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Opinão Luís Monteiro Carvalho: "O futuro do Rio, do Estuário e da Bacia Hidrográfica do Tejo"

O Tejo tem de ser defendido, preservado, valorizado e promovido.
23-05-2018 às 16:08
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O Rio Tejo é um fator de unidade e coesão entre Portugal e Espanha e marca de forma característica e indelével a paisagem natural e humana dos dois países ibéricos.

No nosso País, as águas do Tejo estendem-se desde a Beira Baixa, em Vila Velha de Ródão, até à Área Metropolitana de Lisboa, que emerge em torno da envolvente ribeirinha do Estuário do Tejo, um dos maiores Estuários da Europa Ocidental e que divide a Grande Lisboa da Península de Setúbal.
O Tejo confere vida, dinâmica e identidade a várias aldeias, vilas, cidades e concelhos.

Ficamos impressionados com a descoberta de água num planeta distante, mas depois não tratamos daquela que está realmente perto de nós – a nossa água, o nosso Rio.

Foi do Tejo que partiram as naus e as caravelas para os nossos Descobrimentos, que deram novos Mundos ao Mundo e permitiram a primeira globalização.

Atualmente é o Tejo que continua a desempenhar um papel relevante no que concerne ao abastecimento de água às populações.

A preservação ambiental dos recursos naturais é fundamental, devendo constituir um compromisso assumido por todas e por todos, em defesa dos direitos e interesses das populações e na perspetiva da salvaguarda do ambiente.

Sabemos que o Governo, através do Ministério do Ambiente, está atento aos problemas relativos ao Rio e empenhado na sua resolução.

Desde a década de noventa do século vinte que são desenvolvidos inúmeros esforços para despoluir o Tejo, que enfrenta atualmente duas grandes ameaças: a poluição e o nível reduzido dos caudais de água.

No que concerne à poluição, esta é uma matéria substancialmente prejudicial para a vida do Rio e para as atividades que lhe estão associadas, bem como para os ecossistemas e para a sua biodiversidade.
As descargas efetuadas pelas atividades económicas (de índole industrial) afetam drasticamente a capacidade de sobrevivência ambiental do Tejo, assim como a contaminação das águas decorrentes do funcionamento da Central Nuclear de Almaraz, localizada junto ao Tejo, a 100 km de Portugal.
Relativamente ao nível reduzido dos caudais de água importa relembrar que em Espanha a água é retida em diversas barragens, o que afeta e tem influência direta nos reduzidos caudais, não cumprindo assim o acordo com Portugal, o qual se mostra contemplado na denominada Convenção de Albufeira.

Existem também circunstâncias decorrentes das situações de seca, bem como dos transvases efetuados para tentar suprir as necessidades de água em inúmeras zonas onde ela é escassa, o que prejudica severamente a economia da pesca e das empresas piscatórias, conduzindo à escassez e ao desaparecimento de peixes.

Em Vila Franca de Xira – o Concelho da Cidade, da Serra, da Lezíria e do Tejo - temos a cultura avieira e as suas manifestações etnográficas. O Município conserva, promove, valoriza e dinamiza as embarcações típicas e tradicionais do Tejo, simbolizadas através do Barco Varino Liberdade.

A Câmara Municipal tem ainda a ambição e o objetivo de criar, em cooperação com outros Municípios, um percurso pedonal e ciclável entre a Vala do Carregado e o Parque das Nações.
Para o Município de Vila Franca de Xira, devolver o Rio às populações e às comunidades é uma prioridade, com obra realizada e projetos para o futuro.

Não podemos esquecer, nem ignorar, a importância ambiental e económica associada ao Rio Tejo e que merece reconhecimento - por parte de todas e de todos - das suas potencialidades, designadamente ao nível piscatório, turístico e desportivo, mas também em termos de coesão social e territorial das comunidades ribeirinhas.

A agricultura, a indústria, a pesca, o turismo e o desporto podem e devem coexistir com o Rio Tejo mas de forma limpa e sustentável.

O desassoreamento do Rio Tejo e a sua navegabilidade são fatores essenciais que permitirão um desenvolvimento ambiental, económico e social regional, sendo este, também, um assunto relevante, e que merece estar na agenda política e na ordem do dia.

É fundamental, e deve constituir uma prioridade de ação, o desenvolvimento e a exploração do Rio Tejo de forma navegável através da sua utilização como uma autoestrada fluvial.
Os recursos que o Rio possui abrem perspetivas de exploração que podem transformar o futuro dos Concelhos localizados junto ao Tejo.

A existência de uma Cultura e de uma Economia do Tejo deve ser devidamente valorizada e considerada pois a preservação ambiental deste Rio é essencial para maximizar as suas potencialidades.

O Tejo tem de ser defendido, preservado, valorizado e promovido.

O Rio Tejo não pode ser esquecido! Tem de permanecer vivo e dinâmico, como contributo essencial para a competitividade da economia, da coesão e do desenvolvimento dos territórios ribeirinhos.
É demasiadamente importante para Portugal.

Como disse Fernando Pessoa, “Pelo Tejo vai-se para o Mundo”."


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