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Opinião Joaquim Ramos: Portugal e o Turismo

"Sei que houve um esforço das diversas instituições públicas e privadas que enquadram o sector turístico, que foram realizadas inteligentes campanhas de divulgação do muito que Portugal tem para dar."
24-06-2018 às 16:45
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Nesta edição não vou pronunciar-me sobre o tema forte do Valor Local, relacionado com alguns aspectos do papel das paróquias na nossa área. Em primeiro lugar porque não tenho conhecimentos nem reflecti o suficiente sobre o assunto para poder emitir opinião. Em segundo lugar porque o cargo que desempenhei no Município de Azambuja não me permite objectividade na matéria. Em terceiro e ultimo, porque às vezes é bom fugir ao tema, para que possamos introduzir um outro qualquer assunto sobre ao qual tenhamos dedicado a nossa atenção e que são questões actuais e demasiado importantes para que os deixemos passar ao lado.
Nesta edição vou “perorar” sobre Turismo e, sob o meu ponto de vista, a sua importância na recuperação económica do nosso País nos últimos anos.

Longe vão os anos de 1975 em que o então Ministro da Economia – um célebre professor universitário do “reviralho”, várias vezes agarrado pela Pide, chamado Francisco Pereira de Moura – desabafava, eivado de puro furor revolucionário : “ O turismo é a prostituição dum Povo!”.
Hoje em dia o Turismo não só deixou de ser conotado com a mais velha profissão do Mundo, como passou a ter honrarias de motor do desenvolvimento económico, do aumento do Produto Interno, da diminuição do famoso deficit e da taxa de desemprego.

Não quero afirmar que se deve apenas ao Turismo a expansão da nossa economia. Há sectores exportadores, mesmo de tecnologias de ponta e de investigação, que têm triunfado “lá fora”.
Mas, na verdade, nada que se compare com o fenómeno turístico como um todo.

Sei que houve um esforço das diversas instituições públicas e privadas que enquadram o sector turístico, que foram realizadas inteligentes campanhas de divulgação do muito que Portugal tem para dar.

O que é certo é que Portugal passou a estar na moda, o país desabrochou num bouquet de maravilhas paisagísticas, gastronómicas, monumentais. Lisboa e Porto entraram na rota das cidades grandes destinos turísticos e um pouco por todo o lado – interior incluído, desta vez, que é mais uma das virtudes do Turismo – despontaram e despontam turismos rurais, turismos de habitação, turismos de natureza, alojamentos locais de curta duração. Começou a girar toda um conjunto de serviços que respondem diretamente às necessidades do sector. Basta referir as cadeias de “tuk-tuk” que passeiam pelas grandes cidades, as empresas de gestão de alojamento que se constituíram, as escolas de turismo que proliferaram pelo País.

Experimentem e vão às zonas mais turísticas de Lisboa ou do Porto, a Óbidos ou à Nazaré. Se conseguirem passar ou entrar, verão que tenho razão: uma autêntica Babilónia de gentes e falares diferentes que tentam descobrir Portugal, comprar um “recuerdo” – alguns ainda acham que falamos espanhol-, bater-se com uma alheira de Mirandela, umas sardinhas nesse arraial permanente em que se transformaram Alfama e o Bairro Alto, a zona ribeirinha do Porto ou a baixa de Albufeira.
Descobriu-se um novo País que não era apenas mar e as areias algarvias ou o pitoresco das sete saias da Nazaré.

Os turistas encontraram um interior por desbravar, muitas vezes num estado de pureza raro na Europa Ocidental, paisagens únicas e modos de vida genuínos. A estrangeirada gosta disso. Tudo quanto é acontecimento importante a nível europeu ou mundial passa por Lisboa ou pelo Porto, pelo Algarve e pela Costa Oeste. É um fenómeno que não se limita ao continente. A Madeira aprimorou-se como destino turístico de excelência – aliás, desde há três séculos que o é. As ilhas açoreanas são várias vezes consideradas por revistas especializadas o melhor destino turístico do mundo.

Há na verdade uma grande indústria diretamente montada para responder à explosão turística – os chamados efeitos diretos do aumento do turismo. Mas, e os efeitos indirectos? O impulso sobre todos os sectores da nossa economia que as necessidades de hordas de espanhóis, franceses, chineses, americanos implicam? As divisas que cá deixam os americanos e asiáticos que se atropelam para descobrir Portugal? Longe vão, na verdade, os tempos do Professor Pereira de Moura.

É claro que a grande questão que se pode perguntar é: até quando vai durar? Não vai chegar um dia em que os estrangeiros já não têm nada para ver em Portugal, em que os hotéis vão ficar mais ou menos às moscas, os alojamentos locais passam ao mercado normal de arrendamento? Faltará muito para que o Algarve volte a ser um paraíso exclusivamente português, de alguns espanhóis da raia mais ou menos profunda e de bandos de ingleses que passam três dias esticados ao sol por 200 euros, viagem e estadia incluídas?

Acredito que esse dia vem longe e que o turismo continuará a ser por vários anos um dos sectores de ponta de maior impacto no nosso desenvolvimento. Não é só por tudo aquilo que temos para oferecer e mostrar. É também porque apresentamos um bem precioso para quem viaja hoje em dia: segurança. Façam figas, mas nunca houve um atentado ou algo que cheire a terrorismo em terras lusas. Mas já os houve em Espanha, França, Inglaterra, Itália- nossos concorrentes neste campo.
​
Enquanto a instabilidade reinar no norte de África e no Médio Oriente, Portugal será um destino turístico preferencial. E, infelizmente para aqueles pobres Povos, cheira-me a que a instabilidade e a consequente insegurança por aquelas bandas estão para continuar…

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