NERSANT: Empreendedores ribatejanos apostam em produtos inovadores no Business 2+O
André Santos, de Santarém, criou o projeto “AlgaTejo” com o objetivo de comercializar spirulina, um suplemento alimentar à base de algas. Jordan Gouveia, do concelho de Benavente, pretende lançar-se no setor alimentar com o “Biltong”
| 28 Fev 2023 11:28
Sílvia Agostinho Dois empreendedores ribatejanos são finalistas no concurso da Associação Empresarial da Região de Santarém (NERSANT) em associação com outras congéneres do Alentejo, o “Business 2+0”. Um concurso de negócios em que estes novos empresários recebem consultadoria e apoio à criação dos seus projetos através de uma das incubadoras, neste caso, da Associação Empresarial da Região de Santarém. Jordan Gouveia, do concelho de Benavente, pretende lançar-se no setor alimentar com o “Biltong” um produto em que carne de vaca é transformada num snack com alto valor proteico. Já André Santos, de Santarém, criou o projeto “AlgaTejo” com o objetivo de comercializar spirulina, um suplemento alimentar à base de algas.
A ideia de André Santos nasceu a partir do momento em que, ao estar na praia se deparou com quantidades anormais de algas a dar à costa. O promotor procurou como recolher as mesmas e dar-lhes uso, e daí desenrolou-se uma série de investigações sobre algas e microalgas, até se apaixonar pela spirulina. Segundo André Santos, ao Valor Local, a spirulina é um super alimento pois a sua versatilidade tem diversos fins: alimentação, saúde, cosmética, inclusive limpeza de água, e produção de oxigénio. O empreendedor vai abraçar este desafio com o amigo de infância, Rodrigo Bezerra, bioquímico, que será corresponsável pela produção, pelo laboratório e pela investigação. O “AlgaTejo” pretende comercializar siprulina liofilizada, com mais propriedades nutricionais, em comparação com o produto em pó, o mais usual até ao momento no mercado. A própria ONU, refere André Santos, declarou que “a spirulina é o único alimento capaz de combater a fome no mundo”. Beneficiando da mentoria da NERSANT, o promotor pretende agora encontrar um terreno, previsto para Asseiceira, Rio Maior, para montar a estufa, e desenvolver toda a componente de investigação. O promotor candidatou-se aos fundos do Empreende 2021. O valor do investimento será à volta de 150 mil euros para produção, embalamento e criação de novos produtos. Pretende criar numa primeira fase dois postos de trabalho. Um dos desafios prende-se com tornar o produto mais agradável ao paladar, dado que o que existe atualmente no mercado pode saber demasiado a sal, ou a peixe, “o que muitas vezes afasta as pessoas”. O produto mais artesanal que pretende comercializar, liofilizado, será sem sabor e sem cheiro, embora possa oxidar mais depressa, pelo que a ideia “é que vá sendo consumido”. No que se refere ao “Biltong”, Jordan Gouveia conta que o plano de negócios está a ser montado, sendo que nesta altura procura como fazer o investimento em maquinaria e instalações. O produto conheceu-o na África do Sul, onde é muito popular. Através de um processo de secagem, a carne de bovino é depois servida como um snack, funcionando como “uma alternativa às batatas fritas e aos frutos secos”. Na África do Sul é vendida embalada como os restantes snacks. Esta é também a ideia de Jordan Gouveia, que relata a grande adesão que este produto tem naquela parte do globo. Já com grande difusão em vários países europeus, Portugal ainda dispõe de poucos pontos de venda, circunstância que o empreendedor acredita ser uma oportunidade para trazer este produto para o nosso país. O empreendedor pensa ser possível introduzir o “Biltong” em janeiro de 2024 no mercado. O investimento a efetuar compreenderá a aquisição de câmaras de frio, máquinas de corte e de embalamento “num processo complexo” que ainda não está orçamentado, mas que pode chegar “pelo menos aos 200 mil euros”. Prevê ainda contratar três pessoas numa primeira fase. Quanto às instalações ainda não definiu um local. A distribuição será uma fase para pensar também à posteriori.
Os dois empresários salientam que foi importante participar nesta iniciativa da NERSANT, como forma de troca de experiências, conhecer possíveis parceiros de negócio, para além do apoio que a associação está a prestar na execução dos respetivos planos de negócio. Para além destes dois projetos, o “Business 2+0” premiou ainda outros empreendedores do Ribatejo como o “Uber” de lavagem de carros sem água, candidatado por Yasin Gulamhsusen; uma Garrafeira e Wine Bar, iniciativa da empreendedora Renata Abreu; e o projeto Geração Coruja, de Joaquim Sousa e Ana Marques, espaço lúdico-pedagógico inclusivo para crianças, adolescentes e família. O concurso de ideias “Business In Alentejo” é uma ação do projeto Business + 2.0, cofinanciado pelo programa Alentejo2020 e FEDER. Trata-se de uma iniciativa dinamizada em parceria pelas Associações Empresariais do Alentejo: NERSANT – Associação Empresarial da Região de Santarém, NERE – Associação Empresarial da Região de Évora, NERBE /AEBAL - Associação Empresarial do Baixo Alentejo e Litoral e NERPOR – Associação Empresarial da Região de Portalegre. No âmbito deste concurso, os cinco projetos da Lezíria do Tejo selecionados para a final, poderão instalar-se numa das várias incubadoras da NERSANT, a título gratuito, durante 3 meses. Paralelamente, estes cinco projetos tiveram acesso a mentoria e consultoria especializada para a consolidação do seu modelo de negócio e terão ainda a equipa de apoio ao empreendedorismo da associação que facultará todo o apoio técnico necessário à criação, desenvolvimento e crescimento da empresa durante um período de pelo menos dois anos. O prémio final será disputado em maio. Os projetos empresariais vão agora ser presentes a um júri, a fim de disputar os lugares respeitantes ao prémio final. O concurso – uma iniciativa do Business + 2.0, projeto cofinanciado pelo programa Alentejo2020 e FEDER que visa a promoção do espírito empresarial através da dinamização do empreendedorismo qualificado e criativo, com vista à concretização de novas empresas na região do Alentejo – dá 2.000 euros para apoio ao desenvolvimento do projeto à melhor ideia de negócio e mil euros ao promotor da segunda melhor ideia. Ao Valor Local, a Nersant faz um balanço positivo desta iniciativa, no âmbito daquele que é o global desta associação que segundo a mesma, entre 2013 e 2022, incentivou e acompanhou, através da realização de 9.508 ações de capacitação – entre elas 16 programas de aceleração e 29 mercados de financiamento – a geração de 3.503 ideias de negócio e apoiou a elaboração de 809 planos de negócio, o que resultou na criação de 690 novas empresas na região de Santarém. “Em termos práticos, este trabalho resultou na criação de empresas com um volume de negócios total na ordem dos 56 milhões de euros e na criação de 1.184 postos de trabalho”, constata, referindo ainda que a média de novas empresas criadas é superior à média nacional com uma taxa de sobrevivência a dois anos na ordem dos 92 por cento, valor que ultrapassa a média nacional que se cifra nos 58.36 por cento. |
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