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ImagemNo fim, fica a sensação de dever cumprido

O Silêncio da Pobreza


A palavra Solidariedade anda sempre associada à época de Natal. O Valor Local acompanhou uma distribuição de cabazes da junta de Aveiras de Baixo e da Cruz Vermelha de Aveiras de Cima. Fomos ainda conhecer outros casos de solidariedade, e de ajuda ao próximo na nossa região. 

Sílvia Agostinho/Miguel António Rodrigues
22-12-2015 às 22:12

Todos os anos em época de Natal, a Cruz Vermelha de Aveiras de Cima e a junta de freguesia de Aveiras de Baixo cumprem a tradição: oferecer um pouco de carinho, atenção, e alguns sacos de comida aos que vivendo naquela freguesia sobrevivem, muitas vezes, em condições precárias e pouco dignas. A primeira paragem é em Casais da Amendoeira, onde as carrinhas da junta de freguesia e da associação são recebidas com entusiasmo. Numa rua pequena, numa casa que não possui chão, onde há móveis muito antigos, e o telhado parece que resultou de uma obra de improviso, mora a família de Rute, que habitualmente recebe este tipo de apoios.

De forma desenvolta, fala abertamente das condições de vida da família, mas não se deixa abater. Recentemente, Rute e o marido deitaram mãos à obra e estão a construir junto à casa onde habitam, uma divisão que vai servir como cozinha. A alvenaria já lá está mas agora seriam necessários mais materiais. O presidente da junta, Carlos Valada, prometeu dar uma ajuda, porque “é uma pena que a obra fique por aqui”. Rute tem orgulho no que conseguiu até agora apesar de todas as dificuldades. “São casas velhas feitas de adobe, já nos ajudaram com azulejos, e outros materiais, mas ainda falta muita coisa para acabar esta cozinha”. A Segurança Social contribuíu com uma verba, que se revelou insuficiente.

Rute conta que o marido habitualmente faz uns biscates na construção civil. O casal tem quatro filhas, e quando a questionamos sobre como é viver o Natal com tão pouco, refere que “as filhas compreendem”. “Tento incutir-lhes que não é por termos uma casa pior, ou vivermos com menos, que somos menos do que outras pessoas. O facto de não lhes poder dar as mesmas prendas que outros pais, não faz com que eu seja pior mãe e elas piores filhas”, refere, acrescentando contudo que ainda tem esperança de conseguir comprar uma “prendinha”. Para já, o Pai Natal deu um ar de sua graça junto das meninas da família: A juntar aos sacos com alimentos, a Cruz Vermelha e a junta também trouxeram algumas prendas para as crianças.

Para 2016, e depois de respirar fundo, o maior desejo de Rute seria arranjar um emprego fixo, mas reconhece que é difícil porque também não possui transporte. Sendo que os horários escolares das filhas também acabam por ser um entrave: “Entram às nove, e nuns dias saem às quatro, noutros às cinco, noutros ainda às três e meia da tarde. É algo que não é compatível com nada”. Esta família recebe o Rendimento Social de Inserção e ajudas de familiares. A crise também ajudou a piorar “sem dúvida nenhuma” a vida desta família. Fome diz que não passam. “Deus nos livre de tal”, mas “cortamos em muita, muita coisa”.

No fim da visita, Carlos Valada conta-nos que esta é uma família reservada, que nunca pede nada, e que fez um esforço notável para construir a nova cozinha. “Vamos ver no que podemos ajudar para conseguirmos completar a obra, sei que desejariam arranjar o resto da casa. Ajudaremos em conjunto com a comunidade naquilo que pudermos”, exprime.

Os dois grupos partem depois para Casais da Lagoa, onde uma idosa vive com o filho em condições igualmente precárias. A falta de informação sobre que tipo de ajudas estas pessoas podem conseguir obter é também uma tónica ao longo desta reportagem. Desamparadas, com pouca literacia, e vivendo isoladas, os meios embora próximos, parecem ao mesmo tempo muito distantes. A burocracia soa a língua estrangeira quando são referidos os procedimentos que devem seguir para conseguirem mais apoios a nível da Segurança Social.

