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Está em fase de financiamento o projeto para a inauguração do Museu da Comida e da Cozinha, em Vale da Pinta, no Cartaxo. A ideia surgiu de Frederico Corado, director e programador do museu, e encenador de teatro da associação de criação artística, Área de Serviço. Tudo começou com algumas peças que foi adquirindo, devido ao interesse no que diz respeito “àquilo que comemos e à maneira como comemos.” A partir daí, pensou reunir num só espaço uma coleção de artigos de interesse museológico relacionados com esta temática. No projeto estão envolvidas figuras da gastronomia, historiadores, investigadores e jornalistas.
O museu vai estar dividido em três partes: os produtos, a cozinha e a mesa. Quem o visitar vai poder aprender tudo o que tem a ver com a produção dos alimentos (como se se semeia, como é feito o cultivo). Depois, o visitante passa a saber “como é que os produtos são transformados pelos chefes de cozinha, e como é que são criados os pratos”. Por fim, “como é a nossa alimentação desde a Pré-História, e como eram e são as mesas dos portugueses, as dos restaurantes, e recuando no tempo, as mesas reais”. Uma viagem na história e na geografia da comida, já que o objetivo passa por não se cingir a apenas uma região do país, mas dar a conhecer a gastronomia portuguesa no seu todo, com as suas particularidades regionais. Também é um objetivo mostrar o que se pode fazer tendo em vista uma alimentação mais saudável, e o que existe ao nível da alimentação sustentável. Haverá uma exposição permanente e exposições temporárias. Na primeira poderão ser observados objetos e utensílios de cozinha, de várias épocas, tão banais e diversos como coadores, panelas de estanho, e serviços antigos de loiça. Nas exposições temporárias (serão três por ano), teremos uma delas dedicada a um produto alimentar, outra dedicada a um chef ou personalidade da gastronomia, e por fim uma última de carácter mais generalista no universo da comida. Estão também previstos cursos e workshops: de cozinha vegetariana, de como cozinhar sem desperdício, como fotografar comida, e escrever sobre comida. Estão pensados debates, conferências, um ciclo de conversas intitulado “Não se fala à mesa” que reunirá chefs, historiadores e gastrónomos, “que conversarão sobre a história da nossa comida”, mas também mostras de cozinha, e um festival de cinema chamado “Sabor”, dedicado à gastronomia. Uma grande aposta do museu será o serviço educativo, dedicado aos mais jovens, com visitas escolares guiadas por especialistas nas diversas áreas, e um ciclo de workshops chamado “Não se brinca com a comida” no qual se explica, por exemplo, o que fazer ao recheio de uma abóbora de Halloween. Mas o espaço será para todos, dos jovens aos menos jovens, no fundo “para toda a família”. Frederico Corado acredita que este museu só poderá acontecer sendo um trabalho conjunto, e embora já conte com a participação de muitos, “encontra-se aberto à colaboração de todos”. O museu encontra-se nesta fase à procura de financiamento público, através de fundos europeus, e de privados: de mecenas ou parcerias com marcas. Está também a reunir o espólio, tendo já contactado com vários colecionadores deste tipo de artigos. O projeto conta com página no Facebook e um email: museucomidaecozinhagmail.com |
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