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O Sol, quando nasce, já não é para todos
Por Acácio Vasconcelos
06-11-2016 às 21:32
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No dia-a-dia , nós, cidadãos portugueses, somos confrontados com os legais direitos e deveres da vivência “democrática”.

Surgem os casos de previlégios para alguns, como sejam, a imunidade e a aplicação de penas sem critérios de justiça, aos olhos do cidadão que procura cumprir as regras da sociedade. Criminosos são considerados imunes e, por vezes, impunes (fogos, roubos, assassinos), de modo especial, os que têm relações directas com os donos do poder. Alteram-se leis para que meia dúzia de incumpridores da lei vigente possa atingir os seus objectivos.

Lá vai o tempo em que qualquer humano deste “planeta terra”, não teria dúvidas ou preconceitos em afirmar que “o sol, quando nasce, é para todos”. Insinuava-se, evidentemente e ironicamente, que alguém pretendia o sol só para si. Isto é, reclamava-se contra os que pretendiam que a vida lhes fluísse bem em desfavor de quem lhes poderia fazer sombra.

Ora, hoje, passados milhões de anos da existência deste planeta com sol, vem o “esperto português” dizer: “o sol é para todos, mas, quem apanhar mais sol paga mais”. Se a interpretação e os objectivos do bem-comum estivessem correctos, à luz da democracia, até se consideraria que os cidadãos com maiores regalias (administradores e outros, acumuladores de funções, de ordenados e de reformas), já que o “sol” lhes é favorável, pagassem mais impostos.

Contudo, todos os portugueses sabem que não é assim, embora alguns (uma minoria) até concordem, porque lhes convém.

Isto a propósito das últimas notícias de quem tem casa com sol paga mais impostos. É bom ter em conta, ao olharmos para esta regra usurpadora, que passa a existir contradição entre as normas regulamentares de construção, quando as leis e regulamentos portugueses exigem, para a construção habitacional, boa exposição solar (há mínimos obrigatórios), e, agora, vem a penalização pela boa exposição solar.

Que mais se inventará para cobrar impostos que dêem para pagar aos ditos administaradores (e não só) que têm desviado os recursos do povo trabalhador para as suas contas.

Ainda, se “o sol, quando nasce, é para todos”, por que razão, neste regime, dito democrático e de igualdade, há cidadãos especiais (governantes, parlamentares, etc.) com direitos e deveres diferentes do cidadão comum, com imunidades que lhes permitem fugir à justiça. Estamos, agora a evidenciar o caso dos diplomatas com estatutos especiais que, supostamente, cometem crimes neste país. Mas, quantos idênticos existem com estatutos especiais, apesar de serem cidadãos portugueses.

Então, portugueses, como se demonstra que a teoria de “o sol, quando nasce, é para todos” é falsa, defendamos : “o sol, quando se põe, é para todos”. Assim, que há a fazer? Emigremos todos para zonas polares ou cavernas, onde há menos sol e onde nos possamos esconder do fisco. Os que têm sol que paguem!
Isto, seria a solução do “idiota português”. Mas, pondo os pés no terreno que pisamos e de que necessitamos para percorrer os caminhos da vida, não seria mais justo que os governantes deste país reconhecessem que existem muitos casos de pessoas a viver em condições insalubres, em locais ou casas sem as mínimas condições de habitabilidade por não terem sol, ou porque foram mal construídas, ou porque não possuem recursos para a sua manutenção, ou porque alguém construiu prédios à sua volta sem respeito pelas normas de construção, ou até (muitos casos) porque o estado português promoveu e concretizou obras públicas (pontes, viadutos, auto-estradas e outras), prejudicando os cidadãos residentes nas suas imediações. Então, estes não ficaram prejudicados em vistas, em sol e em circunstâncias diversas de poluição?
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Não seria mais justo, em vez de penalizar o cidadão que tem direito a usufruir do que é seu, que faz parte do seu ser, indispensável à sua existência e que é de todos - o sol -, eliminar vulnerabilidades, ou, até desagravar o I.M.I., nesses casos, para que todos possam viver humanamente neste planeta “terra” cujas condições naturais, não criadas pelo homem, não devem ser penhoradas para bem de alguns?

Em todo este viver, prejudicado está o desgraçado que teve de comprar um apartamento no último piso de um prédio, com a habitação excessivamente exposta ao sol e que, para obter razoáveis condições de habitabilidade, necessita de instalar ar condicionado, pagando a energia consumida e, agora, sujeito a agravamento do I.M.I..

Que democracia e igualdade é esta, quando se tem de pagar o sol indispensável à vida do ser humano, quando há cidadãos com regalias especiais, com direitos e deveres diferentes, dependendo da classe social ou política.

Infelizmente, fruto deste modo governar e de viver da nossa sociedade, há quem deseje que o sol se ponha para, no meio da escuridão, gritar: “Salve-se quem puder”. São os oportunistas ou os desesperados.

Contudo, uma coisa é certa: “O sol, quando nasce, já não é para todos; o sol, quando se põe, é para todos”. O sol põe-se para todos, mas só alguns continuam a ter luz. Quem, depois da vivência, neste mundo, lutando contra os interesses prejudiciais ao bem-comum, assistir ao último ocaso, decerto terá a Luz da Verdade.


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