Mais uma vez, é a secretária da junta, Telma Carvalho, que por coincidência é também assistente social, que informa que a idosa pode requerer junto do centro de saúde um documento que depois lhe permita adquirir fraldas a um preço mais baixo. “Como tem uma pensão muito baixinha pode beneficiar de 40 euros na aquisição das fraldas”, informa a secretária da junta. Mas Isabel desalentada vai dizendo: “Já me queixei ao médico mas não deram seguimento”.

“ A minha reforma é de 240 euros, depois de pagar a luz, a água e as fraldas já não sobra quase nada”, refere a idosa, que momentos antes recebera com gratidão os sacos com comida. “Vou cozer este bacalhau que me deram com couves para o Natal”, informa à nossa reportagem. O filho de Isabel, por seu turno, tem uma deficiência na mão, “não trabalha, e já foi operado duas vezes na Estefânia porque tinha os dedos colados”, lamenta-se.

Ainda em Casais da Lagoa, há uma outra senhora que vive em condições sub-humanas. Há vários anos que a Câmara lhe prometeu uma casa, mas parece que a promessa teima em cumprir-se. A nossa reportagem é informada de que na casa de Helena é possível ver-se cobras ou até ratos, embora quem veja de fora não se aperceba do estado de degradação. No fim é nos dito que a casa foi feita com contraplacados vindos da antiga Ford. Helena sente-se especialmente desamparada e não consegue segurar as lágrimas. Confortada pela equipa, e em especial por Telma Carvalho, não deixa contudo de agradecer os sacos com comida. “Sei que os apoios não podem chegar a todos”, conforma-se quanto à promessa da Câmara, ao mesmo tempo, que mergulha no desespero.

Sem ajuda de familiares, e sem reforma, está à espera de conseguir mais apoio da Segurança Social. Apenas tem a pensão de viuvez no valor de 122 euros, bem como outros 122 de Rendimento Social de Inserção. A juntar a tudo isto, Helena ainda esteve até há pouco tempo a pagar a escolaridade da filha que tem 23 anos. Acabou um curso profissional recentemente. “Tive de fazer um grande aperto, foi muito difícil”. As despesas na farmácia também não são poucas: tem de adquirir remédios para si e para a filha, que ultimamente tem andado doente. Desejos para 2016, não consegue formular, apenas encolhe os ombros e atira: “Qualquer coisa boa, qualquer coisa que a gente nunca teve, quem passa por elas é que sabe”.

Quase no fim da viagem, a equipa da junta e da Cruz Vermelha chega às Virtudes. É nesta localidade vizinha do caminho-de-ferro que vamos encontrar Eva e a filha. Quem conhece Eva sabe que é uma lutadora. Há três anos o marido desapareceu, tendo sido encontrado uns dias depois morto no mar. Eva estava desempregada e tinha uma filha ainda bebé para criar. “Ou desanimava ou baixava os braços”, refere. Conseguiu também apoios da comunidade para a sua casa, e fez algumas obras. A casa é uma pequena mas simpática moradia numa das ruas mais escondidas da localidade, e Eva espera conseguir ter forças para “tocar a vida para a frente” e proporcionar “ a melhor vida possível à filha”. A pequena recebeu também prendas durante a visita, um jogo infantil com o qual começou logo a divertir-se, ao mesmo tempo que Telma Carvalho a enchia de mimos.

A vida desta viúva e da sua filha tem sido dramática, Quando o marido morreu estava desempregada, mas entretanto tem conseguido equilibrar a vida. “Beneficiei do Rendimento Social de Inserção, e de uma pensão de sobrevivência, até encontrar emprego. Estou a trabalhar desde há um ano nas limpezas nos apeadeiros. Ganho pouco, mas como consigo fazer mais umas limpezas noutro local, vou sustentando a minha vida. Tenho uma filha para criar e não podia ser de outra maneira”.

Cruz Vermelha de Aveiras é apoio para as comunidades

Há cerca de quatro anos, que a Cruz Vermelha de Aveiras de Cima leva a cabo, em várias localidades do concelho, a distribuição de alimentos provenientes da recolha da Missão Continente, que resulta de uma parceria entre a Cruz Vermelha nacional e aquela cadeia de hipermercados. No caso da associação de Aveiras de Cima, são atribuídas as dádivas provenientes do Continente do Porto Alto. Setenta famílias do concelho são beneficiadas. O Pingo Doce do Cartaxo também contribuíu pela primeira vez este ano.

