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Museu Damião de Góis recebe ciclo dedicado ao humanista portuguêsEspaço cultural conta com cerca de 10 mil visitas por ano
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O Museu Damião de Góis e das Vítimas da Inquisição recebe um ciclo dedicado à figura maior do humanismo português com um conjunto de iniciativas que se estende até 16 de fevereiro.
No passado dia 24 de janeiro teve início com a exposição “Uma chama no Coração” dedicada à passagem dos judeus e da cultura que deixaram na ilha Terceira, nos Açores, no âmbito do intercâmbio cultural entre o município de Alenquer e o seu congénere de Ponta Delgada. Foram evocadas as vítimas do holocausto e como os comportamentos segregacionistas assumem outras formas nos dias que passam. “Alenquer Terra de Damião de Góis” trata-se de um ciclo cultural, aposta do município, que “já no passado se celebrou com alguma diversidade ao longo dos meses de janeiro e fevereiro”, salienta Rui Costa, vereador da Cultura, no município alenquerense. Ao longo de três semanas haverá programas educativos para as escolas de acordo com os currículos de História e Geografia no ensino básico e secundário. Um dos aspetos do programa prende-se com a realização de uma conferência como aquela que está prevista para o dia nove de fevereiro sob o tema “Damião de Góis na encruzilhada de novos tempos. Utopia e Inquisição numa sociedade em radicalização” pelo professor Paulo Mendes Pinto da Universidade Lusófona. Haverá ainda tempo para a música com concertos e peças de teatro. Nos Paços do Concelho e na Igreja de São Pedro podem ser vistas exposições que evocam também o movimento humanista. No dia 14 de fevereiro, celebra-se o Dia dos Namorados e realiza-se um jantar com Damião de Góis. É pelas 20 horas no espaço do museu e as inscrições estão disponíveis no site da Câmara. Cinema judaico e uma tertúlia intercultural estão previstos para o dia oito de fevereiro, pelas 16 horas, com o visionamento do filme “Debaixo do Céu” de Nicholas Oulman a que se seguirá um momento de discussão coletiva. PUB
Inaugurado a 20 de maio de 2017, o museu tem reconhecido uma significativa afluência de público – cerca de 10 mil visitantes por ano, “o que para uma vila como a de Alenquer e para um espaço museológico como este deixa-nos muitos satisfeitos”.
O município de Alenquer prepara-se para em conjunto com outros concelhos que também abarcam a temática do judaísmo e do humanismo criar uma “Rota Judaica do Litoral Português”. A jornada formativa ou de preparação se assim quisermos dizer tem lugar no dia 12 de fevereiro naquele museu, e inclui para além de Alenquer, Óbidos, Cascais, Lisboa, Torres Vedras, Tomar, e Leiria. “Estamos convictos de que trará novos públicos e com uma oferta turística vocacionada para o litoral português”. Entretítulo O esforço de se criar uma biblioteca do museu O desafio do museu é preponderante porque não contém espólio. Está muito assente naquilo que já existe na biblioteca e no arquivo histórico. A obra de Damião de Góis está em latim, e traduzi-la exigiria um esforço financeiro que para já não está ao alcance do município: cerca de um milhão de euros. Investigadores têm procurado o espaço, e a Câmara tem tentado (dentro daquilo que é a sua capacidade) participar em leilões com o intuito de resgatar elementos relacionados com Damião de Góis e o Humanismo, mas também junto de alfarrabistas, ou catálogos de obras antigas. A coleção permanente do museu assenta em painéis informativos e três ou quatro obras originais das crónicas escritas por Damião de Góis. Construir um acervo documental para consulta é a tarefa maior do museu. Nesses alfarrabistas tem sido possível encontrar originais de obras escritas pelo maior humanista português. “Há pouco tempo tivemos nas mãos um original escrito pela mão de Damião de Góis. Infelizmente não conseguimos bater um colecionador americano que pagou vários milhares de euros por uma página escrita pelo humanista”. O documento foi encontrado numa casa particular no Porto que foi despojada dos seus bens pelos proprietários e estava na posse de um alfarrabista. A página contempla um frontispício com uma dedicatória assinada por si a quem ofereceu aquela obra. |
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