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Opinião Fernando Paulo Ferreira:
​"A Autoestrada(?) e as obras em curso"

Uma coisa é óbvia: os incómodos que estão a ser causados aos residentes, turistas e agentes económicos que atravessam a Área Metropolitana de Lisboa não são compatíveis com a obrigação de garantia de mobilidade que se exige a um concessionário de uma Autoestrada
28-06-2018 às 16:30
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 Há muito que temos defendido para a área do Concelho de Vila Franca de Xira a desclassificação da A1, com a transferência das portagens da zona de Alverca para norte da Castanheira do Ribatejo, e a criação de novos nós de acesso nos Caniços/Póvoa de Sta Iria e no Sobralinho.

A A1, no contexto metropolitano, mais não é que uma via rápida (já lá vamos a essa parte…) que deve retirar o trânsito pendular das localidades a ela adjacentes. Note-se que não falamos apenas do trânsito ligeiro e até do transporte público rodoviário, mas também do trânsito pesado que se dirige de e para Lisboa.

A EN10 deve ser uma grande avenida urbana que acrescente com acessibilidade pedonal e ciclável a interligação dessas localidades, com interfaces à zona ribeirinha, cada vez mais qualificada, se quisermos realmente dar condições urbanas de maior qualidade às periferias da capital.

No momento em escrevo este texto decorrem obras de grande dimensão no troço entre Santa Iria e Vialonga, da responsabilidade da Brisa, que implicaram a supressão – pelo menos para já – de duas faixas de rodagem (uma em cada sentido) da A1, o que tem causado o caus para todos quantos se deslocam de e para Lisboa, com especial incidência no início da manhã e ao fim da tarde.

Compreendendo que todas as obras causam incómodos, estas em particular merecem-me algumas reflexões, certamente partilhadas por muitos de vós:
  • A comunicação prévia de trabalhos desta dimensão teria aconselhado maior antecedência e melhor mensagem, incluindo nas razões para a sua execução (explicarem que «estão a melhorar o troço» é pouco, comparando com a enorme perturbação causada);
  • A Brisa deveria ter explicado porque é que tem de cortar duas faixas ao mesmo tempo, numa extensão tão longa, e por um período de tempo tão largo (esperando, claro, que a execução destas obras tenha garantido que o faz pelo menor período de tempo possível, e que seja mesmo absolutamente imprescindível o corte das duas faixas…);
  • Terá a Brisa tentado negociar soluções que garantissem uma alternativa às pessoas durante os trabalhos?
  • Nomeadamente, terá ponderado possibilitar a utilização da CREL como alternativa, sem custos para o utilizador?
  • É que numa situação dessas, com uma boa informação, o desvio voluntário do trânsito permitiria o desenvolvimento mais tranquilo dos trabalhos (o que eventualmente até os aceleraria…) sem prejudicar tanto as pessoas e a economia;
  • Procurou ver com os Presidentes de Câmara de Loures e Vila Franca de Xira os termos exatos em que ia realizar os trabalhos, ou procurou apoiar-se atempadamente neles para encontrar soluções que envolvessem a utilização da CREL como alternativa?
  • Qual o nível de preocupação da Brisa, concessionária do Estado, com a garantia do serviço que tem de prestar aos cidadãos que utilizam a A1, seus clientes?
  • Haverá no contrato de concessão alguma cláusula que assaque à Brisa as decorrências de entupir Lisboa e todas as localidades onde há acesso à A1?
Uma coisa é óbvia: os incómodos que estão a ser causados aos residentes, turistas e agentes económicos que atravessam a Área Metropolitana de Lisboa não são compatíveis com a obrigação de garantia de mobilidade que se exige a um concessionário de uma Autoestrada e, se naquele troço em particular o utente não paga, todos os que ali chegam vindos de norte de Vila Franca de Xira continuam a pagar exatamente o mesmo, por um serviço indescritivelmente pior...
 
Notas finais:
1 – Mesmo os que defendem a imposição de portagens nas entradas das grandes cidades como forma de diminuir a pressão automóvel, é inevitável que aceitem considerar que a entrada norte na Metrópole portuguesa é o Concelho de Vila Franca de Xira, ainda por cima a partir do momento em que o País instalou a Plataforma Logística Lisboa Norte no seu território, integrada na Estratégia Nacional «Portugal Logístico»;
2 – Mesmo os que defendem – como eu – o desenvolvimento do transporte público como fator de melhor mobilidade, melhor economia e desenvolvimento ambiental, é inevitável que reconheçam que estas obras não podem ser consideradas como fator legítimo de dissuasão da utilização da viatura individual, porque a rede de transportes existente está longe de corresponder às necessidades de mobilidade das populações, de garantir as interligações necessárias para a vida atual e muito longe também de garantir os horários que as pessoas hoje têm.
​
Teremos, certamente, um Verão complicado por estas bandas…
 


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