Os bens dados nas campanhas alimentares nos supermercados passam quase em exclusivo pela alimentação, sendo que poucos se lembram dos produtos de higiene pessoal, e por isso a Cruz Vermelha lança o apelo: “Sabonetes, géis de banho, shampoos, pastas de dentes, seriam também bem-vindos. Há marcas baratas, e os carenciados pedem-nos muito esse tipo de coisas”, diz Teresa Pereira da Cruz Vermelha de Aveiras de Cima.

Teresa Pereira refere, ainda, que desde há três anos que o número de casos de carência no concelho mantêm-se, pelo menos no que toca aos que são conhecidos pelas equipas da associação que andam no terreno. Poucas são as famílias que conseguiram deixar de pertencer à rota da solidariedade da instituição. Teresa Pereira acredita que possam não existir casos flagrantes de gente a passar fome no concelho, mas sem dúvida que “há muitas privações”.

O fenómeno dos novos pobres, pessoas que até há alguns anos atrás tinham uma vida estável, também se nota no concelho. Não procuram por norma o apoio da instituição, “mas quando sabemos que passam necessidades através de um familiar ou amigo, oferecemos alguns bens, e agradecem-nos muito”, junta Luísa António da direção da instituição.
Em tempos, as empresas do concelho colaboraram mais nos apoios que a Cruz Vermelha empreende, contudo Teresa Pereira reconhece frontalmente que, neste momento, “pouco ou nada estão a dar” comparativamente com anos anteriores. Apenas a Staples ofereceu recentemente material escolar.

No fim da visita, ficou a sensação de dever cumprido, e a emoção perante os casos onde a dignidade humana se encontra no limite. “Vieram-me as lágrimas aso olhos, porque não conseguimos ficar indiferentes. Houve um caso que me tocou muito há uns tempos, quando uma idosa que tinha galinhas e coelhos nos disse para levarmos para quem tivesse necessidade, apesar dela própria viver com muitas dificuldades”, dá conta Luísa António. “Todas estas situações tocam-nos”, acrescenta Teresa Pereira. “Há pessoas pobres que nem chão possuem, mas as casas apresenta-se muito arrumadas”, continua a descrever. “Ficamos muito emocionados com tudo isto, infelizmente gostaríamos de ajudar mais, mas nem sempre temos meios”, acrescenta o voluntário Pedro Vieira. A Cruz Vermelha é da opinião de que as empresas do concelho poderiam colaborar mais, “mas temos de reconhecer que possivelmente não têm a culpa, porque não sabem destes casos. Se calhar pensam que não é bem assim. Tudo isto obedece a critérios de confidencialidade, e as estas situações acabam esquecidas”, deduz Luísa António. Outro fator que contribui para que em parte a solidariedade esmoreça prende-se também com a sensação instalada de que há quem viva mal mas por mau governo das suas finanças. “Não dá vontade de ajudar quem gasta o dinheiro nos cafés”, sentencia a responsável. “Se calhar essas pessoas deveriam receber formação para gerirem melhor as suas finanças”, concordam os elementos da associação.

No extremo oposto, e para Telma Carvalho, o que mais a choca é a falta de informação das pessoas “aliada a uma reserva tal da sua vida privada, que estando a passar por situações extremas se remetem ao silêncio”. “Cada vez mais é assim que se vive a pobreza”. “Foi um choque para nós da junta podermos ver in loco certas situações que andavam escondidas apesar de vivermos na freguesia”, acrescenta o presidente da junta.

​Loja Social de Aveiras continua a ajudar os que mais precisam

A Loja Social de Aveiras de Cima consegue proporcionar alguns bens de primeira necessidade, em colaboração com a Cruz Vermelha de Aveiras, à população não só no Natal como no resto do ano. Essencialmente, e uma vez por mês, cada carenciado tem acesso ao vestuário em segunda mão existente no local. Peças em bom estado, embora Isabel Martins, que se encontra à frente deste projeto da Junta de freguesia, reconheça que nem sempre o vestuário chega nas melhores condições. Encontramos no local, Fátima Catita, 43 anos, desempregada, com filhos, e sem direito a Rendimento Social de Inserção. Todos os meses é uma habitual frequentadora desta resposta social, tendo em conta que não dispõe de meios, por não ter emprego, assim como, o marido. Para os três filhos costuma levar roupas, livros e brinquedos. “Reconheço que é uma boa ajuda”, resume.

