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​Encarregados de educação e alunos tentam adaptar-se à nova normalidade
Regresso às aulas em tempo de pandemia
Sílvia Agostinho
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30-09-2020 às 18h00
 
Cumprir o maior distanciamento físico possível, usar máscaras, ter aulas em salas fixas e durante apenas meio dia, bem como o estender dos períodos de almoço são apenas algumas das recomendações da Direção Geral dos Estabelecimentos Escolares (DGESTE) sob as orientações da Direção Geral de Saúde neste contexto atípico de regresso às aulas sob o signo da pandemia. Em Azambuja, Sandra Seabra, encarregada de educação, falou com a nossa reportagem nos primeiros dias de aulas. Conta que foi chamada a uma reunião de pais que decoreu uns dias antes e diz ter ficado esclarecida sobre como vai funcionar o ano letivo de 2020/2021.
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Com filhos a frequentar o 5º e o 10º anos em escolas diferentes em Azambuja, conta que as preocupações com a Covid-19 existem, e a alteração das rotinas normais na escola será “significativa”. “Vão deixar de poder brincar como antes na altura do recreio, de conviver com os amigos e colegas”. Quanto aos possíveis riscos de contágio, diz ter ficado tranquilizada depois da reunião a que assistiu – “Penso que a escola está preparada a nível dos cuidados exigidos e organizada de forma a evitar o contágio”. Sandra Seabra conta que lhe foi mostrado que os espaços exteriores estão divididos por turmas. “Pelo que percebi não pode existir convívio entre colegas de turmas diferentes nos intervalos. Cada turma terá o seu cantinho e isso está desenhado mesmo no chão”. Só haverá segundo esta encarregada de educação, “um intervalo de 15 minutos no exterior” ao contrário dos habituais intervalos a todas as horas como era prática antes. “Os outros intervalos serão feitos dentro das próprias salas de aula”. A filha mais nova que vai frequentar o 5º ano “ficou um pouco frustrada por não poder estar junto dos amigos da outras turmas mas compreendeu”.
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​Segundo se apercebeu, os auxiliares de ação educativa também estão a par das suas tarefas na vigilância dos alunos e no cumprimento das regras. Foi dito ainda na reunião “que as entradas e saídas serão feitas por portas diferentes, e que os alunos passam a sentar-se no topo das mesas e não lado a lado”.

Na disciplina de Educação Física, “haverá uma auxiliar a tomar conta das garrafas de água devidamente identificadas, bem como um saco individual para colocação das máscaras durante as aulas”. Por outro lado foram excluídos destas aulas, os desportos de equipa como basquetebol ou voleibol, ou seja os que impliquem a partilha de um objeto por todos.
Com três filhos em idade escolar, em que para além dos que frequentam o ensino obrigatório em Azambuja, tem uma filha na faculdade, conta que durante o confinamento estiveram todos “agarrados às novas tecnologias para conseguirem seguir as aulas via internet”. Como estava em layoff do seu trabalho consegiu prestar o acompanhamento aos filhos naquela altura, mas confessa que foi difícil lidar com a situação de isolamento e o abandono das rotinas normais em que os filhos deixaram de poder conviver com os colegas na escola. “Passámos a estar mais tempo juntos em casa, o que antes não acontecia da mesma forma. Foi bom, mas ainda bem que já passou e que vamos retomar a normalidade”. As aulas foram dadas via zoom e de acordo com Sandra Seabra “decorreram sem constrangimentos”. “Depois da aulas e se tivessem dúvidas podiam ligar às professoras e pedirem para esclarecer este ou aquele ponto, não houve problemas nenhuns. Foram todos excecionais”, lembra Sandra Seabra.

“Fiquei agradada com o que me foi explicada neste regresso às aulas, e penso que os outros encarregados de educação também, apenas ficámos frustrados pelo facto de as crianças ficarem impedidas de conviverem umas com as outras com normalidade”.

Já Ana Rita Costa, aluna do 12º ano na Escola Secundária de Azambuja, diz que num dia normal e no regresso às aulas tem logo à entrada, “depois de picarmos o cartão uma funcionária a aplicar gel desinfetante a todos os que chegam”. Esse procedimento é feito com os alunos em fila indiana à espera da sua vez. Só depois seguem o trajeto rumo ao edifício escolar. Distanciamento é palavra de ordem e nas salas que são mais pequenas “as mesas foram colocadas de forma a assegurar que os estudantes não estão demasiado juntos”. Ana Rita Costa refere que “mesmo sendo a sala pequena coubemos todos”. Ao contrário de outras escolas, na Secundária de Azambuja, existe o mesmo tipo de rotatividade entre salas de aula à semelhança do que era a vida antes da pandemia. “Vamos mudando de sala de acordo com o que está no horário e consoante as disciplinas”. Mas ao contrário de antes da pandemia, “deixámos de ter intervalos a todas as horas, passámos a ficar duas horas dentro das salas”.

Neste regresso às aulas e tendo em conta as novas regras para os espaços de recreio e as pausas, “é estranho não poder cumprimentar as amigas como antigamente, sobretudo quando estivemos tanto tempo sem nos encontrarmos”. Usar máscara durante todo o dia é outra das dificuldades “especialmente quando se usa óculos e ficamos com as lentes todas embaciadas”.

