Novo presidente da comissão da "Águas da Azambuja" diz-se preparado para o escrutínio político

Miguel Carrinho é também diretor financeiro da "Águas do Ribatejo"
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Miguel Carrinho, diretor financeiro da Águas do Ribatejo (AR) é o novo presidente da Comissão de Acompanhamento da Concessão de Azambuja, depois de um período em que o primeiro nome apontado acabou por cair, o do professor do Instituto Superior Técnico, Cunha Marques. Miguel Carrinho vai auferir 250 euros por mês ao serviço do concelho de Azambuja nesta comissão. Valor bastante mais abaixo dos honorários que Cunha Marques pediu (cerca do dobro) tendo em conta o seu currículo internacional.

“Recebi um convite da Câmara de Azambuja para esta posição na comissão das águas, porque conheço o setor e a região, até porque também trabalhei na comunidade intermunicipal e tive entre mãos projetos relacionados com Azambuja”, refere ao Valor Local, Miguel Carrinho.

O novo responsável da comissão das águas dá conta que só há pouco tempo começou a debruçar-se sobre o processo de revisão do contrato e de todas as questões que o rodeiam, sendo que também os contatos com a administração da “Águas da Azambuja” são recentes. “Aguardo a entrega da informação para aprofundar o histórico de todo o processo, e tentar fazer o melhor possível no que a comissão pode intervir”.

Miguel Carrinho diz-se, ainda, preparado para todo e qualquer escrutínio que o seu trabalho possa suscitar, tendo em conta que tudo o que diga respeito à concessão costuma estar sobre a luz forte dos holofotes políticos que querem ver até onde este técnico conseguirá defender os interesses da população. “Admito sempre esse escrutínio, e todos na comissão temos essa consciência”. Embora salvaguarde que “as decisões cabem às partes e a comissão, não é um órgão político, cumpre a legislação e dá todo o apoio que Câmara e concessionária precisem”, diz. “O que se passou antes ficou no passado e vamos pensar que o futuro possa ser o mais simpático possível”, refere em relação à onda de críticas que avassalou a concessionária em 2014.

Questionado quanto à forma como a entidade patronal “Águas do Ribatejo” reagiu ao facto de Miguel Carrinho fazer agora parte da comissão das águas, responde que não foi observada “incompatibilidade de funções”, pois ambas as empresas possuem territórios diferenciados, com modelos diferentes. “Mas também estamos a falar de uma comissão ad-hoc, sem funções subordinadas, não temos patrão, estamos ali, individualmente, enquanto pessoas indicadas pelas entidades, e livres para fazer o nosso trabalho”, elucida, esclarecendo: “Houve o compromisso de que estas minhas novas funções não colidiriam com as que exerço na Águas do Ribatejo”.

Diogo Faria de Oliveira, administrador da Aquapor que gere a Águas da Azambuja, refere que a nova comissão é bem-vinda, até porque já devia ter sido constituída em 2012. Depois de ter dito em entrevista ao nosso jornal, que Cunha Marques era uma espécie de José Mourinho do setor, é politicamente correto ao referir-se ao nome de Miguel Carrinho – “Foi o nome proposto. Conheci-o agora nestas novas funções. Fará certamente um excelente papel”. Quanto ao elemento designado pela Câmara Municipal de Azambuja, António Nobre, deputado da CDU, partido que normalmente alinha contra qualquer tipo de modelo de privatização mormente também no setor das águas, reflete apenas – “Também é muito bem-vindo! Fará com certeza o papel de zelar pelos interesses da concedente”. Sobre a saída de Cunha Marques – “Mais importante do que o nome é o perfil, e na minha opinião o presidente desta comissão deve reunir as seguintes qualidades – ser especialista no setor das águas e saneamento; perceber de regulação e em último lugar compreender os contratos de concessão e do seu modelo de financiamento”. O último elemento da comissão é Enrique Castiblanques designado pela “Águas da Azambuja”.

Parecer da ERSAR

Entretanto a empresa aguarda que a Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos (ERSAR) dê finalmente luz verde quanto à proposta de aditamento ao contrato que tem sido sucessivamente enviada para o regulador que tem pedido vários esclarecimentos. Faria de Oliveira refere que o último parecer da ERSAR não foi no sentido de dar essa luz verde, porque as partes decidiram antes ir pelo preconizado pelo Tribunal de Contas, “que vai contra o entendimento do regulador”, nomeadamente, no que respeita “à retirada da banda de consumos, ou seja colocar todo o risco da procura do lado da concessionária”. A ERSAR refere ser insuficiente pois não deixa antever a possibilidade de fenómenos como a subsidiação cruzada, entre outros.


Obras: Limpos todos os reservatórios de água na crise da legionella

Tendo em conta a onda de alarmismo suscitada pelo foco de legionella no concelho de Vila Franca de Xira, a “Águas da Azambuja” procedeu a uma limpeza e higienização de todos os reservatórios de abastecimento de água em janeiro de 2015. No que se refere a obras de saneamento em falta no alto do concelho de Azambuja, das quais se tem falado nos últimos tempos, a empresa refere que ainda se encontram por terminar infra- pontos de ligação à rede em alta da responsabilidade da  Águas do Oeste nomeadamente em Tagarro, Espinheira e Casais das Boiças, prontas desde há vários anos na baixa por parte da “Águas da Azambuja”

Recorde-se que a empresa intermunicipal colocou um processo de injunção, relativo a uma dívida de 1 milhão 330 mil, a que se soma outra de dívida vencida de 2 milhões 453 mil à “Águas da Azambuja”, contudo a Câmara de Azambuja deu luz verde à adesão ao novo sistema multimunicipal em perspetiva, desde que a empresa intermunicipal faça estas e outras obras da sua competência.  


Sílvia Agostinho
27-05-2015


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