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POR LINHAS DIREITAS
 Opinião António Jorge Lopes: "Os Donos Disto Tudo"

Nas eleições regionais de 1996, os açoreanos decidiram que o PS tivesse mais votos nas urnas do que os outros partidos. Nessa altura, os eleitores também decidiram que o PS tivesse o mesmo número de deputados que o PSD na Assembleia Legislativa Regional. 
05-11-2020 às 15h20

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Ao tempo, o PSD regional assumiu que iria fazer uma coligação com o CDS-Açores e assim formar governo, pois a soma dos deputados dos dois partidos garantia uma maioria parlamentar.

Ao tempo, o socialista Jorge Sampaio, na qualidade de Presidente da República, decidiu que só daria posse a um governo regional chefiado pelo socialista Carlos César porque este tinha tido mais votos e recusou-se a empossar a solução PSD/CDS que conquistara a maioria na Assembleia Legislativa Regional.

Uns anos depois, nas eleições legislativas de 2015, a coligação PSD/CDS liderada por Pedro Passos Coelho arrebanhou mais votos que o PS de António Costa, mas não conseguiu eleger deputados suficientes para uma maioria parlamentar.

Ao tempo, o PS argumentou que só deveria formar governo quem tivesse uma maioria parlamentar, independentemente de quem ganhou as eleições nas urnas.

Ao tempo, nasceu a “Geringonça”, porque a soma dos deputados do PSD e do CDS era inferior ao total dos deputados eleitos pelo PS, PCP, BE e PEV.

Nas eleições regionais dos Açores deste domingo, o PS teve mais votos que os outros partidos, mas tem menos deputados que a soma dos deputados eleitos pelos vários partidos do centro-direita e da direita.

Na altura em que escrevo estas linhas direitas, ainda não se sabe se haverá “a arte e o engenho” para construir uma coligação que viabilize um governo regional liderado pelo PSD-Açores.

Mas, um pouco por todo o lado, os políticos do PS e os comentadores do “sistema” têm feito questão de dizer que a única solução legítima de governo regional é aquela que for formada pelo partido mais votado, tenha ou não uma maioria parlamentar de suporte!

De forma simplista, a História demonstra que para o PS a coerência não é um valor em si mesmo, o que interessa mesmo é conquistar o Poder, seja de que forma for.
Se ganhar as eleições mas não tiver uma maioria parlamentar, o PS exige que se respeite o partido mais votado e que seja este a ser investido para formar governo.

Se perder as eleições mas conseguir arregimentar aliados para ter uma maioria parlamentar, o PS também exige que seja investido para formar governo.

Para o Partido Socialista qualquer uma das soluções é uma boa solução, desde que no final do dia o governo seja socialista! É o Poder pelo Poder. Até porque coerência é coisa apenas para “meninos de coro”…

Quem actua assim tem um conceito monopolista do Estado e do seu aparelho.

Os familiares e amigos de personagens como o socialista Carlos César têm “ganhos de causa” com esta apropriação do aparelho do Estado. Mas a Democracia, a Transparência e a Participação Cívica vão enfraquecendo todos os dias.

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O PS foi importante para a implantação da Democracia em Portugal. Mas não é o dono da Democracia. Nem pode agir como se fosse o “dono disto tudo”.

Os últimos anos, mercê de uma oposição titubeante e de uma sociedade civil cada vez mais dependente do Estado, têm revelado um Partido Socialista que se afirma por uma cultura partidária marcada pela intolerância e pela arrogância, com sérias dificuldades em lidar com quem pensa de maneira diferente, menosprezando assim a evidência de que qualquer sistema político democrático precisa de equilíbrios e de respirar.

E é também neste quadro que temos de ver as recentes mudanças na Procuradoria-Geral da República, no Banco de Portugal, no Tribunal de Contas, na Unidade Técnica Orçamental da Assembleia da República, etc. etc..

Recordo que, durante a I.ª República (1910-1926), o Partido Republicano Português de Afonso Costa também agiu com esta displicência e voracidade pelo aparelho de Estado. As consequências são conhecidas de todos…

Quanto mais o “sistema” é tomado e absorvido por um partido político (seja ele qual for) mais rapidamente os eleitores descontentes e desiludidos “descarregam” o seu voto em soluções radicais ou extremistas, sejam elas da esquerda ou da direita.

Aliás, o crescimento evidente do CHEGA mais não é do que a revolta contra os “donos disto tudo”.

Cabe aos cidadãos moderados, muitos deles abstencionistas desesperançados, contribuirem para a edificação de soluções equilibradas que travem os “donos disto tudo” e tornem irrelevante os focos de radicalismo ou de extremismo.
A Democracia é como uma flor: precisa de ser regada todos os dias.
​
Porque sem Democracia, não há Liberdade.

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Oh António Jorge, não havia necessidade desse esquecimento.... O PSD de Passos Coelho foi o partido mais votado e o nosso amigo Aníbal, empossou-o. Só que depois não conseguiu aprovar o programa de governo. Ai essa memória que já não é o que era. 
João Marçal
Aveiras de Baixo
26/01/2021 23:22

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