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Municípios de Alenquer e de Azambuja juntos rumo à indústria 4.0Prevê a criação de um Corredor da Inovação entre os dois territórios
Sílvia Agostinho
16-03-2020 às 10:45 |
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Os municípios de Alenquer e de Azambuja uniram-se para criar um grande corredor da inovação voltado para a indústria 4.0 muito assente na atualização das empresas de logística e a sua inovação. Em tempo recorde os dois concelhos trabalharam numa candidatura conjunta com a designação “Capacitação e Qualificação de PME’S para a indústria 4.0”. Rui Pinto, gestor da inovação no município de Azambuja, diz ao Valor Local que “desde logo entendemos que era importante unirmo-nos a um concelho que bebesse das mesmas dores” com um tecido empresarial com necessidade de modernização. A logística foi o elo de ligação mas também o agroflorestal e o agroalimentar.
O gestor da inovação diz que este projeto que visa a criação de um grande Smart City nos dois territórios com um centro de formação a funcionar quer no Hubs Lisbon quer no Alen Quer Inovar, no fundo as duas incubadoras de empresas locais, pretende atrair empresas também de outros pontos do país no sentido de neste território adquirirem formação e capacitação. “A cabeça é a mesma embora existam dois espaços”. O gestor da inovação exemplifica quanto a mais valias para os dois municípios – “Oeiras tem uma vertente muito conhecida virada para o software, depois temos a área do Seixal e Palmela considerada como um hub criativo e artístico; já em Lisboa temos uma área muito voltada para as Smart Cities”, e prossegue – “Ora os dois municípios podem ser uma âncora da indústria 4.0 na logística”. O gestor acredita que o projeto tem tudo para ser aprovado – “Tivemos pessoas dos dois municípios a trabalharem todos os dias, e até aos fins de semana, a preparar este projeto durante dois meses e meio”. “De qualquer das formas já ganhámos, pois, os dois municípios apostam, agora, numa estratégia conjunta para criarmos uma comunidade, independentemente do espaço físico e da aprovação da candidatura”. Para o responsável desta área no município, a união faz a força e com esta nova sinergia todos têm a ganhar – “Imagine que vem cá um investidor à procura de um terreno se não vir nada que lhe sirva, encaminhamos para Alenquer”. Rui Pinto ilustra – “Os municípios estão mortos se se canibalizarem entre si”. Para o gestor da inovação esta relação tem tudo para dar certo – “Existe uma relação de respeito entre os dois presidentes de Câmara e tenho a melhor das impressões do vereador do empreendedorismo, Paulo Franco que é uma pessoa extraordinária do ponto de vista da abertura e de uma ideia de colaboração. Somos muito pequenos para andarmos a conseguir pequeninas coisas isoladamente”. No caso de a candidatura vir a ser aprovada, a verba para o projeto será de um milhão e 600 mil euros, financiado pelo Compete em 85 por cento, a distribuir entre os dois municípios. Rui Pinto esclarece que parte dessa verba será canalizada para um componente de software, um algoritmo inteligente, que é capaz de indicar a um empresário de um qualquer tipo de ramo qual o melhor destino no mundo para implantar o seu produto, tendo em conta variáveis como a oferta e a procura, por exemplo. Vai ser desenvolvido pela Nova IMS da Universidade Nova de Lisboa.
Para Pedro Folgado, presidente da Câmara de Alenquer, este é um projeto importante para se capacitar as empresas de ambos os concelhos. Os empresários “precisam de adaptar os seus negócios às exigências digitais atuais”. O Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE) está também à frente deste projeto para no fundo se criar “ neste território uma smart city ligada à indústria da logística”. “As empresas das duas incubadoras serão sempre as que podem ser abrangidas em primeiro lugar, mas a partir daí chamar-se a atenção de outras que possam vir a usufruir deste tipo de formação e de benefícios. Poderem fazer updates em termos de metodologias e ferramentas”. No total a verba abarca sete atividades para Azambuja e cinco para Alenquer. Para além do algoritmo inteligente, inclui também uma configuração “blockchain” para as empresas, no fundo uma base de dados que tem como função criar um índice geral para todas as transações que ocorram num determinado mercado, e com isso aproximar as indústrias e criar valor. Prevê ainda a criação de um espaço de interoperabilidade entre municípios, empresas e população, mas também a implantação do conceito de intraempreendedorismo, ou seja, ser-se empreendedor dentro da própria organização. Os dois concelhos integram-se num território dinâmico do ponto de vista da concentração de unidades empresariais, Plataforma Logística de Azambuja e Plataforma logística do Carregado - Alenquer, contígua à designada Plataforma Logística de Lisboa Norte (Vila Franca de Xira), com plataformas logísticas privadas, nomeadamente, nas zonas industriais de Vila Nova da Rainha/Azambuja e do Carregado/Alenquer, que interligam os fluxos logísticos internacionais, nacionais e regionais. O município de Azambuja conta com cerca de 405 empresas com um volume de negócios de 1.216 milhões de euros, de acordo com os dados estatísticos disponíveis. O tecido empresarial do concelho está muito concentrado em 3 setores – transportes e logística, setor agroalimentar e indústria transformadora, que representam mais de 80% do volume de negócios total. O município de Alenquer apresenta uma estrutura empresarial muito semelhante, contando com cerca de 1200 empresas com um volume de negócios de 1.043 milhões, com os principais setores empresariais a serem os mesmos, mas com um maior peso relativo do setor agroalimentar.
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