Obras na Avipronto da Coutada Velha fazem soar campainhas
Quatro pecuárias têm até 2024 para abandonarem o local, mas apenas as suiniculturas mostram alguma proatividade. Um dos aviários vai melhorar as instalações e o outro não tem dado notícias
|06 Jul 2021 15:33
Sílvia Agostinho A Lusipintos – Produção Avícola, Lda, do grupo Lusiaves, vai proceder a obras de remodelação a três anos do fim do período dado pela Câmara de Benavente com vista à sua deslocalização conforme consta do PDM aprovado e publicado em 2019. Esta indústria a par de outras três são descritas como causadoras de incómodos à população de Coutada Velha devido aos maus cheiros. Na avaliação de impacte ambiental, a empresa sustenta que, não obstante ter de proceder ao desmantelamento das instalações tem a possibilidade de proceder a obras de ampliação com vista à manutenção do uso avícola. O presidente da Câmara de Benavente, Carlos Coutinho, sustenta ao Valor Local que a empresa está a agir dentro da lei, mas a oposição não esconde os seus receios. Pedro Pereira, vereador independente, considera que face a estas obras as intenções podem não ser as melhores na hora de saírem do local em 2024. O processo está em consulta pública no site participa.pt até cinco de julho.
Numa reportagem efetuada pelo Valor Local, em inícios de 2019, na Coutada Velha, a população desconfiava da chegada a bom porto das intenções do município neste período de cinco anos e a mudança das empresas de armas e bagagens para outro lado. No PDM aprovado há dois anos ficou acautelada uma área nas proximidades de Vale Tripeiro para aquelas indústrias, mais longe das populações e à partida com menos possibilidade de criarem incómodos, em que para além dos cheiros acresce a conspurcação das linhas de água situadas próximas da localidade da Coutada Velha. Coutinho assegura que as obras em causa por parte da Lusiaves-Avipronto incidem sobre “a cozinha” mas não se trata de “aumento das instalações”. Sendo que a própria “avaliação de impacte ambiental contempla o período de cinco anos para a deslocalização”, para além do desmantelamento. Ouvido pelo Valor Local, o vereador do PSD, Ricardo Oliveira, não esconde que também ficou surpreendido dado que “a empresa devia estar focada nesta altura no desmantelamento e na transferência para outro lado”, mas de acordo “com o presidente da Câmara estamos a falar de reparações em anexos, mas que carecem de licenciamento”. O autarca diz ter ficado “mais descansado”. Pedro Pereira refere que em reunião de Câmara “o presidente disse que por ele as empresas já se tinham ido embora quando há muitos anos atrás foram estes executivos da CDU que permitiram este estado de coisas”. O autarca lembra que esta convivência das pecuárias junto à população de Coutada Velha nunca foi pacífica. Muitas vezes as indústrias foram acusadas de camuflar os maus cheiros em dias de inspeções para escaparem às multas. Quanto às obras da Avipronto a três anos do processo de demolição, refere que “a intenção deles se calhar é adiar ao máximo a deslocalização”. Neste processo de saída das indústrias da Coutada Velha, Coutinho refere que a que se encontra em fase mais adiantada é uma das suiniculturas que mais incomoda a população. “O processo de deslocalização já está na Câmara e está dependente de uma aprovação de REN que se encontra na CDDR-LVT”. A indústria deverá ficar instalada no local agora designado em PDM para esse efeito. Quanto à segunda suinicultura “está também a agilizar o processo bem como um outro aviário”. Quanto à unidade da Avipronto que conseguiu obter legalização das suas instalações através do Regime Extraordinário de Regularização das Atividades Económicas (RERAE) em 2017 e com isso a declaração de interesse público municipal que de nada valeu tendo em conta as consequências em causa no âmbito da revisão do PDM em 2019, deverá abandonar o concelho. Coutinho diz que nada está previsto no sentido da sua continuidade em outra localização. Em conclusão Coutinho diz que nesta altura o processo podia estar ainda mais adiantado se não tivessem existido os entraves da Quercus no processo de revisão do PDM. “Posso garantir que os aviários devem sair até 2024, já as suiniculturas, inclino-me, para que isso possa acontecer mais cedo”. Já o vereador do PSD está confiante na saída dos operadores até 2024, “porque ainda temos três anos”. Deixe a sua Opinião sobre este Artigo
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