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Opinião João Santos: Emergência Climática e Capitalismo: “Não existem problemas, apenas soluções.” 

"Embora os Parlamentos tenham indiscutivelmente legitimidade, grandes questões, como a questão ambiental, facilmente se tornam bolas de arremesso nas “guerras” político-partidárias"
19-02-2020 às 14:07


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A emergência climática global está cada vez mais na ordem do dia. São inúmeras as Organizações internacionais em permanente campanha ativa contra a “destruição ambiental”. Muitas organizações, em função das posições que assumem e dos objetivos que estabelecem, são consideradas “anticapitalistas”. Também há, no entanto, quem expresse, sem complexos ou reservas, argumentos contrários a essa visão.

Por exemplo, Mark Carney, Governador do Banco da Inglaterra, refere que o capitalismo "faz parte da solução" para a designada “crise climática”.

Outros há que referem que o capitalismo, se não for restringido pela sociedade, autodestruir-se-á, "aniquilando" o ambiente natural de que necessita para se desenvolver. Esta era a posição do filósofo e economista político Karl Polanyi, um “fervoroso” opositor da corrente de pensamento económico tradicional (a corrente de pensamento económico tradicional assenta, genericamente, na lógica do liberalismo económico).

Para Karl Polanyi, na busca contínua pelo lucro, e num mercado global cada vez mais "livre" necessariamente, os investidores, e capitalistas, continuarão a utilizar incessantemente os recursos naturais para a produção de bens e serviços, reduzindo os custos de produção até ao limite do que for possível. Na perspetiva de Polanyi, isto acontecerá num contexto de cada vez menor consideração pelo impacto ambiental decorrente dos processos produtivos “capitalistas”. Estes, por sua vez, tenderão a ser cada vez mais controversos, sendo, aliás, já na atualidade, considerados por muitos, sob diversos pontos de vista, como condenáveis.

Para impedir que esse processo se desenvolva irremediavelmente, a sociedade deveria estabelecer limites ao livre arbítrio dos investidores, argumentava Polanyi. Polanyi defendia ainda que a solução deveria ser aplicada por “Assembleias de Cidadãos”, alegando que os Parlamentos não detinham condições para a tomada de decisões consentâneas com o interesse de longo prazo da sociedade ou do meio ambiente.

Já Carney refere que os Parlamentos e a legislação constituem as formas adequadas para o tratamento das preocupações da sociedade e para a regulação da conduta dos empresários e das empresas.

Embora os Parlamentos tenham indiscutivelmente legitimidade, grandes questões, como a questão ambiental, facilmente se tornam bolas de arremesso nas “guerras” político-partidárias. É sabido que esta “guerras” ocorrem em função dos objetivos específicos de cada partido político. E nesta matéria é consensualmente aceite a existência de lóbis de pressão, designadamente com génese no meio empresarial privado.

Atualmente, na verdade, a propósito da problemática das alterações climáticas, prevalecem as duas conceções anteriormente abordadas: a Parlamentar; e a da “Assembleia de Cidadãos”. Fora da “arena” política, a responsabilidade das empresas na mitigação do impacto das atividades económicas nas alterações climáticas é cada vez mais escrutinada pelos Parlamentos e pela Sociedade Civil em geral.
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​É também por isso que o capitalismo não pode “estacionar”. Deve evoluir, inovando continuamente e criando novos produtos e novos mercados. Isto ocorrerá, é certo, num contexto de 'destruição criativa', mas com o objetivo maior de preservar a sustentabilidade do meio ambiente, que é o espaço de suporte, justamente, aos recursos necessários à sobrevivência do capitalismo.
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O capitalismo está no centro da emergência climática. Tem igualmente potencial para ser parte integrante do problema ou da solução. Ser parte integrante da solução garantirá o futuro do próprio capitalismo.

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