Oestecim anuncia "casamento" com a Boa Viagem em Arruda dos Vinhos
Empresa anuncia reforço de horários para o concelho. Entrada da Oestecim no capital desta filial do grupo Barraqueiro em perspetiva
|01 Jun 2022 10:13
Sílvia Agostinho A Câmara de Arruda dos Vinhos em conjunto com a Comunidade Intermunicipal do Oeste (Oestecim) promoveu uma sessão de esclarecimento sobre as novidades para o transporte público, agora que o casamento com a Rodoviária do Oeste/Boa Viagem do Grupo Barraqueiro parece caminhar a passos largos. A sessão serviu essencialmente para dar a conhecer o reforço da cobertura em algumas das carreiras que passam no concelho, face às muitas críticas de falta de transportes em determinados horários. Paulo Simões da Oestecim voltou a frisar que o compromisso da entidade e dos municípios continua a basear-se na premissa de criar um transporte que seja “universal, conectado, mais verde e limpo”.
Contudo as queixas quanto aos transportes continuam a ser mais do que muitas. Elisabete Nogueira, utilizadora dos autocarros, deu conta que continua a não existir transporte entre as 9h00 e as 12h45 na carreira 88 com destino a Lisboa, com passagem por Fresca, Arruda, A-do-Barriga, Loures (hospital) e finalmente a capital. Já Susana Rosado que tem dois filhos a frequentar a universidade em Lisboa, lamenta que os serviços ainda não tenham melhorado. “Sou uma potencial utilizadora, mas tem de haver mudanças para melhor, porque com estes horários é impossível, e penso que seria de fazerem um investimento realmente a sério, porque o combustível está cada vez mais caro, e se tivessem outra oferta chamariam mais pessoas para o transporte público”, frisou. Deixou ainda a sugestão de mais autocarros com destino a Vila Franca de Xira “para permitir que os passageiros pudessem depois apanhar o comboio para Lisboa”. Ruben Martins, outro utente dos transportes, quis saber ainda se a Carris Metropolitana que em breve vai chegar a Vila Franca também pretende operar em Arruda. Paulo Simões esclareceu que a zona Oeste não faz parte do lote da Área Metropolitana de Lisboa (AML). Em cima da mesa esteve ainda a nova realidade em perspetiva que pretende revolucionar o sistema de transportes na região Oeste com a Oestecim e os municípios a entrarem no capital privado da Boa Viagem com 51 por cento, o que permitirá outra margem de manobra, mais capacidade de investimento através dos fundos estruturais, e no fundo proporcionar melhor serviço, isto de acordo com a comunidade intermunicipal. “Estamos a ouvir as câmaras municipais e a sociedade civil”, destacou Paulo Simões. Os municípios já são os principais financiadores das empresas de transportes por via do Programa de Apoio à Redução Tarifária (PART). Durante a pandemia assistiu-se a uma retração da procura, mas também da oferta que a empresa agora procura retomar, sendo que atualmente a oferta é inferior em 19 por cento face ao período pré pandemia, enquanto a procura regista uma queda de 27 por cento. “A aposta está no reforço da oferta em Arruda dos Vinhos, nomeadamente, da carreira 88 que foi reposta a um ritmo superior ao crescimento da procura”. Em 2018, para oito horários na carreira 88, seguiam em média 26 passageiros nos autocarros da Boa Viagem; e 2020 para 9 horários, a média era de 37 pessoas, e por fim em 2022, a média é atualmente de 29 pessoas em oito horários. Paulo Simões deu conta que haverá incentivos para quem utilizar o transporte público através do projeto Oeste + Recicla com a colocação de uma máquina que recebe embalagens de alumínio ou de plástico para reciclagem com descontos à posteriori nas viagens de autocarro. Um dos objetivos, segundo André Rijo, presidente da Câmara passa ainda por aproximar o preço dos passes dos praticados na AML, onde os utilizadores pagam 40 euros, enquanto que os cidadãos de Arruda e da zona Oeste que se desloquem todos os dias para concelhos da área metropolitana como Lisboa, Vila Franca de Xira ou Loures, entre outros, pagam 70 euros porque o passe é combinado, “mas isso só se consegue tendo margem para reduzir o nosso próprio tarifário para menos de 30 euros” com a possibilidade de “o operador poder gerar mais receita com mais pessoas a entrarem no sistema”. O presidente da Câmara mostrou ainda algum entusiasmo pela possível introdução de novas valências como o transporte a pedido em que “uma vez por semana o autocarro passa pelas localidades e transporta as pessoas para o hospital, ou para o centro de saúde”, face à realidade atual de autocarros vazios em determinados horários. Paulo Simões está confiante de que a entrada no capital da Boa Viagem conforme tudo aponta, permitirá uma poupança de seis milhões de euros ao longo de 10 anos, em contrapartida com um possível modelo de concessão como está a ser adotado em outras comunidades intermunicipais, mas sem sucesso, porque os concursos lançados ficaram desertos. Por outro lado, “este modelo pode dar mais estabilidade ao nosso parceiro que de outra forma não tinha capacidade de investimento. Ninguém pode dizer que este modelo é isento de riscos, mas é o mais interessante e razoável do ponto de vista económico”. |
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