que há "mau ambiente" entre os funcionários do centro de saúde que se revela depois na relação com o utente, exemplificando - "Sei de pessoas que se dirigiram ao centro de saúde para marcar uma consulta, e foi-lhes dito rispidamente que não havia médico e que se quisessem que fossem para o livro de reclamações". Marta Temido terá ficado surpreendida, e prometeu resolver no imediato este tipo de situações. Armando Martins falou de falta de liderança por parte das várias direções do centro de saúde, porque ao que tudo indica dentro das quatro paredes da unidade "o clima não é bom e há médicos que não aguentam a pressão". Armando Martins referiu ainda que o centro de saúde não colabora devidamente com os balcões SNS 24 o que está a inviabilizar "esta valência que podia ser boa para a população". Também neste domínio, Marta Temido comprometeu-se a resolver a situação, bem como na dificuldade que existe no atendimento telefónico. "Vimos satisfeitos da reunião. Infelizmente a senhora ministra não se conseguiu comprometer com prazos para que venham mais médicos. Disse que uma das possibilidades de futuro é fazer com que exista um período mínimo de permanência dos jovens médicos licenciados no setor público para que colmatem as deficiências. Também falou na possibilidade de se ir buscar médicos ao Brasil ou a Cuba, mas mesmo nesses países já não abundam profissionais. Disse que até ao fim do ano espera encontrar essas soluções. Contudo acho que Azambuja ficou na agenda da ministra que se mostrou muito surpreendida com o que se passa no centro de saúde e assegurou que vai resolver o que está mal". |
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