Nas horas de almoço, e no refeitório “tivemos de esperar um pouco pela abertura, mas depois foi como antes no processo de ir para a fila, tirar um tabuleiro, receber o prato”. Já no espaço de refeição “nas mesas onde antes estavam quatro pessoas passaram a ficar apenas duas”. Contudo e à medida que a sala ia enchendo “ia dando a sensação de que os alunos iam ficando demasiado juntos”. Na altura em que a aluna almoçou não viu nenhuma auxiliar a controlar aquele espaço em causa. Ana Rita Costa confessa que não sentiu, ainda, que houvesse mais auxiliares a controlar e a supervisionar os alunos nos diferentes espaços por onde se movimentam “exceto hoje de manhã durante as aulas de Educação Física”.

No dia 18 de setembro, um dos primeiros dias de aulas em Azambuja, só tinha sido dada uma máscara a cada aluno, quando terão direito a três máscaras sociais por cada período. Ana Rita Costa diz que por enquanto apenas recebeu uma. Segundo Sílvia Vítor, vereadora da Educação na Câmara de Azambuja, houve alguns atrasos no fornecimento das demais máscaras motivados pelo fornecedor. Ao Valor Local refere que “não será por culpa das escolas ou de higienização que as crianças ficarão infetadas com a doença, e por isso vamos continua  a transmitir uma mensagem de tranquilidade aos encarregados de educação” pois “toda as auxiliares receberam formação sobre as regras a seguir e temos as necessárias condições nas escolas”. Para além disso cada agrupamento tem o seu plano de contingência que “é alterado consoante novos factos e o que vai acontecendo dia-a-dia”. Nos refeitórios, conta, que são higienizados várias vezes durante o dia à medida que as diferentes turmas vão sendo encaminhadas para aquele espaço. Os almoços começam mais cedo e terminam mais tarde do que antes. A autarquia colocou nas escolas mais 30 auxiliares de ação educativa neste ano letivo, sendo certo “que vamos continuar a contratar” para reforço das equipas nas escolas.
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Colégio José Álvaro Vidal preparado para regressar às aulas online se necessário

Com vertente de ensino em todos os graus: da creche ao secundário, o Colégio José Álvaro Vidal da Fundação CEBI, em Alverca, também levou a cabo uma série de iniciativas tendo em vista a adaptação à pandemia. Com cerca de 1400 crianças e jovens a frequentar as aulas na instituição, Honório Vieira, diretor-geral da fundação, revela ao Valor Local que há uma normal ansiedade no seio dos vários atores escolares, desde os professores, passando pela direção, assistentes operacionais, alunos e pais. “Contudo julgo que foram tomadas todas as medidas necessárias para se evitarem riscos de contágio por Covid-19”.

Para já as aulas estão a funcionar em pleno “com toda a vitalidade”, refere, não escondendo que é difícil fazer cumprir a regra do distanciamento social “quer nas aulas, quer no recreio ou no refeitório”. Para evitar esse tipo de situação, “tivemos de nos adaptar com alteração de horários para evitar aglomerações de alunos em determinadas horas, e para isso passámos a abrir mais cedo e a fechar mais tarde, sendo que no refeitório adaptámos também os espaços de circulação e quando antes uma mesa dava para quatro agora apenas se sentam dois alunos”. Contudo “o colégio está preparado para voltar a uma situaçao de aulas online se assim tiver de ser”, refere o diretor geral da instituição. Na escola em causa ninguém entra sem máscara.

No caso de aparecerem novos casos de Covid-19 na comunidade que exijam que algum aluno, ou turma tenha de ficar de quarentena, o colégio está preparado para que esses estudantes possam continuar a ter aulas via online, como decorreu de resto durante o período de emergência. “Recebemos muitos elogios por parte dos encarregados de educação nessa altura, e pelo nosso trabalho desenvolvido nessa componente do ensino à distância”. Com recurso “à imaginação e a meios técnicos”, e graças “ao nosso departamento de sistemas de informação conseguimos operacionalizar essa vertente”. “Sobretudo estamos a passar a mensagem aos pais de que estamos preparados se for necessário para voltarmos a ter aulas online”.

As preocupações são muitas e “obviamente que muitos encarregados de educação quiseram ver pelos seus próprios olhos como nos adaptamos a estes novos tempos, quiseram perceber onde estavam as setas no chão, quantos alunos levala cada sala de aula, e a distribuição de mesas e de lugares no refeitório o que entendemos perfeitamente”, alude. Foram realizadas reuniões online com os pais de toda as turmas, e “segundo me deu a parecer estão descansados porque confiam no nosso trabalho”.

Fora do recinto escolar onde por vezes surgem com frequência os denominados ajuntamentos de alunos, Honório Vieira sabe que isso acontece sobretudo nos alunos mais velhos e por isso mais autónomos que não necessitam que os pais os vão buscar à escola, mas diz que não tem presenciado esse tipo de concentrações nas imediações do colégio. “Todos os alunos receberam aulas de cidadania no sentido de estarem alerta para os comportamentos a adotar no âmbito da pandemia”, refere.

Jornal Valor Local @ 2013


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