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Opinião Fernando Paulo Ferreira: "A mobilidade e o direito à Cidade"

"Esta medida, consonante com o que o PS tem vindo a defender, quando implementada, constitui um avanço significativo na construção da ideia de «Cidade», em que a mobilidade é simultaneamente instrumento fundamental para a vida dos cidadãos e dos agentes económicos"
03-12-2018 às 18:16
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A Área Metropolitana de Lisboa (AML) decidiu avançar com a ideia da criação de um passe único para os transportes públicos na região da Grande Lisboa, à qual o Governo foi sensível.
Esta medida, consonante com o que o PS tem vindo a defender, quando implementada, constitui um avanço significativo na construção da ideia de «Cidade», em que a mobilidade é simultaneamente instrumento fundamental para a vida dos cidadãos e dos agentes económicos, como instrumento para a melhoria ambiental do espaço urbano, contribuindo fortemente para o conjunto do desempenho ambiental do País.
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Hoje em dia, a mobilidade das pessoas e das mercadorias não só é uma necessidade premente e permanente, como constitui um custo enorme para as famílias. Num momento em que preço da habitação voltou a subir (sobretudo no centro das capitais, em que Lisboa é exemplo paradigmático), incrementado entre outros também pela crescente procura nacional e estrangeira, vive-se uma nova pressão sobre as periferias, com o afluxo significativo de novos habitantes em idade ativa, que nelas encontram a solução para estabelecerem residência.

Quanto ao emprego, a dinâmica atual obriga a uma disponibilidade para trabalhar em diferentes locais da metrópole (desde logo), sem que necessariamente o local de trabalho seja o de residência.
A peculiaridade está, em Portugal, num desenvolvimento territorial em que a infraestruturação e gestão dos transportes públicos foi ficando aquém das necessidades, induzindo a utilização massiva do transporte individual, sendo que os horários, a cobertura e os preços dos transportes públicos foram sendo determinados ao longo dos anos mais em função dos agentes que os operam do que no interesse concreto das Pessoas, que foram sujeitas a uma oferta de horários e percursos insuficientes, viagens longas com atrasos habituais, e sobretudo demasiado caras para que seja lógico optar pela utilização do transporte coletivo face ao individual, sempre que este se afigure como possível.

Acrescente-se ainda que a multiplicidade de títulos (mais de dois mil!) na área de Lisboa tornou praticamente impossível tomar facilmente a opção economicamente mais vantajosa para o utente, sem que se tenha de recorrer a uma consultoria (e estar dependente da simpatia) das próprias empresas de transportes, cada vez menos humanizadas na relação com o cliente, como se sabe, fruto da crescente mecanização da bilhética.

Chegou pois a hora de inverter esta prática, simplificando e embaratecendo significativamente os títulos de transporte, por forma a trazer mais pessoas para o transporte coletivo, criar mais massa crítica e induzir novos comportamentos nos agentes de transportes (alguns deles públicos, outros privados, mas concessionários de transportes públicos).

Sob o ponto de vista legislativo ainda faltará afinar os modos com que uma autoridade única poderá determinar circuitos e gerir a intermodalidade de forma centralizada, mas o caminho que os Presidentes de Câmara seguiram (com uma única exceção, que inevitavelmente se irá alinhar com os restantes, a bem dos cidadãos) de delegação na AML das suas competências próprias, foi um passo importante nesse sentido. Há hoje uma visão integrada do problema e das oportunidades geradas por uma melhor mobilidade e há uma vontade política clara por parte do Governo em acompanhar este esforço, pelo que estamos a viver momentos relevantes na construção de um futuro diferente (e melhor) na metrópole de Lisboa.


Dificuldades? Vai haver certamente. Desde logo com tentativas de preservar interesses instalados (individuais ou corporativos) das empresas de transporte coletivo. Poderá haver resistências e tentativas de dificultar a sua implementação, mas com vontade e empenho certamente será possível concretizar este desenvolvimento do transporte público (que é público, e não só coletivo).

Nota Final: A Assembleia Municipal de Vila Franca de Xira realizou no primeiro semestre deste ano uma audição pública com a Área Metropolitana de Lisboa sobre esta matéria e voltará ao tema no início de 2019, reconhecendo a pertinência e importância desta temática para o Concelho e para todas as pessoas que nele vivem, trabalham e investem.

 


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