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Humildade versus Jactância

Augusto Moita
26-09-2017 às 21:43
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Caro leitor.
Dando expressão a uma das minhas inquietudes, já por diversas vezes manifestada por escrito, mas sem que, até à data, a tenha partilhado com os meus fieis leitores, sou a fazê-lo na presente crónica. Assim, tenho escrito:
- A humildade é um bem quando é parte integrante e verdadeira dos traços de personalidade de um indivíduo (observáveis na constância das suas atitudes); ela é um mal quando pretende exclusivamente suscitar a comiseração dos outros; a jactância (arrogância, vaidade, orgulho, altivez e bazófia) é abominável, pelo que encerra de desrespeito, de desumanização, de conflitualidade pessoal e social e, sobretudo, pelo ridículo de quem a personifica.

Não sendo possível mensurar a humildade, porque não existe mais ou menos humildade, i.e., ou se é humilde, ou não se é, dir-se-ia, na minha opinião, que a mesma, deve ser q.b. (quanto baste). E porquê? Para que os humildes se “defendam” de certos jactâncios que por norma, tentam apoucar os humildes, nas suas competências cognitivas e comportamentais/atitudinais; ostracizando-os, desprezando-os, desdenhando-os e por vezes ridicularizando-os, numa tentativa vã, de quererem mostrar que lhes são superiores. Como escreveu Mark Baker (ensaísta inglês) e que corroboro, “a arrogância que nos leva a acreditar que somos superiores aos outros, tem origem no medo de sermos inferiores”.

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Assim, assumem uma atitude obsessiva de se “parecerem” mais capazes do que os outros, predispondo-se a “dar nas vistas”, a aparecerem em lugares públicos concorridos ou em eventos sociais de relevância, tomando atitudes e comportamentos absolutamente chico-espertistas, tão característicos deste tipo de indivíduos. O que é infelizmente constatável, é que são este tipo de indivíduos que, mesmo manifestando incompetências/insuficiências de vária índole, conseguem chegar aonde pretendem, quase sempre, através da sua verborreia e desfaçatez e, sobre o beneplácito de uma sociedade permissiva, pouco exigente e imoral. Como afirmou Immanuel Kant (filósofo alemão), “a humildade é a virtude central da vida, que dá uma perspetiva apropriada de moral”, exatamente o contrário do que estes fulanos pensam (atingir fins sem olhar a meios).

Humildade, não é definitivamente, sinónimo de parvoíce, de idiotice ou de incapacidades cognitivas (baixo QI). Pelo contrário, presumo eu, é apanágio dos inteligentes! Contudo, há que reconhecê-lo, alguns humildes inteligentes sofrem de uma psicose que Fernando Pessoa descreve de uma forma ímpar em “O livro do desassossego”: “ sou capaz, a sós comigo, de idear quantos ditos de espírito, respostas rápidas ao que ninguém disse, fulgurações de uma sociabilidade inteligente com pessoa nenhuma; mas tudo isso se me some se estou perante outrem físico, perco a inteligência, deixo de poder dizer, e, ao fim de uns quartos de hora, sinto apenas sono”.

Notável! Os jactâncios, pelo contrário, sofrem outro tipo de psicose, pois é através das suas atitudes de prepotência, sobranceria, arrogância, insolência e complexos, que mascaram ou camuflam as suas próprias limitações. Esta é a realidade nua e crua! Se não, como explicar tais atitudes que roçam a discriminação? Somos ser humanos ou seres irracionais? Quem está verdadeiramente consciente do papel que protagoniza na sociedade e, em particular na sua comunidade, dando o seu prestimoso contributo, não necessita de praticar tais atos. Todos temos o nosso espaço e a nossa importância social. Cada um de nós é um ser único!
NINGUÉM É SUPERIOR A NINGUÉM!
A CADA UM, O SEU PAPEL NA SOCIEDADE!
Boas leituras e até à próxima crónica.                   


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