Na mesma situação encontra-se Susana Guerreiro, 25 anos, também sem direito a ajudas do Estado, nomeadamente, Rendimento Social de Inserção. A deslocação à loja social de Aveiras teve como objetivo recolher algum vestuário para si, para o marido, e para a filha. Desempregada desde “há muito tempo”, reforça que este não é o primeiro Natal que vai passar com dificuldades. “É muito difícil arranjar emprego”, refere, mas acrescenta que se conseguisse não se importaria de trabalhar “num lado qualquer”. Vai continuar a dirigir-se à loja social pois trata-se de “uma boa oportunidade” principalmente para “quem tem filhos”. Quando se lhe pergunta sobre as necessidades económicas de que a sua família sofre, sentencia sem esperança – “Temos de nos aguentar!”.

A Loja Social de Aveiras Cima funciona há três anos, e de acordo com Isabel Martins é prestado atendimento a pessoas da freguesia e não só. A entrega de roupa é articulada também a Cruz Vermelha de Aveiras de Cima, bem como com a Casa Mãe. Entre os utentes, confessa que nem todos, apesar de carenciados, “dão valor aos bens que levam para casa”. “Por vezes são exigentes demais. Não temos com facilidade roupa para jovens de 13 ou 14 anos, e nesses casos ficam chateados”.

Mas também há os bons exemplos – “Tivemos o caso de uma senhora que não era da freguesia, que recebeu o nosso apoio. Sendo que estava desempregada, assim como, o marido. Passado um ano, e em melhor situação, regressou e devolveu parte do que tinha levado, porque já não servia aos filhos, bem como outras coisas que tinha lá em casa. Veio agradecer o nosso apoio”. 

O presidente da junta de freguesia reforça que desde 2012, que a loja social fez 384 atendimentos e ajudou 104 famílias. António Torrão coloca o enfoque que “não é vergonha nenhuma virem à loja social”, mas isto “não quer dizer que venham mendigar, pretendemos ajudar efetivamente quem nos procura, ajudando também em outras soluções que lhes permitam sair do estado em que se encontram”. A cantina social da freguesia que funciona no Centro Paroquial ajuda 30 famílias na freguesia é outros dos apoios em Aveiras de Cima. 
Fátima Catita
Loja funciona no Mercado de Aveiras de Cima
Susana Guerreiro
ImagemVenda de Natal da Gagic
Gagic apoia 70 famílias do Cartaxo

Um grupo ligado à igreja católica no Cartaxo, todos os anos, leva a efeito uma venda de natal, onde para além de artesanato encontram-se também à disposição bolos e outras iguarias natalícias, alguns dos quais feitos em casa. A venda como é hábito foi levada a efeito neste mês de dezembro, e muitos cartaxeiros deslocaram-se ao local para adquirir produtos e colaborar na causa solidária da Gagic – Associação de Intervenção Social e Cultural, que foi fundada em 1995. Os seus projetos incluem atividades com crianças, idosos, famílias carenciadas e instituições do concelho.

No concelho do Cartaxo, a Gagic, também em articulação com a Conferência São Vicente de Paulo, ajuda cerca de 70 famílias carenciadas, nomeadamente, também através de refeições que são servidas numa das cantinas da paróquia.


Marta Cruz tem a perceção de que as dificuldades que o país atravessa a nível das carências económicas continuam a fazer-se sentir com alguma intensidade, pelo menos no que lhe é possível observar no concelho do Cartaxo. Sobretudo, o advento dos ditos novos pobres, veio trazer novos dados a esta realidade, com “pessoas que à partida nunca julgaríamos que viriam a precisar da nossa ajuda”.

“É sempre um choque confrontarmo-nos com essas situações, pois podia acontecer comigo, e há que ter uma mente aberta para lidar com casos assim. Mas quer falemos dos sem-abrigo ou de indivíduos que outrora pertenciam à classe média, no fundo, são pessoas que devem ser tratadas com dignidade”, conclui, referindo que a Gagic se esforça sempre para que “ninguém se sinta envergonhado porque nos veio pedir ajuda, reforçando a ideia de que estão naquela posição por força das circunstâncias que devem ser enfrentadas”.

