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Opinião Joaquim Ramos: "Azambuja e o Futuro"

"Quem conhece minimamente o mercado imobiliário em Azambuja – e em menor escala em Aveiras de Cima – sabe que é hoje qual impossível encontrar uma casa disponível."


13-08-2019 às 23:23


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Não tenho por hábito, nestas crónicas mensais, de escrever sobre Azambuja ou sobre qualquer tema relacionado com o Concelho. Talvez pelas funções que desempenhei, e das quais estou definitivamente arredado por vontade própria, sinto que não me devo pronunciar sobre qualquer tema referente â minha terra, a fim de evitar qualquer interpretação de coação ou crítica.

Mas desta vez vou fazer uma excepção, até porque o tema que vou trazer é independente de qualquer conotação municipal ou política. Trata-se apenas da constatação dum fenómeno que já se verifica e que, no meu entender, será determinante num futuro próximo para a estrutura social e económica do Concelho de Azambuja: as consequências, para nós, do esgotamento da Área Metropolitana de Lisboa e a sua consequente expansão.

Há várias décadas Lisboa, pelas oportunidades que proporcionava em termos de emprego e escolas à mão, foi palco de constantes migrações internas que foram esvaziando o interior do País e criando cidades satélite – muitas vezes com predominância de barracas – que cresceram um pouco desordenadamente e onde se foram aglutinando quase três milhões de almas. Foi assim que Amadora, Sintra, Almada, a Caparica, Alverca, Oeiras, Alverca, Cascais, Montijo, Seixal, Moita se foram expandindo em altura e extensão. Ao mesmo tempo iam ganhando pujança populacional lugarejos até então praticamente desconhecidos com Cacém, Mem Martins ou Massamá.

Mercê do esforço das autarquias envolvidas, acabaram as barracas na Área Metropolitana, ordenou-se minimamente o espaço, construído ou público, construíram-se as vias de comunicação possíveis para dar escoamento a três milhões de habitante, fora os que entram e saem todos os dias em movimentos pendulares trabalho/casa.

Mas o que é facto é que a área Metropolitana de Lisboa está esgotada. Pelo menos na sua margem norte, que é a que nos interessa para o efeito. Está esgotada na sua capacidade de absorver mais gente e está esgotada em termos de mobilidade rodoviária. Por mais CRIL`s e CREL`s, Eixos N-S e IC`s que se façam, as chamadas horas de ponta são, para toda a população metropolitana, um verdadeiro calvário. A densidade populacional inviabiliza qualquer tentativa de fluidez de trânsito. Safam-se os que moram ao pé do local de trabalho e os que têm comboio à porta.

O comboio tornou-se, num ápice, no meio de locomoção mais elogiado: é rápido, confortável, amigo do ambiente e a gente pode ir calmamente a ler o jornal enquanto ele nos leva para onde queremos.

Ora é aqui, precisamente, que entra Azambuja. E neste caso refiro-me mais diretamente a Azambuja, o que não significa que o fenómeno não seja espalhado a outras localidades do Concelho, como Aveiras de Cima ou Vila Nova da Rainha.
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É que, quer queiramos, quer não, nós somos, tal como o define o Plano Regional de Ordenamento do Território, a porta norte de Lisboa – isto é, onde se localizarão, como aliás já acontece, as unidades de logística de apoio à Área Metropolitana norte. Mas dada a nossa localização privilegiada, seremos, seguramente também a nova área de expansão da Grande Lisboa, também em termos de população residente. Na verdade, em termos rodoviários, temos praticamente dois entroncamentos com a A1 no Concelho e, quanto a ferrovia, somos terminal de linha suburbana, com a enorme acessibilidade que tal facto confere a Azambuja.

Quem conhece minimamente o mercado imobiliário em Azambuja – e em menor escala em Aveiras de Cima – sabe que é hoje qual impossível encontrar uma casa disponível. A procura de habitação é substancialmente superior à oferta e esta apoia-se nalguns-poucos- empreendimentos que têm sido feitos nos últimos anos e, acima de tudo, nos processos de reabilitação que têm beneficiado vários prédios degradados localizados nas áreas de reabilitação urbana em vigor. Aliás, em meu entender, uma das grandes vantagens desta pressão urbanística que se dirige a Azambuja tem sido, precisamente, a reabilitação urbana em curso em vários prédios do casco central da Vila.

A verdade é que este é um movimento imparável e que tenderá a ampliar-se. Não só os que arribam à Grande Lisboa se ficarão por cá, se tiverem essa oportunidade, como mesmo os que vivem nas saturadas linhas de Sintra e de Cascais chegam à conclusão que é mais fácil morar em Azambuja trabalhando em Lisboa do que morar em Rio de Mouro ou Alcabideche.

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Todos os vectores apontam para uma inevitável explosão demográfica em Azambuja : o esgotamento da Área Metropolitana de Lisboa norte, a extensão do passe ferroviário dos quarenta euros ( mais aquela chinesice dos cinquenta cêntimos) a Azambuja, a acessibilidade rodoviária e o desenvolvimento logístico/industrial são factores que conduzirão, inevitavelmente, a uma procura crescente de habitação em Azambuja, a que os serviços municipais e o mercado imobiliário terão que dar resposta.
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Num futuro próximo, a Autarquia será determinante na resolução dessa procura crescente através de mecanismos e instrumentos urbanísticos que permitam que a oferta de habitação e afins se adeque à procura. E à Autarquia caberá, também, responder a um desafio consequente: como preservar a identidade da comunidade perante o avanço da Grande Lisboa. Que já está aí e é inevitável.

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​Comentários

Muito bom, como sempre.
Em tempos já escrevi aqui sobre as dificuldades legais na construção.
Enviei para Vários Ministérios , Presidência do C. de Ministros e CMA uma sugestão para alterarem a legislação.
Até para a ANM (Associação Nacional de Municípios ) enviei. Sem resposta - claro! Não sou pessoa importante!
Tudo a propósito de um caso pessoal. Por isso mesmo me senti inibido em continuar e nunca mais insisti.
Comecei uma construção ( no campo-junto ao Tambor- quinta Pedagógica) mas por motivos financeiros suspendi, o que deverá ter acontecido a milhares de cidadãos na sequência da crise anterior. Tudo feito cumprindo a lei.
A lei estabelece prazos ridículos para concluir uma obra.
Levantei 8 pilares no terreno, em zona rural, com projecto aprovado e licença e ficarão assim, dado que me foi concedido o mês de Agosto para concluir a obra. Naquela zona, considerada agrícola, agora só se pode construir em 4 ha.
Outra aberração e falta de conhecimento da realidade. Ora bem! Zona agrícola? Só por humor! Quem investe na Agricultura em 1, 2 ,3 e 4 ha? É rentável? Os responsáveis que fazem e cumprem essas leis, sem exigir a alteração, deveriam visitar os locais! Não há agricultura - há apenas terrenos abandonados há anos, onde não se pode construir ou, se não cumpre os prazos de 2 a 4 anos, tem que abandonar a construção, antes iniciada, perdendo muitas vezes dezenas de milhares de euros já investidos! Assim ficam os 8 pilares que poderão vir a constituir mais tarde uma atracção turística! Aqui não está , nem implicitamente, qualquer critica à CMA mas antes aos governantes e legisladores que só conhecem Lisboa e Cascais.
Grato pela V atenção
Cumprimentos

Rui Canteiro Lopes
Aveiras de Cima/Lisboa
16-08-2019 03:17

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