Oficina de Luis Açucena
“Hoje não temos mecânicos, mas montadores de peças” O empresário “virou a agulha” e decidiu apostar numa oficina a par de um centro de pré-inspeção
15-12-2015 às 10:34
Há mais de trinta anos no mercado, a oficina de Luís Açucena em Aveiras de Cima, continua a ser sinónimo de simpatia e eficiência. Luís Açucena, o homem que dá nome à casa, em conversa com o Negócios com Valor, explica que a oficina nasceu para ser um centro de inspeções auto.
Numa altura em que começavam as inspeções periódicas obrigatórias em Portugal, este parecia um bom negócio, mas o facto de o Estado através da antiga Direção Geral de Viação cobrar cinco por cento de cada inspeção, fez com que Luis Açucena recuasse nesse setor. Açucena salienta que, na altura, o investimento foi considerável e por isso entendia que o Estado tinha obrigação de ajudar, o que não acontecia. “Se o Estado não ajudava nesse investimento, eu achei que não devia prosseguir”. Na altura e já com o investimento e decorrer, Açucena “virou a agulha” e decidiu apostar numa oficina que ainda hoje mantém a par de um centro de pré-inspeção. Luís Açucena refere que, ainda, tem algumas máquinas de diagnóstico que foram adquiridas aquando da construção da oficina. São máquinas caras mas que se encontram, agora, obsoletas, já que necessitam de atualização de um determinado software. Por outro lado reconhece que a mecânica também evoluíu. “Dantes havia muito trabalho manual, rodávamos válvulas à mão, por exemplo”, explica o mecânico, e hoje com as novas tecnologias “os mecânicos deixaram de existir, agora temos montadores de peças”, desabafa. A oficina que ainda hoje é conhecida por ter um velho Renault 5 verde num pilar, tem agora novas valências. Para além de manter a parte respeitante à reparação automóvel, possui outra dedicada aos reboques. Ora, segundo Luis Açucena, esta tem sido também uma mais-valia na sua firma. O único senão prende-se com o facto de poder ser chamado a qualquer hora do dia ou da noite para fazer um determinado serviço, que às vezes o leva para muitos quilómetros longe de casa. “Por vezes surgem-nos serviços de noite que não compensam levantarmo-nos da cama, mas também não os posso negar”. Para o mecânico, o facto de serem as companhias de seguros a fazerem os preços, tal acaba por condicionar o negócio, ao ponto de empresas com mais envergadura financeira “baixarem os preços quase ao limite, e conseguirem, por exemplo, apenas com um transporte levar cinco ou seis carros para o Porto, o que sai também muito mais barato à companhia”. Mas mesmo com um horário apertado, há uma paixão que não pode ficar sem entrega. Luis Açucena que tem a rádio como companhia, tendo sido um dos fundadores da Rádio Voz do Concelho de Aveiras de Cima, apresenta todos os domingos um programa de música portuguesa na Rádio Ribatejo. É como se fosse o escape de uma semana inteira de trabalho, com dias melhores e piores e explica que chegou a ter convites para fazer da rádio a sua profissão principal. Hoje e olhando para trás assume que não está arrependido do caminho, mas se não tivesse sido mecânico, teria sido locutor.
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