“Natal Amigo”

Ainda no Cartaxo, mas por iniciativa da Câmara Municipal, numa ação conjunta da  área da Cultura e da área de Desenvolvimento Económico e Empreendedorismo tem lugar um programa de recolha de bens designado  por  “Natal Amigo”. Através desta iniciativa quem assim o desejar pode entregar os mais diversos bens em pontos de recolha estratégicos: a Biblioteca Municipal, onde os utentes podem deixar livros novos ou usados em boas condições de conservação; o Mercado Municipal, especialmente vocacionado para a recolha de alimentos; o edifício sede do município, onde podem ser entregues brinquedos, jogos ou livros; e as Piscinas Municipais continuam a ser também ponto de recolha para estes objetos e para bens alimentares não perecíveis.

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Voluntárias da Cáritas que abraçaram esta causa

Cáritas de Vila Franca apoia mais de 100 pessoas por dia


A Cáritas de Vila Franca de Xira apoia mais de 100 pessoas diariamente, com apoio domiciliário e centro de dia. Em época de Natal esse apoio é evidenciado de forma ainda mais notória, mas segundo as responsáveis da associação, ao Valor Local, urge um novo local onde possam fazer o atendimento aos utentes. Esta é a atualmente a grande necessidade da instituição ligada à igreja em Vila Franca de Xira.

A instituição tem novos corpos sociais desde o ano passado, e a missão destes voluntários passa agora por encontrar um espaço com menos visibilidade para resguardar a identidade das pessoas que ajudam diariamente.

Manuela Farrobilha, uma das responsáveis pela direção, salientou ao Valor Local essa mesma necessidade. Para Manuela, o fato de as instalações da Cáritas se encontrarem junto ao Mercado Municipal, tal acaba por inibir algumas pessoas que necessitam do apoio da instituição.

Manuela Farrobilha salienta que, por enquanto, não existem localizações para tal, explicando que a utilização de uma sala no mercado levante de Vila Franca de Xira a meias com os Companheiros da Noite, acaba por não ser prático para ambas as instituições.

Entre outras questões, está o fato de algumas pessoas ajudadas pelos Companheiros da Noite, fazerem as suas refeições no local. Esta situação limita o espaço para ambas. O ideal, refere  Manuela Farrobilha, seria um espaço alternativo para uma das instituições, mas enquanto isso não acontece, a Cáritas, continuará a partilhar o local.

Já Maria Alves destaca que no futuro o objetivo seria a par da deslocação para outro local, de preferência mais resguardado, a possibilidade de criar “uma cantina social”.  Embora exista uma outra instituição de Vila franca com cantina social, assegura que o projeto da Cáritas seria “bastante diferente”.

Manuela Farrobilha vinca entretanto que a cantina social servirá para prestar apoio, não só aos utentes habituais da Cáritas, mas a toda a população, desde que esteja referenciada,  a qual “poderia pagar conforme as suas possibilidades”,  e de “forma discreta”.
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“Há pessoas que não têm condições de cozinhar em casa, e de se organizarem devidamente” refere Maria Alves. Uma ideia partilhada pela diretora técnica Susana Cruz.

Em curso vai estar em breve a reabilitação de um outro prédio, de que a Cáritas é proprietária, mesmo ao lado das suas instalações. Atualmente, o edifício de dois andares serve de apoio aos serviços da instituição, mas brevemente poderá ser transformado em alojamento temporário para situações urgentes ou de risco. A instituição já tem também, e desde há poucas semanas, uma nova carrinha para transporte dos seus utentes com a colaboração do município.

Já no que se refere aos apoios do município de Vila Franca de Xira é destacado que nesta época em particular, foi reforçada a entrega de cabazes alimentares habitualmente atribuídos, com os géneros tradicionais da quadra, que contribuirão para que todos usufruam de uma ceia de Natal.

Serão organizadas Festas de Natal dos centros comunitários, destinada às crianças e jovens residentes nos diferentes bairros sociais do Concelho, proporcionando momentos de animação alusivos à época natalícia e distribuição de presentes. 
No âmbito da sua “Universidade Sénior” e da disciplina “Lavores em lã”, foram entregues mantas à associação “Companheiros da Noite”, para distribuição às pessoas que apoiam. No âmbito do apoio aos que menos têm, a Câmara destaca ainda a entrega de fogos de habitação social a 12 famílias do concelho, que ocorreu nesta época do ano. 

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