Por Odete Cosme
Políticos que como nódoas deixam manchas impossíveis de limpar
Quando em Março de 2010 Paulo Caldas, eleito pelo PS, anunciava a assinatura do contrato de concessão das águas do Cartaxo, ninguém, a não ser os eleitos dos partidos da oposição nos órgãos autárquicos, levantou um dedo para se opor ao que aí vinha.
E o que aí vinha, e vem, tal como nas parcerias público privadas de que tanto se fala, é um negócio completamente viciado em que apenas um dos parceiros é beneficiado, o parceiro privado
A Cartágua soube, com a conivência de Paulo Caldas, blindar o contrato de modo a sair sempre por cima no negócio.
Alguém acredita que os donos da Cartágua se deixassem enganar pelas ideias fantasiosas de Caldas, quando este garantiu um acréscimo de consumidores no Cartaxo para atingir cerca de 40 000 durante a vigência do contrato, ou seja, 35 anos?
A Cartágua colocou no contrato uma fórmula onde existe um determinado fator “Z”, que mais não é que uma variável que lhes permite a qualquer tempo usar, de modo a garantir a permanente sustentabilidade e rentabilidade do negócio.
Foi com base nessa fórmula e no facto de ter “descoberto” que os consumidores nunca chegariam aos números apresentados por Paulo Caldas, que a Cartágua apresentou à autarquia um adicional de contrato extremamente lesivo quer para a Câmara Municipal, quer para os bolsos de todos os munícipes.
Esse adicional votado favoravelmente pelos eleitos do PS, que o defenderam com unhas e dentes contra os argumentos apresentados por toda a oposição, continha a decisão de um aumento, para além da taxa anual de inflação, de mais 5% ao ano, durante oito anos, e uma redução nas rendas a pagar à autarquia de cerca de 8,5 milhões de euros.
Os agora eleitos do PS deste mandato autárquico, verificando a gravidade deste contrato adicional, querem a todo o custo tapar o sol com a peneira, repetindo inúmeras vezes para outras tantas audiências, que os coitados dos eleitos do PS do mandato anterior nada sabiam do quão danoso o mesmo era, e tinham votado a favor do mesmo enganados.
Devemos todos perguntar-nos que gente é esta que foi eleita para defender o interesse público e que votou contra o mesmo sem qualquer parcimónia, de forma acintosa e reiterada.
É grave o que estes senhores eleitos pelo PS fizeram à população do Cartaxo, é ainda mais grave que, agitando palavras de branqueamento, os atuais eleitos tentem a todo o custo enganar uma vez mais a população, fazendo crer que os antecessores colegas de partido não tinham feito por mal, estavam era mal esclarecidos, coitados, e por isso votaram a favor de um documento que permite à Cartágua, sugar ainda mais os já parcos recursos da autarquia e dos cartaxeiros.
Nunca é demais referir que apesar do PS ter votado a favor na sua maioria, o documento só foi aprovado, porque o presidente de Junta da Ereira, do PSD, se absteve, justificando que o fazia para defender a população da sua freguesia. Ainda hoje todos estamos para saber que tipo de defesa era. Entretanto acho que a população soube ver a falsidade do argumento e, por isso, não o reelegeu. Essa abstenção conduziu ao voto de qualidade do então presidente da mesa de Assembleia Municipal, que reforçou o seu voto a favor.
São necessários eleitos de corpo inteiro, eleitos que defendam quem neles votou e não que viabilizem arranjinhos de bastidores, eleitos que saibam o que fazem quando aprovam ou vetam documentos. Em suma, seriedade e integridade precisam-se para quem se candidate a cargos políticos.
30-12-2014
Políticos que como nódoas deixam manchas impossíveis de limpar
Quando em Março de 2010 Paulo Caldas, eleito pelo PS, anunciava a assinatura do contrato de concessão das águas do Cartaxo, ninguém, a não ser os eleitos dos partidos da oposição nos órgãos autárquicos, levantou um dedo para se opor ao que aí vinha.
E o que aí vinha, e vem, tal como nas parcerias público privadas de que tanto se fala, é um negócio completamente viciado em que apenas um dos parceiros é beneficiado, o parceiro privado
A Cartágua soube, com a conivência de Paulo Caldas, blindar o contrato de modo a sair sempre por cima no negócio.
Alguém acredita que os donos da Cartágua se deixassem enganar pelas ideias fantasiosas de Caldas, quando este garantiu um acréscimo de consumidores no Cartaxo para atingir cerca de 40 000 durante a vigência do contrato, ou seja, 35 anos?
A Cartágua colocou no contrato uma fórmula onde existe um determinado fator “Z”, que mais não é que uma variável que lhes permite a qualquer tempo usar, de modo a garantir a permanente sustentabilidade e rentabilidade do negócio.
Foi com base nessa fórmula e no facto de ter “descoberto” que os consumidores nunca chegariam aos números apresentados por Paulo Caldas, que a Cartágua apresentou à autarquia um adicional de contrato extremamente lesivo quer para a Câmara Municipal, quer para os bolsos de todos os munícipes.
Esse adicional votado favoravelmente pelos eleitos do PS, que o defenderam com unhas e dentes contra os argumentos apresentados por toda a oposição, continha a decisão de um aumento, para além da taxa anual de inflação, de mais 5% ao ano, durante oito anos, e uma redução nas rendas a pagar à autarquia de cerca de 8,5 milhões de euros.
Os agora eleitos do PS deste mandato autárquico, verificando a gravidade deste contrato adicional, querem a todo o custo tapar o sol com a peneira, repetindo inúmeras vezes para outras tantas audiências, que os coitados dos eleitos do PS do mandato anterior nada sabiam do quão danoso o mesmo era, e tinham votado a favor do mesmo enganados.
Devemos todos perguntar-nos que gente é esta que foi eleita para defender o interesse público e que votou contra o mesmo sem qualquer parcimónia, de forma acintosa e reiterada.
É grave o que estes senhores eleitos pelo PS fizeram à população do Cartaxo, é ainda mais grave que, agitando palavras de branqueamento, os atuais eleitos tentem a todo o custo enganar uma vez mais a população, fazendo crer que os antecessores colegas de partido não tinham feito por mal, estavam era mal esclarecidos, coitados, e por isso votaram a favor de um documento que permite à Cartágua, sugar ainda mais os já parcos recursos da autarquia e dos cartaxeiros.
Nunca é demais referir que apesar do PS ter votado a favor na sua maioria, o documento só foi aprovado, porque o presidente de Junta da Ereira, do PSD, se absteve, justificando que o fazia para defender a população da sua freguesia. Ainda hoje todos estamos para saber que tipo de defesa era. Entretanto acho que a população soube ver a falsidade do argumento e, por isso, não o reelegeu. Essa abstenção conduziu ao voto de qualidade do então presidente da mesa de Assembleia Municipal, que reforçou o seu voto a favor.
São necessários eleitos de corpo inteiro, eleitos que defendam quem neles votou e não que viabilizem arranjinhos de bastidores, eleitos que saibam o que fazem quando aprovam ou vetam documentos. Em suma, seriedade e integridade precisam-se para quem se candidate a cargos políticos.
30-12-2014
Comentários
Ainda não há novidades ...