Nersant: Guerra da Ucrânia com fortes impactes nas empresas da região
Face ao descalabro dos preços temos empresas na região a parar parcialmente devido ao elevado custo da energia
|23 Março 2022 14:59
A Associação Empresarial da Região de Santarém (NERSANT) decidiu lançar mão de um inquérito para aferir dos impactes que a guerra da Ucrânia está a suscitar com o aumento do preço das matérias-primas à cabeça. De acordo com a NERSANT há casos de empresas que vão ter muitas dificuldades para absorverem os custos das matérias-primas sem que isso se repercuta nos preços aos clientes.
Só no combustível a escalada de preços está cada vez mais presente no dia a dia das empresas. Durante o mês de março foram bem reais as oscilações no preço do crude. Na semana de 14 a 19 de março, aumentos foram de 0,12 euros para a gasolina e os 0,15 euros para o gasóleo por litro. Entretanto e esta semana contra as piores expetativas os preços voltaram a baixar. Segundo a Nersant registaram-se, nos últimos três meses, aumentos nas matérias-primas, nomeadamente, no ferro (58 por cento) no níquel (103 por cento), no gás natural (18 por cento), e no brent (58 por cento). Mas o mais significativo, quando analisamos o preço médio da primeira quinzena de março de 2021, para o valor médio de hoje, “há um aumento de 408 por cento, tendo passando de 49,52 euros, para 251,70 euros”. Para compreender de que forma as empresas estão a sentir estes agravamentos de custos, a Nersant desenvolveu um inquérito rápido junto dos seus associados, tendo em vista compreender os termos em que os efeitos da guerra na Ucrânia estão a afetar o tecido empresarial. Foi apurado que os valores elevados da energia afetam 80,7 por cento das empresas. Em 13 por cento das empresas o peso desta despesa é superior a 30 por cento. As repercussões dos preços elevados da energia nos transportes/logística afetam 80 por cento das empresas. Quando se analisa o peso médio da fatura dos transportes, no produto final, 40 por cento das empresas registam uma repercussão inferior a 10 por cento, mas 46 por cento tem uma incidência entre os 11 e os 30 por cento. No que respeita às matérias-primas, 94,8 por cento já verificam os respetivos aumentos. Quando se analisa o peso médio destes aumentos das matérias-primas, 45 por cento regista uma variação até 20 por cento, mas em 33,3 por cento já é superior a 30 por cento. As empresas também manifestaram preocupação com alguns aspetos a considerar: A banca pressiona cada vez mais os financiamentos para que possam suportar o brutal aumento das matérias-primas e produtos acabados. Mas há também dificuldade em cumprir prazos devido à falta de existência de materiais e equipamentos. A escassez de matéria-prima é uma realidade e pedem por isso uma intervenção direta do Estado na redução dos impostos nos combustíveis, eletricidade e gás. Nas empresas dos setores do aço galvanizado há a registar aumentos na casa dos 50 por cento. Por outro lado, é adiantado que face ao descalabro dos preços temos empresas na região a parar parcialmente devido ao elevado custo da energia. |
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