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"Não, não (há) é evolução"
Por José João Canavilhas
03-11-2016 às 21:02
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A encapotada exploração de mão de obra migrante não é um fenómeno, nem tão pouco atinge só esta ou aquela etnia, no entanto, e como se fosse uma estória, conto-vos retalhos de indignações de práticas vividas, sem tão pouco ter provas para poder ajudar na investigação criminal, ou poder fazer uma denúncia com fundamento na prova, ou que os intervenientes, embora ocultos, possam validar, ratificar a minha denúncia ou participação. Um dia visitando uma das muitas lojas de multiprodutos, denominadas loja dos chineses, deparei com uma minha conhecida, aquém tinha dado uma informação sobre, questões práticas de cidadania, com informação sobre a regularização de estrangeiros genericamente.

A senhora chamou-me e num lamento refere os fatos que levaram um sobrinho de cerca de 30 anos, com ferimentos, de alguma gravidade, provocados pela perfuração nas costas provocadas por uma tesoura, ao hospital. Na alusão aos fatos a senhora reportou-me, e o próprio lesado também, de que teria sido um elemento da empresa onde trabalhava que lhe teria provocado a agressão. Perguntou-me se não poderia ser feita queixa, referi-lhe que sim, ou diretamente ás entidades policiais ou com o apoio da APAV-Associação de Apoio à Vitima.

​Comecei por lhe perguntar o que teria acontecido, a resposta a medo surgiu, referindo o agredido, que teria sido alguém da empresa, em represália por um sua exigência, (natural), em ter melhores condições de trabalho. A propósito, refeririu querer enquanto trabalhador, para além da redução das muitas horas de trabalho e de poucas folgas, e por residir em propriedade da entidade patronal, junto ao armazém e com pouca qualidade, que maior qualidade de vida e de codições geréricas fossem alteradas, para melhor. Evitando que o agredido morresse no local de trabalho, o que levaria a levantar suspeitas e investigação apurada, levaram o mesmo ao hospital, referindo que o senhor teria caiu em cima da tesoura… Muito me admira que com a experiência, os médicos não pudessem verificar que o “acidente” tinha outra origem, fazendo-me a mim lembrar a historia da mulher de olhos negros, ou braços partidos, que invariavelmente, caí sempre da escada …. Na dúvida, nada melhor do que chamar a força policial, por que após análise forense, se não for agressão, não é… mas perante certos cenários, validar a informação (neste caso do presumível agressor) é alimentar circuitos de agressão que tanto fazem parte da subjugação escrava, como da violência doméstica.

Falámos, muito sobre o caso, ficámos em nos encontrar para poder ajudar a vítima. À data marcada, não compareceu. Perguntando à familiar, ela evasivamente referiu que com receio de poder ser vítima de algo pior, o jovem preferiu não comparecer para fazer a queixa e até teria abandonado a região ou até o país, desconhecendo seu paradeiro. Dos colegas de trabalho não poderia contar como o apoio, pois os mesmos tinham uma relação muito precária com a entidade empregadora e até pelo desconhecimento do país, a irregularidade de residência e dependência, devido ao desconhecimento da língua, e temendo represálias, nunca, seriam testemunhas. Ficou-me a amargura, a terrível sensação de incapacidade, das mãos atadas, da minha escravatura em relação ao sistema, um amargo de boca descomunal, por impotência de nada ou quase nada poder fazer…Hoje porém através destas minhas palavras e cruzando as mesmas com blocos informativos avulso, que vão aparecendo, dou o meu contributo à liberdade dos escravos da economia, que vai além das etnias, vai além da além da politica e é de imoralidade muitas vezes consentida. Não seria importante as entidades que fiscalizam, aprovam, controlam, dão pareceres, etc,etc, no terreno e com eficácia agirem proativamente, não só a confirmação e propagando, de que mais investimentos para o conselho ou país estão a ser efetuados? E a que custo… Lembrar que um dia construímos novos mundos com a força animal de seres humanos escravizados, e que hoje não o fazendo, negligentemente o permitimos, em prol de um sucesso económico e politico de uma região…não, não (há) é evolução! 


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