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Opinião Joaquim Ramos: "Plataforma Estrada Nacional 3"

"Naturalmente que, enquanto Presidente de Câmara, estimulei a instalação dessas unidades, - e disso sou acusado -, particularmente quando a Opel abandonou as instalações do Espadanal, criando um gravíssima situação de desemprego no Concelho e na Região"
02-05-2018 às 17:56
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Hoje, tenho que falar sobre a Estrada Nacional 3. Hoje está na ordem do dia, como infelizmente já o está há vários anos. Pelas piores razões – porque é um exemplo flagrante da incúria do Estado em proteger os seus cidadãos, da leviandade com que se avaliam prioridades de intervenção, de como questões de compadrio político e interesses particulares se podem sobrepor a necessidades reais das populações. E como dessa incúria, desse fazer vista grossa sobre problemas reais, dessa ausência de rigor e isenção na tomada de decisões, pode resultar a morte de dezenas de pessoas, centenas de acidentes e feridos num troço de estrada com cerca de dez quilómetros – e se continua a desviar o olhar e a assobiar para o lado.

Falo da EN3 com o conhecimento de causa de quem foi, durante doze anos, Presidente da Câmara e com a humildade e a isenção de quem foi e continua a ser membro dum Partido com larguíssimas responsabilidades neste estado de coisas.

Desde há longos de anos que a localização privilegiada do troço entre Azambuja e o Carregado atraiu à zona grandes superfícies de logística, apenas intervaladas pelas áreas de plantação de arroz entre Vila Nova da Rainha e o Casal Pinheiro. Naturalmente que, enquanto Presidente de Câmara, estimulei a instalação dessas unidades, - e disso sou acusado -, particularmente quando a Opel abandonou as instalações do Espadanal, criando um gravíssima situação de desemprego no Concelho e na Região. Fi-lo por duas razões : a primeira, porque era preciso desesperadamente criar postos de trabalho; a segunda, porque nesses anos que prenunciaram a crise de 2008 e nos anos subsequentes, se assistiu à debandada de empresas do País e a logística era o único sector que se conseguia atrair ao Concelho, salvo uma ou outra excepção.

Mas tinha a consciência de que era necessária uma intervenção urgente na EN3 e, a muito custo, depois de dezenas de insistências, deslocações, negas em reuniões com ministros e secretários de estado, promessas nunca cumpridas, conseguiu-se traçar com as Estradas de Portugal um plano de intervenção que passava, no nosso Concelho por construir três rotundas entre Azambuja e Vila Nova – a Câmara já tinha, através do Polis, construído as rotundas de entrada poente e nascente em Azambuja- e duplicar nesse troço o número de faixas (de duas para quatro), com um separador central físico. A Câmara garantiria a concordância dos proprietários dos terrenos circundantes em fazerem as cedências necessárias – o que fez e todos os proprietários foram de imediato unânimes na cedência. Restava um problema técnico frente ao Cemitério de Azambuja onde não podia, obviamente, ceder-se terreno.

Até hoje o Estado, através das Estradas de Portugal, não cumpriu rigorosamente NADA daquilo a que se comprometeu. Até mesmo as rotundas dos Casais de Baixo e da Modis foram promovidas pela Câmara em negociação com as empresas que se instalaram no local (Staples, F.C.C. e Modis), que as pagaram como contrapartida de instalação.

Até hoje o Estado não cumpriu o acordo assinado pelo então Primeiro-Ministro José Sócrates depois de longas e duras negociações com o Governo na sequência do abandono da localização Ota para o novo aeroporto de Lisboa e que previa expressamente a intervenção na EN3 – condição sine qua nom para assinar o referido acordo, salvo erro em Setembro de 2008, nas Caldas da Rainha. Hoje tenho a consciência, que já por diversas vezes manifestei, que o chamado “Acordo de Contrapartidas da Ota” foi o maior logro político em que estive envolvido. Não havia vontade nem condições de levar para a frente nenhum dos grandes projectos do Acordo, como até hoje se demonstrou. O Governo – do Partido Socialista – negociou, tenho que o admitir, sempre de má-fé com as Autarquias Locais nele envolvidas.

Hoje, dez anos passados, a situação da EN3 está pior do que em 2008: o movimento aumentou, o estacionamento nocturno da camions junto à berma é uma praga e começou a assistir-se à deslocação de grupos de trabalhadores a pé ao longo da estrada, de dia ou de noite, sem as menores condições de segurança.

A verdade é que, apesar do número crescente de acidentes e das diligências dos Municípios de Alenquer e Azambuja, a situação continua na mesma.

Sou dos que acredita que é em situações como esta que a sociedade civil deve manifestar-se, deve tomar iniciativas que obriguem os poderes públicos a cumprirem com as suas obrigações – se não com aquelas mais gerais de proteger os cidadãos e as suas vidas, pelo menos com os Acordos que assumiram oficialmente. O Estado deve ser uma entidade de Bem e, independentemente do Partido que governa, honrar os compromissos anteriores.
​
Por isso aderi na primeira hora a este movimento cívico que é a Plataforma da EN3, como forma do exercício de cidadania a que todos temos direito e dever. Como eu, muitos aderiram à Plataforma, alguns até com familiares ou amigos que perderam a vida nesse fatídico troço de estrada. Por isso participarei activamente – tanto quanto a saúde e a idade mo permitirem – em todas as acções em que a Plataforma se envolver, desde as audições pelos Grupos Parlamentares às velas de 15 de Maio e apelo a todos os meus conterrâneos para que o façam. E que o façam independentemente dalgumas vozes sem escrúpulos que apenas vêm política partidária num Grupo de Cidadãos unidos pela perda dum irmão, dum filho ou dum amigo que apenas pretendem exercer o seu dever cívico de evitar que mais tragédias do tipo de repitam.

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Comentários

Candidamente apresentou um problema que nunca resolveu assim como agravou ''o problema'' com o empedramento das vias em azambuja, assim como nao resolveu o problema do estacionamento abusivo dentro da vila por tempo indeterminado dos ''turistas'' que vao para o comboio, assim como não resolveu o problema de estacionamento para os habitantes de azambuja, assim como não resolveu locais de carga e descarga para comercio e habitantes, assim como nao resolveu o problema dos buracos na municipal 513 onde atabalhoadamente foram colocadas manilhas de saneamento basico sem conclusao dos trabalhos de acordo com o contrato, assim como não resolveu a estrada de acesso a virtude e que foi efetuado concurso, assim como nada resolveu, foi tempo perdido. cps

Lourenço Mota
Azambuja
02/05/2018 21:25

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